CAP 16.

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POV Kamila Devora.

..

- Meu pai não para de me ligar. - eu disse, me arrumando para a escola.

Dessa vez, eu não usaria uma roupa curta, todas minhas roupas estavam em minha casa e eu ainda não tinha ido buscá-las. Abby me emprestou algumas roupas, e eu estava me odiando.

- Meu Deus, eu pareço um garoto de 12 anos. - eu reclamo pela segunda vez no dia, me encarando no espelho. Sam parou de tomar seu café e soltou um risinho.

- Essa é sua idade real, criança. Só está em outro corpo. - Abby diz, e eu reviro os olhos. - Qual é, essa é minha melhor bermuda!

- Imagine a pior... - eu murmurei, e voltei a me encarar no espelho, e começei a me maquiar.

- Você pode vestir as roupas mais largas e masculinas do mundo, com essa cara de patricinha nojenta... - Abby rebate, e Sam riu, negando com a cabeça vindo pra perto de nós duas. - Chegou a defensora de animais.

- Ei! - eu e Sam falamos ao mesmo tempo. - Você acabou de me chamar de animal? - eu digo arqueando uma sobrancelha.

- Pra descontrair, chatas. Enfim, vou correr. - Abby avisa, saindo do carro e eu voltei a me maquiar.

Sam veio por trás de mim, e me abraçou, descansando seu queixo em meu ombro.

- Cheirosa. - Sam murmurou, e eu sorri, passando iluminador na ponta do meu nariz. - Seu pai está ligando de novo... - Sam diz, encarando meu celular que estava em cima da escrivaninha.

- É, eu sei.

- Você deveria atender, amor. Você... - Sam suspirou. - Bom, você... ainda é menor de idade, seu pai ainda tem direito de saber onde você está.

- Não quero. - eu fiz cara de brava, fazendo um delineado, e Sam sorriu, cheirando meu cabelo.

- Boneca, você pode fazer isso por mim? Atenda, diz que está em alguma amiga ou algo assim. Vai ser melhor, acredita em mim. - Sam disse, enquanto beijava minha nuca, meus cabelos, e pescoço.

Ugh. Eu peguei o celular, logo atendendo a ligação.

— Pai, tudo bem? - eu fiz uma voz amigável.

— Caralho, Kamila! Comprei essa porra de celular pra você pra que?! - a voz do meu pai era grossa, e alta. - Onde caralhos você se meteu, menina? Você tá ficando maluca!?

Enquanto eu recebia o maior esporro da minha vida, eu cuidadosamente contornava meus lábios com um batom marrom.

— ... E é melhor você...

— Pai, estou na casa de Karla. Esqueci de te avisar, e eu sinto muito. Estávamos tão focadas no trabalho da escola que... - eu pensei. - Fiquei longe do meu celular.

Meu pai ficou em silêncio por um tempo.

— Papai quer se desculpar, filha. Eu te machuquei aquele dia que discutimos, eu sinto muito...

Eu suspirei, encarando meu braço, que tinha um minúsculo hematoma ali, por conta do apertão que ele me deu.

Sam pegou meu braço direito, e começou a dar pequenos beijos no hematoma.

— Você escondeu isso de mim, pai.

— Filha, eu tentei sair dessa vida tantas vezes...

— Isso não é assunto para se falar em telefone, pai. Escuta... - eu suspirei. - Eu vou ir 'pra escola, tudo bem? Assim que eu chegar, eu passo ai. - eu avisei, me despedindo dele, e desliguei o celular.

Minha Ex Babá. - Samantha Carpenter.Onde histórias criam vida. Descubra agora