“Seis meses depois”
Era noite na Turquia, quando Hande foi convidada para uma reunião no clube em que jogava.
- Espera, deixa eu ver se entendi. – chamou a atenção dos diretores. – Vocês querem que eu vá para Sérvia, passe um mês lá com pessoas que eu nunca vi na vida, com uma jogadora que sequer sei quem é e depois volte com ela para a Turquia e passe ainda mais tempo com ela, tudo isso para que ela se ambientalise com o nosso país?
- Isso mesmo, Hande. – o mais velho a respondeu.
- Eu quero saber em qual momento eu deixei de ser jogadora para ser babá de gente velha!
- Não esqueça os seus modos, Baladin! – Mustafar, presidente do clube, a repreendeu.
- Desculpe, senhor. – pediu envergonhada. – Mas eu não estou vendo sentido nessa situação.
- Você é a única do clube que fala turco e inglês perfeitamente. – a explicou. – Precisamos de alguém como você.
- Por que ela simplesmente não pode vir pra cá? – bufou frustrada.
- É a primeira vez que ela sai do país dela para jogar. – disse pacientemente. – Precisamos ajudá-la com o processo e você é a pessoa perfeita para isso.
- Mas eu odeio frio! – reclamou. – Como vou viver sem as praias?
- Não torne as coisas mais difíceis do que parece. – pediu. – Você não vai morrer se passar um mês sem ir a praia.
- Eu posso voltar nos fins de semana? – perguntou esperançosa.
- Não. – foi firme.
- Eu posso ao menos saber quem é? – questionou revoltada.
- Infelizmente não. – falou. – A negociação é totalmente sigiloso e não podemos arriscar que algum outro clube faça uma oferta ainda maior do que a nossa.
A turca bufou frustrada.
- Tudo bem. – resmungou a contragosto. – Eu vou.
- Eu sabia que podia contar com você, Hande. – sorriu satisfeito. – O seu embarque é na próxima semana, esteja preparada.
“Como se eu tivesse escolha” pensou, revirando os olhos internamente. Ela, de fato, odiava passar frio e a Sérvia era um país extremamente gelado. Com sorte, aquele mês padaria rápido.
(...)
Já na Sérvia, a morena estava deitada no quintal de sua casa, com suas melhores amigas e sua irmã.
- Eu ainda não acredito que você vai nos deixar. – murmurou Dajana.
- Não seja dramática, irmã. – pediu Tijana. – Não é como se eu fosse jogar no Japão.
- Por que você escolheu a Turquia para jogar? – a mais velha quis saber. – Eu lembro que a proposta do time italiano era mais tentadora.
A oposta sentiu as bochechas esquentarem e desviou o olhar das amigas.
- Ela quer tentar reencontrar alguém. – disse Mirkovic maliciosamente.
- Não quero, não! – tentou se defender.
- Quem? – quis saber Dajana.
- Ninguém! – Tijana se adiantou.
- Qual é? Você não vai contar para a sua irmã? – Buja a provocou.
- Contar o quê, gente? – insistiu. – Tica?
A morena revirou os olhos.
- Vocês são duas fofoqueiras! – repreendeu as amigas.
- Você que está sendo medrosa! – rebateu Mirkovic.
- Tica? – Dajana foi um pouco mais incisiva.
- Quando estivermos na Turquia, eu conheci uma garota na balada. – começou a explicar. – Nós passamos a noite inteira juntas.
- Juntas? – arqueou a sobrancelha. – Juntas como?
- Nós ficamos, Dajana. Será que é difícil de entender sem que seja explicado obviamente? – a morena esbravejou.
- Por que está sendo grossa? – a mais velha encarou a irmã.
- Porque é agora que você vai me julgar?
- Por que raios eu faria isso, Tijana? – perguntou revoltada.
- Não é isso que você vai fazer? – perguntou esperançosa.
- É óbvio que não, sua tonta! – rebateu.
- Você é a melhor, Daj! – Mirkovic comemorou. – Ela não sabia como te contar sobre isso.
- É. Eu acho que ela não contaria tão cedo. – completou Buja.
- Eu devia nunca mais falar com vocês duas! – reclamou Tijana.
- Tica, você está fazendo parecer que matou alguém. – pontuou Dajana. – É completamente normal se sentir atraída por garotas, maninha.
- Eu nunca tinha me sentido assim. – confessou.
- Como dizem, para tudo tem a sua primeira vez. – disse. – Sempre irá existir uma garota bonita que irá chamar mais a atenção.
- Ela não era bonita. – Mirkovic a interrompeu. – Era lindíssima!
- Era mesmo. – concordou Buja.
- Você tem talento, heim? – cutucou a irmã. – Ela era turca?
- Sim. – respondeu Tijana, timidamente.
- Elas geralmente são muito lindas mesmo. – concordou Dajana.
- São mesmo. – Mirkovic também concordou.
- Você também ficou com uma turca? – a mais velha de todas elas quis saber.
- As duas sumiram e me deixaram sozinha! – a oposta respondeu.
- A turca não tirava os olhos de você, a gente tinha que fazer alguma coisa! – rebateu Buja. – Você devia agradecer a gente, sua ingrata!
- Ah, me desculpe. – levantou a mão em sinal de rendimento. – Muito obrigada por ter me deixado sozinha, Bianca!
- Não precisa nos agradecer por ter proporcionado o melhor encontro da sua vida! – reclamou Mirkovic. – Você passou meses falando dela...
- Como foi o encontro? – Dajana cortou a garota. – Aliás, como é o nome dela?
- O nome dela é Hande. – respondeu.
- Ela mostrou a Tica como é belo esse mundo...- debochou Buja, fazendo uma alusão ao filme Aladim.
- Cala a boca, Bianca! – a repreendeu. – Ela me levou a praia para vermos as estrelas e depois fomos passear de balão.
- O quê? – perguntou impressionada. – Ela te levou para voar de balão?
- Eu disse que ela mostrou como é belo...- resmungou Bianca.
- Então foi perfeito! – exclamou Dajana. – Você deu sorte, maninha.
- Foi. – pontuou de mal humor, já que odiava ser exposta.
- Ela vai para a Turquia apenas para tentar encontrar a Hande. – falou Mirkovic.
- Claro que não! – a morena se defendeu.
- A quem você está querendo enganar? – insistiu Bianca.
A oposta fuzilou as amigas com o olhar, mas teve sua atenção desviada por seu segurança, que a chamou de longe.
- Tijana, está na hora de irmos até o aeroporto! – gritou de longe.
- Graças a Deus vou me livrar de vocês! – resmungou, recebendo várias frutinhas em seu corpo arremessadas pelas garotas.
Nova a esperou pacientemente, até que a garota se aproximou dele.
- Vamos?
- Sim. – o respondeu, seguindo para o carro. – Tomara que ela não demore muito.
- O avião irá pousar em dez minutos. – disse, abrindo a porta do motorista. – Não irá demorar.
- Eu espero. – resmungou, buscando por seus fones de ouvido.
Novan assentiu e passou a prestar a atenção na estrada. Assim que os dois pisaram no aeroporto, Tijana se deu conta de um fato.
- Como vamos achá-la, se não sabemos quem é? – perguntou preocupada.
- Eu sei quem é. – a tranquilizou. – Aliás, ela está vindo na nossa direção.
Assim que a morena olhou para onde o segurança indicou, sentiu que seu coração parou de bater por três segundos, quando a outra garota estancou no lugar.
- No-Novan, por um acaso, a garota seria aquela de casaco marrom e calça preta? – perguntou, sem tirar os olhos dela.
- Perfeitamente. – respondeu, se adiantando para encontrar a garota. – Olá, senhorita Baladin. Deixe-me ajudá-la com as malas...
Hande saiu do transe em que se encontrava e encarou o homem.
- Claro. – assentiu, lhe entregando suas malas.
- Venha. – Novan pediu e a garota assim o fez.
Assim que chegou perto da morena, Hande abriu o maior sorriso que Tijana já a vira dar.
- Olá, Tijana. – a cumprimentou. – Eu te disse que nos encontraríamos novamente, não disse?
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Love Story
Fanfiction[FINALIZADA] Dizem que existe três amores que você conhece durante toda a sua vida. O primeiro, geralmente vem durante a adolescência e dura pouco. O segundo, te deixa marcas que você imagina jamais superar. O terceiro, é o seu grande amor. Mas Tija...