Capítulo 10

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Jeon Somin era uma boa garota, por mais que seu avô quisesse muito uma alfa rude com os outros, com consciência até demais da própria classe na sociedade e posição em relação ao seu segundo gênero

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Jeon Somin era uma boa garota, por mais que seu avô quisesse muito uma alfa rude com os outros, com consciência até demais da própria classe na sociedade e posição em relação ao seu segundo gênero. Somin tinha um bom coração, amava música e arte, flores e animais. E fazia de tudo para agradar ao seu avô, mesmo que fosse difícil atingir as expectativas do mais velho e agir como ele queria.

Deveria ser sempre pontual. Criou o hábito de estar adiantada para tudo, e fez tanto que acabou se tornando natural. Sua hora era controlada e nada saía de sua rotina.

Aprender a tocar todo tipo de instrumento. Lembrava-se muito bem das tardes que passou tentando aprender algo e não conseguia, criando novos calos nas mãos a ponto de sangrar.

Ser uma alfa, saber que seu lugar era o topo. Era gentil demais para agir como seu avô esperava, via os ômegas como seres a serem exaltados por tudo que podiam fazer; eram capazes de gerar e proteger. E Somin ficava encantada, diferente de Seojun. Para o patriarca, alfas eram importantes e melhores e deveriam procriar entre si, sendo assim, impossível a homossexualidade entre alfas.

A garota gostava de observar suas criadas desde filhote, perceber o quanto eram delicadas e tinham cheiro doce. Gostava daquilo nelas, ou neles, em garotos ômega. Não sabia e muito menos percebia, mas era seu instinto natural. Com a sociedade atual, foi criada a ideia de que ômegas devem servir, contrariando décadas de história onde alfas caçavam para alimentar e proteger seus ômegas. Jeon Seojun foi um dos alfas que defendeu fortemente que aquilo era uma ideia equivocada e que alfas eram perfeitos sozinhos.

Perfeitos sozinhos. Jeon Somin não queria ser sozinha e muito menos se casar com um alfa. Ela queria conhecer e se apaixonar por um ômega, ter o vislumbre da sensação de amor recíproco e poder sentir a ligação de almas capaz somente entre ômega e alfa. Ter seu companheiro destinado, assim como tanto lia.

ㅡ Sabe que seu avô detesta quando fica presa em pensamentos, Somin ㅡ Jihye entrou na sala de estar, fazendo a filha dar um pulo no banco do piano.

ㅡ Ele detesta tudo que não seja do agrado dele ㅡ resmungou, desistindo de tocar. Amava sua mãe, mas as vezes sentia um muro em torno dela e era incapaz de ultrapassá-lo.

ㅡ É verdade ㅡ riu sem humor, sentando-se ao lado dela ㅡ mas você é a neta favorita, não é tão ruim assim

ㅡ Claro que é. Tudo tem que ser perfeito. Devo me casar com quem não quero por ele, agir como outra pessoa em frente aos outros por ele. Isso cansa, mãe ㅡ confessou baixinho.

Jihye a puxou para um abraço, o sentimento de culpa pesando.

ㅡ Sei que é difícil, eu mesma passei por isso na sua idade ㅡ aninhou a filha em seus braços. Não podia contar a verdade que tanto escondia para ela; dizer que havia um verdadeiro herdeiro e que seu próprio avô queria ele morto. Era um peso que só ela deveria carregar ㅡ mas fica mais fácil com o tempo

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