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Jeon Somin era uma boa garota, por mais que seu avô quisesse muito uma alfa rude com os outros, com consciência até demais da própria classe na sociedade e posição em relação ao seu segundo gênero. Somin tinha um bom coração, amava música e arte, flores e animais. E fazia de tudo para agradar ao seu avô, mesmo que fosse difícil atingir as expectativas do mais velho e agir como ele queria.
Deveria ser sempre pontual. Criou o hábito de estar adiantada para tudo, e fez tanto que acabou se tornando natural. Sua hora era controlada e nada saía de sua rotina.
Aprender a tocar todo tipo de instrumento. Lembrava-se muito bem das tardes que passou tentando aprender algo e não conseguia, criando novos calos nas mãos a ponto de sangrar.
Ser uma alfa, saber que seu lugar era o topo. Era gentil demais para agir como seu avô esperava, via os ômegas como seres a serem exaltados por tudo que podiam fazer; eram capazes de gerar e proteger. E Somin ficava encantada, diferente de Seojun. Para o patriarca, alfas eram importantes e melhores e deveriam procriar entre si, sendo assim, impossível a homossexualidade entre alfas.
A garota gostava de observar suas criadas desde filhote, perceber o quanto eram delicadas e tinham cheiro doce. Gostava daquilo nelas, ou neles, em garotos ômega. Não sabia e muito menos percebia, mas era seu instinto natural. Com a sociedade atual, foi criada a ideia de que ômegas devem servir, contrariando décadas de história onde alfas caçavam para alimentar e proteger seus ômegas. Jeon Seojun foi um dos alfas que defendeu fortemente que aquilo era uma ideia equivocada e que alfas eram perfeitos sozinhos.
Perfeitos sozinhos. Jeon Somin não queria ser sozinha e muito menos se casar com um alfa. Ela queria conhecer e se apaixonar por um ômega, ter o vislumbre da sensação de amor recíproco e poder sentir a ligação de almas capaz somente entre ômega e alfa. Ter seu companheiro destinado, assim como tanto lia.
ㅡ Sabe que seu avô detesta quando fica presa em pensamentos, Somin ㅡ Jihye entrou na sala de estar, fazendo a filha dar um pulo no banco do piano.
ㅡ Ele detesta tudo que não seja do agrado dele ㅡ resmungou, desistindo de tocar. Amava sua mãe, mas as vezes sentia um muro em torno dela e era incapaz de ultrapassá-lo.
ㅡ É verdade ㅡ riu sem humor, sentando-se ao lado dela ㅡ mas você é a neta favorita, não é tão ruim assim
ㅡ Claro que é. Tudo tem que ser perfeito. Devo me casar com quem não quero por ele, agir como outra pessoa em frente aos outros por ele. Isso cansa, mãe ㅡ confessou baixinho.
Jihye a puxou para um abraço, o sentimento de culpa pesando.
ㅡ Sei que é difícil, eu mesma passei por isso na sua idade ㅡ aninhou a filha em seus braços. Não podia contar a verdade que tanto escondia para ela; dizer que havia um verdadeiro herdeiro e que seu próprio avô queria ele morto. Era um peso que só ela deveria carregar ㅡ mas fica mais fácil com o tempo
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Mordido
Fanfiction❣ jikook | abo | vamp | +18 | shortfic | gatilhos Um ômega lúpus, rejeitado por sua família desde seu nascimento, que apenas desejava encontrar um parceiro, acaba se apaixonando por um Filho da Noite em uma tragédia causada por si próprio. Aquele q...