Minha Ex Babá. - Samantha Carpenter.

CAP 19.

POV Samantha Carpenter.

{ Meu amor, como eu posso começar a escrever essa carta, sem chorar em cada palavra que eu escrevo? Eu penso em você 24 horas por dia, da hora que eu acordo, até a hora que eu durmo. Eu não sei como você está, não tenho notícias de você, e isso está me matando por dentro, Sam. Eu já não aguento mais contar os dias, e as horas pro maldito dia do julgamento. Eu preciso te ver, preciso te sentir, preciso do seu abraço, preciso do seus beijos, preciso da sua alma. Não, calma... não quero te possuir, nem sua alma! }

Eu revirei os olhos, rindo baixinho, limpando meu rosto, pois as lágrimas estavam caindo enquanto eu lia.

{ Você gostou da minha foto? Fazendo biquinho? Haha, eu pensei que seria engraçado te mandar. Você sempre reclamava que eu ficava "bicuda" então eu fiz essa pose especialmente pra você, Carpenter! E também, espirrei quase meu perfume inteiro nessa caixinha, que aliás, eu mesma fiz, e pintei. E esses chocolates, são os seus preferidos, então eu comprei vários. Eu durmo agarrada com sua jaqueta e com o Bluffy abraçadas todos os dias, sabia? Bom, quando eu consigo dormir. Seu cheiro já está saindo dela, do tanto que eu aperto, e choro nela. Não quero me vitimizar nenhum pouco nessas cartas mas, eu não consigo comer nadinha, Sam. Eu sei que Abby vai abrir a boca assim que te ver! Mas, eu realmente não tenho vontade de comer, não é por mal. Eu espero que não fique brava comigo, Sammy... }

- Não estou, meu amor... - eu disse em uma voz quieta enquanto eu chorava em silêncio.

{ Mas na quinta feira, eu consegui comer uma maçã. Enfim, eu vomitei 15 minutos depois, meu estômago está em negação pra qualquer tipo de comida, a não ser água. Eu ainda tenho ânsia de vômito quando coloco uma gota de água na boca, mas me esforço para tomar. Sam, lembra no dia que você foi presa? Que estávamos brigadas por algo tão banal e bobo? Eu me contorço todas as noites ao lembrar que eu estava sem falar com você... eu nem tive tempo de te dar o último abraço, o último beijo... isso tá remoendo dentro de mim. Remoendo tanto, amor... eu quero te pedir perdão pessoalmente por todas as brigas idiotas que já tivemos. Eu realmente tô me sentindo muito mal, meu coração tá doendo demais, e toda vez minha mente me tortura voltando nesse dia, amor... }

Ah, meu amor. Meu amorzinho... eu estava me acabando de chorar, lendo a primeira carta. Porra, que dor no coração.

Eu levo minha mão até meu peito, massageando ali, pois meu coração estava apertado, doendo, e minha respiração estava trêmula, minha garganta fechada, meu nariz escorrendo. Resumindo, pessima.

- Carpenter, o que é? - Sônia me pergunta, preocupada, e se ajoelha no chão.

- Eu... queria estar com ela. - eu digo, chorando como uma criança.

- Menina... - Sônia sorriu, calorosamente. Ela era a mais velha dali, e a mais calma e doce. A única educada, ela realmente era um amor de pessoa. - Daqui 15 dias, não?

- Parecem eternidade. - eu fiz um beicinho, e Sônia soltou um riso genuíno. Mas não pra zombar de mim, ela se comovia com meu estado. - Bonita, devolva a foto 'pra Carpenter... - Sônia estende a mão para Maria Bonita, que se nega.

- Carpenter, quantos você cobra pra eu ficar uma hora com essa foto, lá no banheiro? - Maria diz, e eu prendo a respiração, travando minha mandíbula. Eu ia me levantar, mas Sônia calmamente tocou minha coxa, e negou com a cabeça.

Nojenta. Nojenta. Filha da puta, maldita nojenta!

- Bonita, devolva a foto. Não vê que Sam está sofrendo? E que essa menina é o amor da vida dela? - Sônia encara Maria. - Você mais do que ninguém sabe que é errado cobiçar mulher dos outros. Ainda mais na cadeia, não sabe?