Capítulo 15

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“Três dias depois...”

- Você ainda não me disse onde dormiu naquele dia. – pontuou Zehra, assim que entraram no quarto reservado para os modelos.

- Eu fiquei presa na biblioteca da rua 13. – a explicou.

- Sozinha? Você não teve medo?

- Eu não estava sozinha. – a respondeu. – A Tijana estava lá.
Zehra a olhou incrédula. 

- O quê? – indagou. – Que parte eu perdi?

- Eu te disse que a minha vida era uma novela. – deu de ombros. – Você que não que não dá muito crédito ao que eu digo.

- Você está querendo me dizer que ficou presa por uma noite inteira, com a...

- Deusa grega! – interrompeu a fala da amiga. – Eu juro que nunca vi uma mulher tão linda como aquela.

- Ok, deusa grega...- se corrigiu. – Você acha que ela é tão bonita assim?

- Muito mais do que bonita. – respondeu. – Ela em si é meio mágica.

- Não me faça ter náuseas a uma hora dessas, Hande. – Zehra rebateu. – Você está falando como se estivesse apaixonada por ela.

- Talvez eu esteja. – sussurrou.

- Você o quê!? – gritou.

- Não grite! – ralhou massageando o ouvido.

- Me desculpe. – pediu culpada. – É sério? Ela é a sua chefe!

- Acontece nos melhores filmes! – deu de ombros, fingindo não se importar, mas realmente se importava. – Olha, eu acho melhor você ir...

- Como assim você vai me expulsar na melhor parte? – perguntou revoltada.

- Eu preciso estar no estúdio infantil em alguns minutos. – falou, checando o relógio. – Depois conversamos.

- Ok! – revirou os olhos. – Te vejo em breve.

- Certo. – rebateu, indo em direção a porta. – Bico calado, hein?

- Minha boca é um túmulo. – respondeu. – Boa sorte com as crianças!

- É uma injustiça que não possamos ficar juntas! – ralhou Hande.

- Ninguém mandou você se interessar pela pior parte da moda! – ralhou. – Mas, os pirralhos amam a tia Hande...

- Sua...

- Ande logo! – a instigou. – Nos falamos depois.

Zehra deu de ombros e seguiu para os seus afazeres. Hande acompanhou a amiga, até que ela desaparecesse pelo corredor, então ela fechou a porta.

- Que Deus me ajude...- pediu baixinho.

(...)

Ao entrar no estúdio em que ficavam os modelos mirins, a modelo suspirou profundamente, ao notar que havia apenas uma garotinha ali, até agora. 

- Olá, bom dia! – cumprimentou a menina, que a ignorou completamente.  – Oie, tudo bem?

- Bom dia. – a garota a respondeu, friamente.

- O que faz aqui tão cedo? – tentou se aproximar da garota. 

- A minha mãe me deixou aqui, porque eu ainda não consegui entrar para a escola que a minha irmã estuda. – explicou a encarando. – Você é algum tipo de babá?

- Não.

- Então, o que faz aqui?

Hande contou até cinco mentalmente.

The loneliestOnde histórias criam vida. Descubra agora