Bem cedo, no outro dia, Hande sentiu duas mãozinhas em seu rosto e tentou espantá-las inconscientemente.
- Handem...- A vozinha sussurrou.
A modelo, ainda muito sonolenta, virou para o lado e colocou o travesseiro sobre a cabeça.
- Só mais cinco minutinhos...- resmungou.
- Você já está atrasada. – resmungou Rose.
Hande abriu os olhos e deu de cara com a menina.
- Ótimo, um despertador ambulante...- revirou os olhos. – Bom dia pra você também, Rose.
- Você dormiu aqui? – Rose perguntou, curiosa.
- Sim e você também. – ela respondeu, corando em seguida. – A sua mãe estava muito cansada e...
- Mamãe devia estar muito cansada mesmo. – pontuou.
- Sim. – disse.
- Ela está dormindo sem roupas. – observou Rose.
Hande arregalou os olhos. E agora, o que diria?
- Bem...
- Vocês estão namorando? – perguntou curiosa.
A turca teve um acesso de tosse com a pergunta, que acabou despertando a outra mulher.
- Bom dia...- cumprimentou as duas, com a voz rouca.
- Mamãe, porque você está sem roupas?
Tijana arregalou os olhos.
- Eu...
- Você e a Hande estavam fazendo neném? – indagou inocente.
- O quê? – rebateu Boskovic, impactada.
Hande gargalhou com a pergunta, recebendo um olhar mortal da morena.
- O que você quer dizer com isso, Rose? – perguntou Tijana.
- Eu aprendi a reprodução sexual, num livro da minha professora...- explicou.
- Você nunca mais vai pra escola! – ralhou.
- Claro que vai, Boskovic! – Hande a repreendeu. – Rose, nós não estávamos tentando fazer neném, ok? – chamou a atenção dela.
- Eu pensei que os bebês fossem feitos de uma vez só e não em partes divididas. – disse, chamando a atenção das duas.
- Como assim, meu amor. Eu não estou entendendo. – pontuou Tijana.
- Nada, mamãe. – deu de ombros. - Então vocês não estavam tentando fazer um bebê...- insitiu Rose.
- Bem, por mais que eu quisesse...- resmungou Hande.
- Hande! – Tijana a repreendeu. – Rose, eu vou levar você até a escola. Preciso voltar para a empresa daqui a pouco.
- Mas mamãe, eu estava aprendendo com a Handem...- tentou argumentar.
- Por favor, filha. – pediu, começando a se vestir.
Hande olhou para a loirinha com pesar.
- Mais tarde a gente conversa mais. – sussurrou como quem conta um segredo.
Rose assentiu e foi em direção da mãe.
- Eu volto para buscar as minhas coisas. – avisou a modelo, pegando a filha pela mão, juntamente com a mochila em cima da mesa.
- Ok. – rebateu, seguindo para o banheiro, buscando tomar um banho relaxante.
Minutos depois, a modelo saiu do banheiro completamente nua, esquecendo da possibilidade da outra mulher estar por ali e ela estava.
- Hande! – a repreendeu, desviando o olhar do corpo dela. – Por que você não saiu do banheiro vestida?
- Boskovic, pelo amor de Deus, você já me viu nua! – rebateu, enquanto procurava pela bolsa dentro do armário. – E você não pareceu se importar, ao dormir pelada.
- Eu só consigo dormir assim! – se defendeu.
- E você acha que eu consegui dormir? – indagou, passando creme nas longas pernas.
- Eu sinto muito por ter feito você dormir no sofá. – pesarou, ainda sem olhar pra ela.
- O sofá foi o de menos, Tijana. – revirou os olhos, se encaminhando para perto da outra mulher. – Passa nas minhas costas?
Boskovic a encarou pela primeira vez, surpresa com a audácia da jovem. Ela não conseguiu sustentar o olhar por muito tempo e acabou descendo em direção aos seios da outra mulher, que pareciam tão atrativos quanto ela se lembrava.
- Meus olhos estão aqui em cima, senhora...- a provocou.
“Você pode fazer isso sem que a devore por inteiro”, pensou Tijana. Mas a turca estava tão naturalmente linda logo pela manhã e estava exalando um cheiro que a empresária sabia que não vinha do hidratante que a modelo havia passado.
Então Tijana se encostou na cabeceira da cama, pra que houvesse espaço para a mais jovem sentar no meio de suas pernas e assim ela fez, entregando o pote de creme em seguida.
- Você está próxima do período fértil? – indagou Tijana, colocando uma quantidade generosa de creme nas mãos e espalhando pelo ombros de Hande, iniciando uma massagem leve.
- Como você sabe? – rebateu suspirando. Sentir as mãos da morena novamente em seu corpo estava sendo uma tortura prazerosa.
- Eu consigo sentir os seus feromônios...- sussurrou.
- E eles estão surtindo efeito? – a provocou.
- Você está nua e no meio das minhas pernas, Baladin. – a respondeu. – Eu não sei que efeito é esse que você acha que possa estar causando...
- Não sabe? – se virou para ela, pegando o pote de creme e o jogando no chão, sentando no colo da empresária em seguida. – E agora, você sabe? – sussurrou no ouvido dela, mordendo o lóbulo esquerdo.
Tijana segurou um gemido, pedindo forças ao céu para ter alto controle, mas quem se importava? Ela não era de ferro!
- Hande...- sussurrou de olhos fechados. – Nós não podemos.
Hande sorriu para a cena da morena tão entregue, sabendo que se insistisse mais um pouco, ela cederia.
- Nós podemos. – beijou os lábios dela. – Você quer...- A beijou de novo, dessa vez pedindo passagem com a língua. – Eu também quero. – sussurrou, finalizando o beijo com uma mordida forte no lábio inferior da outra mulher.
Tijana sentiu que poderia derreter ali mesmo e precisou apertar as nádegas da mais jovem com força, para tentar drenar toda a vontade que estava sentindo.
- Quer saber? Foda-se! – exclamou, virando as duas na cama em seguida. – Você vai me pagar, garota. E vai pagar caro! – a repreendeu, puxando a roupa que tinha colocado antes.
- Mas eu não fiz nada. – pontuou em falsa inocência.
- Ah, não? – puxou o sutiã, ficando apenas de cueca. – Tem certeza?
Hande salivou ao ver o corpo escultural da mulher, quase em cima do seu.
- Você é tão gostosa...- se perdeu por alguns segundos, encarando a barriga trincada.
A morena sorriu, puxando as pernas da outra mulher bruscamente, fazendo com que elas se abrissem rápido.
- Argh...- a modelo gemeu surpresa.
- Isso não responde a minha pergunta...- pontuou, se abaixando para ficar de frente ao que mais lhe interessava no momento.
- Eu não me lembro qual foi...- foi interrompida quando a morena lhe chupou profundamente. – Ah!
- Ah, então a senhorita não lembra? – a provocou, estimulando o seu ponto de prazer com os dedos.
A modelo suspirou quando a outra mulher voltou a chupá-la.
- E-eu...isso! Bem aí! – gemeu quando Tijana pegou um ritmo perfeito.
Boskovic sorriu internamente e continuou investindo nos movimentos repetitivos com a língua, tendo a mulher embaixo de si se contorcendo de prazer e apertando um dos seios. Então ela subiu sua mão direita e apertou o seio livre, que preenchia a sua mão toda. Quando percebeu que a mulher estava prestes a gozar, Tijana apertou o bico do seio que estava segurando com força, fazendo a modelo choramingar e tremer de prazer em seguida.
Satisfeita pelo seu feito, Boskovic se dirigiu até o banheiro, tendo em vista que já estava quase atrasada.
- Você vai me deixar assim? – indagou Hande.
- Preciso entrar em reunião daqui a 10 minutos, Baladin. – a avisou de dentro do banheiro. – E ainda preciso passar na minha sala para buscar uma roupa reserva.
Hande bufou frustrada, começando a se vestir.
- Ok. – pontuou friamente e quando terminou de se vestir, saiu da sala sem se despedir.
Ao sair do banheiro, Boskovic não entendeu nada. Mas não havia tempo para questionamentos, ela teria que correr para não se atrasar, quando encontrou a melhor amiga no corredor.
- Que surpresa! – foi sarcástica. – É bom saber que você está viva.
- Eu preso muito pela sua vida também, Vargas. – rebateu, entrando em sua sala apenas para buscar uma roupa e sair em seguida. – Qual é o motivo desse drama todo?
- Você não atendeu o celular e eu fiquei preocupada. – pontuou. – E quando eu cheguei de manhã, o seu carro ainda estava no estacionamento.
- O que não te faz pensar que eu possa ter vindo mais cedo do que você?
- O fato de isso nunca ter acontecido. – a encarou. – Você dormiu aqui, depois de um plantão de 48 horas?
- Você espera falar sobre isso na sala de reuniões? – ela tentou fugir.
- Não fuja da minha pergunta. – a advertiu. – Aproveita e responda porquê a Baladin saiu do mesmo quarto que você. – pontuou. – E porquê ela estava com uma cara de poucos amigos.
- São muitas perguntas numa frase só. – rebateu. – E isso não é da sua conta.
- Claro que é! – se defendeu. – Eu gosto de saber com quem a minha melhor amiga dorme.
Boskovic consultou o relógio e viu que faltava apenas três minutos.
- Não seja péssima. – revirou os olhos. – A minha filha estava lá.
- A Rose estava lá? – perguntou surpresa. – E desde quando ela gosta de alguém a não ser de você?
- Ela parece estar gostando da Hande. – sorriu minimamente. – A Baladin leva jeito com crianças.
- Eu já percebi isso. – ela abriu a porta do lavabo para que a amiga pudesse entrar junto dela, para trocar de roupa. – Ela acabou de subir alguns pontos no meu conceito.
- Não que ela esteja preocupada com o seu conceito, é claro.
- Faz sentido. – assentiu lavando as mãos. – Agora você me responde porque ela parecia estar chateada.
- Nós transamos. – respondeu simplesmente e a amiga arregalou os olhos.
- Se eu não te conhecesse tão bem, diria que você a deixou lá e correu para se preparar para a reunião...- semicerrou os olhos.
- Foi exatamente o que eu fiz. – concordou, parecendo não enxergar nada de errado naquilo.
- Ela ficou chateada! – pontuou Vargas.
A morena refletiu por alguns segundos, mas não havia muito o que ser feito naquele momento.
- Bem, eu preciso entrar em reunião agora. – disse. – Prometo falar com ela mais tarde.
Vargas a encarou com desconfiança, mas torcendo para que a amiga fizesse exatamente aquilo.
(...)
Depois de uma noite mal dormida e um dia muito cansativo, finalmente havia chegado o momento da modelo ir para casa.
Com sorte, Zehra não demoraria para encerrar suas fotos e a encontraria no estacionamento, para que elas pudessem ir para a casa dela juntas.
Ao adentrar em seu carro, os pensamentos que rodearam sua cabeça durante o dia todo vieram a tona novamente. Como ela poderia ser tão tola em pensar que Boskovic queria algo com ela, além de sexo? Ela só serviria para esse fim, a morena deixara isso claro quando se livrou dela rapidamente depois do sexo.
“Eu preciso relaxar”, pensou, buscando por uma música de Taylor Swift em seu celular. Após algumas faixas, ouviu alguém bater no vidro de seu carro e ficou surpresa por ver quem era.
- Rose? – indagou surpresa, baixando o vidro do carro.
- Você esqueceu o seu livro no estúdio. – estendeu o objeto para a turca.
- Como você sabia que esse é o meu carro?
- A mamãe mostrou. – a menina apontou para onde a mãe estava, mas Hande não olhou na direção.
- Obrigada, raio de sol. – sorriu para a garotinha.
- Você parece mais um raio de sol do que eu...- pontuou pensativa. – É radiante e bonita.
- Ah, então você me acha bonita? – a provocou e a menina revirou os olhos.
- Foi apenas uma cordialidade!
- Certo, senhorita cordial. Eu cordialmente agradeço pelo elogio. – disse, arrancando um sorriso acanhado da garotinha. – Você também é muito bonita.
- Eu sei. – deu de ombros. – Vejo você amanhã, Handem!
- Handem? – perguntou surpresa, uma vez que não tinha prestado atenção quando a menina a chamou assim antes. – Então agora eu tenho um apelido?
- Você faz perguntas demais, Baladin! – a menina ralhou e saiu correndo na direção da mãe.
Hande sorriu com a cena. Elas podiam não ser fisicamente parecidas, mas a personalidade era igualzinha a da morena.
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The loneliest
أدب الهواة[FINALIZADA] Que foi real em nós? Que houve em nós de sonho? De que Nós fomos de que voz O duplo eco risonho Que unidade tivemos? O que foi que perdemos?