Capítulo 32

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Oi...tem alguém ai?
Mil desculpas por não ter postado o capítulo no fim de semana, vidas. A vida tá um caos e eu tô tentando acompanhar 🤧

Eu acho que dois pedidos foram atendidos nesse capítulo e o que é mais incrível é que ele já estava escrito antes do pedido (estamos conectadas 🧡) Não me recordo quem foi que pediu, então se acuse 🤣

Como eu havia dito, esse é o penúltimo capítulo da fic. Muito obrigada por cada comentário, vocês fizeram os meus dias melhores. Acompanhar os surtos do Eczacibasi, enquanto eu brincava de escrever isso aqui era muito massa, porque as meninas já são mulheres agora e eu tinha que imaginar elas bem piticas 🥺

No processo criativo, eu tive que rever alguns jogos do Eczacibasi e ver a evolução da Hande no time foi incrível, assim como doloroso (coitada da minha criança que não tinha um emocional tão bom), mas ela conseguiu dar a volta por cima 🙏🏻

Enfim, gente. Eu espero que aproveitem 🧡

Prometo voltar o quanto antes com o último capítulo.



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- Por que diabos está tão estressada? – indagou Novan, colocando as malas da chefe no carro dele.

- Vamos jogar a final daqui a uma semana. – respondeu. – E estou nervosa por isso.

- Vocês não ganharam todas as partidas e você se saiu como maior pontuadora?

- Sim, mas é a minha primeira final. – argumentou. – E se eu não conseguir me sair bem?

- Eu acredito que irá conseguir. – tentou acalmá-la. – Mas temo que não seja eu a pessoa quem mais te acalma.

- Não seja idiota...

- Você se transforma em outra pessoa quando está com ela. – pontuou. – Alguém já te disse isso?

- Ela merece a minha melhor versão. – se defendeu. – E ela é a melhor coisa que já me aconteceu na vida.

- Como sabe?

- Como sei o quê? – devolveu confusa. – Você nunca esteve apaixonado?

- Não. – admitiu. – Nunca encontrei uma garota que despertasse esse meu lado e queria saber como é.

Tijana sorriu ao lembrar da namorada.

- O rosto dela é a primeira coisa que eu vejo quando fecho os olhos para dormir e isso também acontece quando eu acordo. – começou a explicar. – Ela não faz ideia, mas ela é o meu melhor momento e quando tenho algum dia estressante, basta apenas que eu a olhe no fim do dia para que tudo isso seja esquecido. – continuou. – Quando ela me olha e percebe que estou exausta, ela me abraça e faz com que tudo fique melhor.

- Ela funciona como um tipo de calmante para você, não é?

- Mais ou menos isso. Olhar para ela me traz uma calmaria absurda e nos momentos mais tensos dos jogos eu faço exatamente isso e tento me aproximar para abraçá-la sempre. – sorriu. – Além de ser extremamente linda e adorável.

- Ela pegou você de jeito. – sorriu para ela.

- Eu a amo e tenho mais certeza disso a cada dia que passa. – suspirou. – Ela disse que faríamos uma viagem surpresa, porque temos três dias de folga até voltarmos para os treinos.

- E ela vai te levar de jatinho particular. – debochou. – Será que a irmã da Hande não aceita sair comigo? Eu adoraria ser mimado desse jeito.

- Tente sair com a Eda e veremos o resultado. – debochou de volta. – Eu tenho a Baladin mais tranquila, com certeza.

- Imagina a menos tranquila!

- Novan!

- Ela é tempestuosa, Tijana. – se defendeu.

- Talvez um pouquinho...- deu de ombros. – Agora me leve até o aeroporto e sem mais ofensas a minha namorada!

- Você quem manda. – afirmou, fechando o porta-malas e indo para o banco do motorista.

- Novan? – chamou a atenção dele, assim que os dois estavam no carro. – Alguma novidade?

- Infelizmente não, senhora. Mas acho que consegui um rastro. – a respondeu.

Boskovic suspirou frustrada.

- Bem, é melhor do que nada. – resmungou.

(...)

Quando elas finalmente já estavam devidamente acomodadas para o voo que duraria poucas horas, Hande fechou a porta que dava acesso a suíte master que pertencia aos seus pais com uma certa força.

- Por que fez isso? – indagou Tijana, se assustando com a ação da namorada. – Você me assustou!

- Ah, eu pensei que você tinha perdido a capacidade de sentir algo. – debochou, subindo em cima da cama.

- Não estou entendendo...- a olhou confusa. – O que quis dizer com isso?

- Não precisa entender. – respondeu friamente, se cobrindo em seguida.

- Hande...- suspirou profundamente, tentando manter a paciência. – O que foi que houve?

- Eu não sei, você não tem nada para me dizer? – rebateu. – Ou prefere que eu chame a aeromoça e ela responda por você?

Então era aquilo: ciúmes. E aquela era a primeira vez que a turca demonstrava de uma forma mais incisiva e Tijana estava pensando em uma maneira de lidar com aquilo, sem que elas brigassem.

- Ótimo, é melhor que eu toque o sininho e ela apareça. – sorriu sarcástica. – Quem sabe ela até durma no meu lugar!

- A sua atitude não está sendo legal...- foi o que a morena conseguiu dizer.

- Ah, e o que seria legal pra você? – retrucou. – Praticamente me jogar no seu colo enquanto você come?

- Hande...

- Eu poderia pedir para o piloto voltar para o aeroporto apenas para que aquela vadia descesse do meu avião! – exclamou. – Poderia fazer com que ela fosse demitida num piscar de olhos!

Boskovic arregalou os olhos.

- Você não pode fazer isso com as pessoas! – falou a primeira coisa que veio a mente.

- Então você a defende? – perguntou com ainda mais raiva. – Vá até lá e aproveite a vista, Boskovic. Você nunca mais irá vê-la na vida, porque eu duvido muito que ela volte a pisar na Turquia.

- Você está sendo idiota ao insinuar que eu vou atrás dela!

- Você não quer ir? – fingiu inocência. – Eu pensei que você estivesse adorando a presença dela no jantar...

- Eu não notei a presença dela dessa forma que você está dizendo! – se defendeu.

- Não se faça de desentendida! – a atacou. – Ela estava praticamente com os peitos na sua cara e quase sentando no seu colo.

- Eu não prestei atenção...

- Você sabe o quanto eu me segurei para não avançar sobre os cabelos dela e puxar fio por fio? – indagou. – E ainda esfregar na cara dela que você é minha, Tijana?

A morena ignorou o comentário e se deitou ao lado da turca.

- Eu não quero que você durma comigo. – resmungou Hande.

Boskovic se levantou rapidamente da cama.

- Para onde pensa que vai? – a turca perguntou, ao ver a morena perto da porta.

- Você está sempre me expulsando de perto de você. – respondeu friamente. – Estou cansada disso, Hande. Então vou dormir no outro quarto. – a olhou de relance. – E se você sugerir que eu estou indo atrás de alguém novamente, quem vai pedir para o piloto voltar sou eu e nós duas paramos por aqui.

Ela disse isso e fechou a porta atrás de si. Não saberia como lidar com a viagem sozinha devido ao lugar ser reduzido e não do tamanho de um avião normal. Também não haviam pessoas para que pudessem lhe distrair de seu medo de lugares fechados, mas ela precisava daquilo, ou iria acabar brigando feio com a namorada. Então ela entrou no quarto vizinho, que era quase tão grande quanto o que Hande estava e se deitou por baixo das cobertas.

Minutos se passaram e a sérvia ainda estava com o coração acelerado e sentindo o seu corpo tremer levemente. O ar parecia rarefeito e respirar estava cada vez mais difícil.

No outro quarto, Hande tentava parar de chorar ao notar a burrada que tinha feito por conta de seu ciúme. Aquele novo sentimento lhe bagunçou de uma forma que ela não conseguia explicar, apenas lamentar pelo que houve.

As palavras de Tijana não saíam de sua cabeça, quando ela pareceu lembrar de um fato.

- Droga! – exclamou, saltando de cima da cama. – Ela tem fobia de lugares fechados...

A turca abriu a porta do quarto em que a namorada estava e a viu encolhida no canto da cama, totalmente coberta. Ela sentiu ainda mais vontade de chorar, mas aquele não era o momento. Então ela fechou a porta atrás de si e subiu na cama devagarinho, puxando a coberta para ficar debaixo também.

- Tica? – a chamou baixinho e se aproximou dela.

A morena não respondeu nada, mas virou-se para olhá-la e Hande reconheceu o medo no olhar dela, então a puxou para os seus braços.

- Está tudo bem, meu amor...- a apertou e a sérvia enfiou a cabeça no pescoço dela. – Nós estamos seguras, ok? Será uma viagem curta, então nós podemos passar por isso juntas.

Boskovic respirou fundo e foi como se o aroma que sentiu a acalmasse um pouco mais.

- Continue respirando. – pediu Hande, a acariciando nas costas. – Alivia se distrairmos você. – a lembrou. – Então eu vou fazer um jogo de perguntas e respostas, sim?

- Certo...- sussurrou.

– Eu começo e a pergunta é: qual foi a sua maior frustração no vôlei, que não tenha nada a ver com você ou com a sua seleção? – indagou. – A minha foi não poder assistir a seleção cubana disputando campeonatos como antes.

- Cuba? – perguntou surpresa. – Eu achava elas um pouco deselegantes. Se alguém gritasse na minha cara, eu não sei o que faria.

- Era uma estratégia de jogo. – rebateu. – Eu também morreria de raiva se alguém me provocasse. – pontuou. – Agora é a sua vez.

- A minha maior frustração foi não ver a Rússia sendo campeã olímpica. – respondeu e Hande riu. – Ora, do que está rindo?

- Você gosta das russas?

- Eu gostava da Gamova, tá legal? – se defendeu. – Ela era brilhante.

- Sabe que eu tenho certeza que você vai superá-la algum dia? – fez a pergunta mais para si mesmo do que para outra garota.

- Eu acho que me sinto bem melhor, Hande. Não preciso que me iluda. – respondeu envergonhada.

- Você é tão habilidosa e ainda é tão jovem. – pontuou. – Mas, por favor, seja campeã olímpica! – continuou a sorrir.

- Do que tanto ri? – a olhou curiosa.

- Estou me lembrando de como a vida pode ser engraçada em alguns momentos e nos surpreender. – refletiu. – Elas sempre foram uma pedra no sapato da seleção brasileira e a seleção brasileira também foi para elas. E o mais emocionante era que uma queria o que a outra não tinha.

- A Rússia queria o ouro olímpico...- lembrou Tijana.

- E o Brasil queria o campeonato mundial. – completou. – Mas eu sempre achei as russas muito prepotentes e arrogantes.

- Elas são russas, Handem. Não esqueça que todas elas são assim...

- É, mas em Londres foi diferente. – disse Hande. – Elas pareciam tão seguras de que iam ganhar.

- A campanha da seleção brasileira foi péssima em Londres. – lembrou. – Elas quase não passaram da fase de grupos. Se os Estados Unidos perdessem o último jogo, elas eliminariam o principal rival, mas elas jamais fariam isso.

- Não fariam mesmo. – completou Hande. – Aquela honestidade mereceu a prata.

Agora foi a vez da oposta rir baixinho e Hande sentiu o coração aquecer.

- Eu pensei que você iria dizer que elas mereciam o ouro!

- Ninguém merecia o ouro mais do que o Brasil, Tica. Não brinque com uma coisa dessas! – a cutucou. – Foi tão fácil em Pequim e em Londres foi totalmente o oposto.

- Tem razão. – concordou. – Admiro a maneira de como elas são resilientes.

- Eu também. – rebateu. – Outra pergunta?

- Já estou calma o suficiente, Hande. – respondeu bocejando. – É bom que durmamos um pouco...

Hande segurou o rosto dela delicadamente com uma mão, a fazendo olhar para ela.

- Eu fui tão idiota com você. – sussurrou. – Não há nada que eu diga que justifique ou que amenize a situação. – continuou. – Eu senti ciúmes e coloquei tudo para fora por pura raiva. Devia ser como você: me afastar para entender a situação. – disse. – Você não é minha propriedade, Tijana e eu jamais deveria ter insinuado que você iria atrás de outra pessoa, estando namorando comigo.

- Hande...- tentou falar.

- Não vou justificar que tive medo de te perder, ou que foi uma o insegurança minha, porque isso não existe mais. – a interrompeu. – Foi pura raiva e eu explodi. – lamentou. – Não estou aqui apenas para pedir desculpas por isso, porque eu sei que um pedido de desculpas não vai amenizar nada, mas eu só queria que me desculpasse por te mandar embora outra vez. Se eu tivesse me lembrado do seu medo, jamais...

- Eu também te devo desculpas. – foi a vez da morena interromper. – Foi a primeira vez que você sentiu isso tão avidamente e eu não soube lidar com a situação e quis apenas fugir. – disse a acariciando no rosto. – Nenhuma briga jamais irá nos separar e eu sugeri que isso aconteceria. Então, se você tem a sua parcela de culpa, eu também tenho a minha.

Hande suspirou.

- Eu ainda acho que tenho mais culpa. – sussurrou. – Devia apenas ter tacado aquela assanhada porta a fora do avião, com ele no ar...

- Hande!

- Foi apenas um pensamento intrusivo, amor...- se defendeu.

A morena sorriu.

- Obrigada por ter vindo até aqui me socorrer. – agradeceu.

- Eu vim assim que me lembrei. – pontuou. – Me desculpe se demorei.

- Foi tempo o suficiente. – voltou a enterrar a cabeça no pescoço da namorada. – Acho que somos totalmente dependentes uma da outra.

- Não acho isso. – rebateu. – Acho que somos completas e, quando nos juntamos, transbordamos. Você me dá sempre, o que em você é abundante. Assim como eu.

Boskovic refletiu sobre aquilo.

- Faz total sentido. – concordou. – Eu te amo demais e as vezes isso é tão intenso...

- Pelo menos você consegue controlar a sua intensidade. – rebateu Hande. – Já eu, colocou tudo pra fora.

- Eu não quero que mude por minha causa. – pontuou.

- E eu não quero que você tenha que lidar com alguém descontrolado. – a acariciou. – Seria uma mudança para fazer com que eu me sinta melhor também.

- Eu gosto de você do jeito que é. – sussurrou. – O episódio de hoje saiu do seu controle, mas eu gosto de como você parece ser um furacão.

- E você parece uma brisa fresca de outono. – a beijou. – A calmaria em pessoa.

- Não é bem assim, vai. Estou uma pilha de nervos para o último jogo. – a lembrou.

- Por isso que nós vamos viajar. – rebateu Hande. – Para que você relaxe.

- Não vai me contar para onde estamos indo? – arqueou uma sobrancelha.

- Você irá descobrir em breve. – respondeu sorrindo.

(...)

O avião havia pousado tranquilamente e as duas desceram dele assim que foram permitidas. A aeromoça apareceu para se despedir das garotas e Hande a cumprimentou educadamente e Tijana sorriu amarelo.

Assim que estavam de fato dentro do aeroporto, Boskovic reconheceu o lugar.

- Estamos na Sérvia...- sussurrou, reconhecendo o seu idioma nas placas de orientação do aeroporto. – Hande, você...

- Surpresa! – a olhou sorrindo.

A morena sentiu seus olhos enxerem de lágrimas e a olhou de volta, tendo certeza que estava diante do amor da sua vida, então ela a puxou para um abraço forte.

- Eu te amo tanto...- falou baixinho, sentindo as primeiras lágrimas escorrer.

- Eu também te amo. – tentou se soltar, mas a garota a segurou.

- Canim, estão olhando pra gente...- argumentou, mas não teve resposta. – Canim benimin, alguém pode reconhecer você!

Ao ouvir aquela constatação, Boskovic a soltou.

- Do que me chamou?

- De minha doce querida. – sorriu. – Eu tendo a esquecer o inglês quando fico nervosa.

- Aprendi mais duas palavras em turco. – sorriu de volta, limpando as lágrimas no casaco.

- Logo, logo você estará fluente. – garantiu. – Agora vamos até o estacionamento, sim?

- Aqui não tem elevadores. – suspirou aliviada.

- Não? – a olhou sem entender. – Faz sentido, eu não me lembro de ter entrado em nenhum elevador aqui. A cidade é bem pacata mesmo...

- O aeroporto é simples e só têm dois voos por dia. – explicou, começando a andar.

- Se você não fosse uma jogadora de vôlei, eu nunca teria encontrado você. – resmungou. – Não que eu esteja reclamando da cidade, mas é muito interiorana, não é?

- Não é como Istambul, Handem. – rebateu. – Onde estão as nossas malas? – mudou de assunto.

- No carro que está esperando pela gente. – respondeu. – Eu pedi que deixassem dentro dele.

- Como planejou tudo isso sem eu perceber?

- Eu quis fazer uma surpresa. – deu de ombros, ao chegarem no estacionamento. – Eu dirijo ou você?

- Você, claro. – respondeu, entrando pelo lado do passageiro.

- Sou sua motorista particular. – Hande revirou os olhos. – Vamos para o primeiro lugar que eu imagino que queira ir.

- A casa da vovó! – sorriu para a namorada. – Espera, é o lugar que eu ou você quer ir?

- Você me conhece tão bem...- deu de ombros. – Vamos ver a Mirna!

(...)

Ao estacionar na frente da casa da sérvia mais velha, Hande buzinou e chamou a atenção dela, que estava no jardim. Tijana saiu correndo para abraçar a avó, passando pelo portão que estava sempre aberto.

- Vovó! – exclamou a abraçando.

- Tica? O que faz aqui? – indagou, no meio do abraço. – Você não deveria estar na Turquia?

- Eu a trouxe, Mirna. – Hande apareceu atrás da morena.

- Minha linda jóia turca! – sorriu ao ver a garota. – Venha aqui me dar um abraço!

- Dou quantos a senhora quiser...- pontuou a abraçando. – Senti saudades do seu cheirinho de lavanda.

- E eu senti saudade de vocês...- a soltou. – Que grata surpresa.

- Foi uma surpresa para mim também, vovó. Eu só soube quando chegamos aqui. – disse Tijana.

- Ela anda estressada demais e nós temos três dias de folga. – pontuou Hande. – Achei que fosse melhor trazê-la de volta para casa para rever a família e para que eu pudesse ver a senhora, é claro.

- Ela inventou essa desculpa só para ver a senhora, vovó. Não tem nada a ver comigo. – Boskovic abraçou a namorada de lado.

- Vocês vão passar tão pouco tempo...- reclamou Mirna.

- Mas é tempo o suficiente para matar a saudade da senhora. – disse Hande. – Eu só preciso confirmar o aluguel de uma casa e...

- Como assim? Você não vai ficar aqui? – perguntou magoada.

- Ou você pode ficar na casa dos meus pais. – rebateu Tijana.

- Eu pensei em alugar...

- A casa da minha filha fica muito longe daqui. – interviu Mirna. – Você sabe como os Boskovics são, adoram se isolar...

- Vovó! – Tijana a repreendeu. – Não se esqueça que foi a senhora quem nos deu esse sobrenome!

- Eu sou a exceção a regra! – rebateu. – Hande, querida. Você fica na minha casa, sim?

- Então eu vou ficar aqui também. – se adiantou Tijana.

- Por que quer ficar aqui? – encarou a neta.

- Porque nós dormimos juntas. – respondeu, como se fosse óbvio.

- Tica...- Hande tentou chamar a atenção dela.

- Amigas podem passar três dias dormindo separadas. – argumentou Mirna.

- Não somos amigas. – rebateu Tijana.

- Tica! – a turca arregalou os olhos.

- O quê? – a olhou sem entender. – Mamãe não te falou? Somos namoradas, vovó.

- E você me diz isso assim? – Mirna indagou incrédula. – A sua mãe não me contou nada!

- Milagres acontecem. – a Boskovic mais nova deu de ombros.

- Então vocês estão namorando...- a mais velha encarou a turca seriamente.

- Apenas se a senhora aprovar! – se adiantou Hande.

- Hande! Nós namoramos há quase um mês...- a repreendeu.

- Não tínhamos falado com a sua avó antes! – se defendeu. – Mirna...

- É claro que eu aprovo, minha princesa. – a tranquilizou. – Estou muito feliz que isso tenha acontecido.

- Provavelmente está mais feliz do que eu, vovó! – Tijana revirou os olhos.

- Certamente. – sorriu Mirna. – Vamos entrar, meus amores. Eu fiz bolinhos quentinhos...

- Alá, eu entrei para a família certa! Já mencionei o quanto amo a senhora hoje? – sorriu Hande, seguindo a mais velha e deixando a namorada de lado.

- Eu mereço...- Tijana revirou os olhos.

(...)

- Hande! – exclamou Vuk, assim que viu a turca sair do carro estacionado na propriedade dos Boskovic. – Que saudade de você!

- Como você está, querida? – Verna se aproximou para abraçá-la.

- Você fez uma boa viagem? – Dajana foi a próxima a abraçá-la.

- Trouxe agasalho extra? – Ljupko foi o último a cumprimentá-la.

- Oi, meus amores! – sorriu Hande. – Eu estou ótima e vocês?

- Vamos entrar! – exclamou Verna.

- Eu estou aqui, tá legal? – Tijana chamou a atenção deles.

- Olá, querida. – o pai foi o primeiro a notar a filha. – Você avisou para ela trazer agasalhos extra?

- Ela fez uma surpresa para mim, papai. Eu não sabia que viria. – a oposta revirou os olhos pela milésima vez.

- Você fez uma surpresa para ela? – Verna indagou surpresa.

- Bem, sim...- Hande respondeu envergonhada.

- Como? Geralmente as passagens tem de ser agendadas meses antes...- pontuou Dajana.

- Nós viemos de jato. – explicou Hande.

- Vocês alugaram um jato para vir até aqui? – questionou Vuk.

- Na verdade...- a turca tentou explicar.

- Por que não entramos e almoçamos? Estou faminta! - Tijana a interrompeu, a salvando da explicação.

- Tem razão, querida. Nós fomos muito mal educados. – pontuou Verna. – Vamos entrar.

Hande lançou um olhar  agradecido para a namorada. Ela odiava falar sobre os seus pertences e odiaria mais ainda se tivesse que falar para a família da namorada que ela foram até a Sérvia no avião de sua família.

Eles seguiram para dentro da casa e fizeram a refeição entre conversas leves e engraçada. Tijana observou tudo e se sentiu em paz pela primeira vez em dias. Hande realmente havia feito um bom trabalho em levar a namorada até o seu país para ver a família e a oposta não poderia se sentir mais grata do que estava em relação a isso.








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