Capítulo 14

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“Hande Pov”

Assim que sinto a presença de uma luz acesa não tão distante de onde eu estava, abro meus olhos devagar, devido a claridade. Quando o faço, dou de cara com a morena, dormindo ternamente, com a cabeça apoiada na lateral do meu busto.

Sorri ao me lembrar da noite passada e de como conversamos, apesar de minha insistência.

Parecendo saber que estava sendo observada, ela se remexeu. Parei de respirar nesse momento, para que ela não acordasse e se sentisse desconfortável ou algo parecido.

Esperei até que a respiração dela se normalizasse e me desvencilhei de seus braços com cuidado, indo para a recepção da livraria, que ficava do outro lado.

- Com licença, bom dia! – chamei a atenção do senhorzinho, assim que ele abriu a porta.

- O-o quê? Como você entrou aí?

- Na verdade, o senhor fechou aqui com a gente dentro. – explicou.

- Tem mais alguém com você? – ele me encarou surpreso.

- Tem uma moça. – disse. – Ela ainda está dormindo e eu não quis acordá-la. – expliquei. – Ela tem trabalhado muito. Infelizmente, dorme muito mal...

- Ah, eu me lembro dela ter entrado ontem. – rebateu. – Olha, moça. Me desculpe, eu realmente não vi vocês e acabei fechando com vocês duas dentro.

- Não precisa se preocupar. – pedi, já que ele havia feito aquilo sem querer. – Será que o senhor poderia me fazer um favor?

- Claro, querida. – assentiu.

Eu pedi para que ele embrulhasse O Pequeno Príncipe. Pedi também que ele preparasse um café com canela e creme, assim como recebesse uma única rosa que o vendedor da esquina entregaria dali a cinco minutos.

- Eu entrego tudo isso pra sua namorada? – me perguntou e eu arregalei os olhos.

- Ah, não. Nós não somos namoradas. – respondi e ele me olhou desconfiado.

- Tudo bem, filha. Se você diz...- disse e eu assenti.

- O pagamento será no débito. – informei e aguardei que ele pegasse a maquininha para que eu realizasse o pagamento.

- Muito obrigado, minha filha. – agradeceu. – E, mais uma vez, me desculpe.

- O senhor não tem que se desculpar. – disse, buscando uma de suas mãos para apertá-la. -  Eu espero voltar aqui mais vezes.

Passei pelo vendedor de flores e segui meu caminho direto para o estúdio, agradecendo aos céus por ter um kit de emergências por lá, ou eu teria que passar em casa para buscar uma roupa limpa.

Ao passar pela recepção, vi minha amiga.

- Onde você estava? – Zehra perguntou. 

- A minha vida é uma novela mexicana. – revirei os olhos. – depois eu conto pra você. 

- Eu trouxe o seu celular. – ela me entregou o aparelho.
 
- Graças a Deus! Zem, você é uma santa. – agradeci.

- Você anda bem distraída ultimamente...- senti o tom malicioso dela. – O que será que está acontecendo?

- Não enche...– tentei me esquivar. – Eu só esqueci o celular em casa.

- Sei...

- Você não tem mais o que fazer?

- Fotos e mais fotos. – revirou os olhos.

- Não foi pra isso que você quis ser modelo? – perguntei sorrindo.

The loneliestOnde histórias criam vida. Descubra agora