Capítulo 31

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Olá, vidas. Voltei 🧡

Faltam apenas dois capítulos para o fim, que eu não sei se foi bom ter avisado que estava próximo ou simplesmente ter deixado vocês perceberem (eu prefiro que me avisem) 🤧

Espero que gostem 🧡


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O dia havia amanhecido rápido e, por um milagre, Hande acordou primeiro e teve uma ideia, então resolveu acordar a namorada.

- Tica...- a chamou.

- Hum? – resmungou sonolenta.

- Vamos lá fora...

- Deite, Hande. Você ainda está sonhando. – pediu.

- Estou acordada. – a cutucou. – Vamos?

Tijana abriu os olhos e a encarou surpresa.

- Por que raios está acordada a essa hora? – indagou, sentando na cama. – Você nunca acorda primeiro, muito menos a essa hora...- encarou o relógio. – São quase cinco horas!

- Eu quero que você veja o nascer do sol. – pontuou.

- Não podemos ver o pôr do Sol? – sugeriu.

- Tica! – a repreendeu.

- Está bem, está bem. – se deu por vencida. – Vamos procurar por casacos e botas. Lá fora deve estar alagado.

- Vamos! – respondeu animada.

As duas se prepararam e foram até a área do jardim que dava uma vista privilegiada para as montanhas, onde o Sol já estava nascendo.

- Observe cada detalhe deste momento. – pediu Hande.

Boskovic, mesmo estando sonolenta, não desviou o olhar das montanhas, enquanto o sol surgia.

- Mesmo depois de uma grande tempestade como a de ontem, o Sol sempre irá surgir. – a turca sussurrou.

- É um lema e tanto. – pontuou Tijana. – E também é lindo.

- É, não é? – a abraçou por trás. – Eu costumava sempre observar o nascer do sol, quando dirigia durante a madrugada.

- Você não faz mais isso. – observou. – desde que nos reencontramos, você não saiu para dirigir a noite, estou certa?

- Está. – afirmou.

- E também passou a dirigir com mais cuidado, – continuou. – e não como se estivesse fugindo da polícia.

- Tem razão. – afirmou novamente.

- Por quê? – a morena quis saber.

Hande suspirou profundamente e a soltou.

- Você consegue se lembrar de quando me perguntou porquê eu dirigia daquela forma?

- Sim. – respondeu. – E eu insinuei que você fosse suicida ou algo assim.

- E eu disse que não teria como matar algo que estava morto. – completou. - Lembra?

- Eu cheguei a ficar preocupada com a garota que tinha acabado de conhecer. – sorriu para ela.

- Eu estava morta, de certa forma. – desviou o olhar.

- Hande...- procurou pela mão dela e a apertou.

- Não quero que sinta como se eu fosse um fardo a ser carregado, ou que pense que sou emocionalmente dependente de você. – voltou a olhar para ela. – Mas você me salvou de todas as formas que alguém poderia ser salvo. – sussurrou. – Sinto que finalmente voltei a viver, depois que te conheci. Não só você, mas a sua família também. – completou. – Me fizeram olhar a vida por outra perspectiva.

- Não sinto que você seja emocionalmente dependente. – rebateu. – Estou entendendo o que você quer dizer.

- As vezes, eu tenho medo de que ache isso. – sussurrou. – Eu viveria tranquilamente sem você. – disse e a morena arqueou a sobrancelha. – Viveria triste? Sim. Mas viveria.

- Eu sei que sim, Handem. – a confortou. – Você não é um fardo a ser carregado, está bem?

- Promete que se algum dia eu passar a ser, você irá me contar?

- Só se você prometer a mesma coisa. – a puxou para os braços dela. – Não é como se eu fosse a pessoa mais fácil do mundo de lidar.

- Eu sou bem mais complicada! – rebateu, fazendo a morena gargalhar.  – Do que está rindo?

- Estamos discutindo quem é a mais complicada. – disse. – Handem, não é uma competição de quem tem mais problemas, meu bem.

- Me sinto em desvantagem por ser tão complicada. – resmungou, nos braços da namorada.

- Não sinta. – pediu. – Eu amo você do jeito que é. Me apaixonei pelos espinhos, logo depois que me apaixonei pela rosa.

- Uau! – sorriu a encarando. – De onde tirou essa frase?

- Da minha cabeça. – a beijou na testa. – Eu amo você, Handem.

A turca sorriu apaixonada.

- Olhe para como o Sol está agora. – pediu Hande e a oposta obedeceu. – Deposito o meu amor por você no nascer do sol. – sussurrou. - Mesmo se você for embora, o sol nascerá todos os dias assim como eu continuarei amando você. – a beijou. - De forma desapercebida, mas presente e infinita, eu sempre vou te amar.

A morena sorriu e a abraçou com força.

- Eu também sempre vou te amar. – garantiu. – Você é o meu primeiro amor.

- Dizem que nunca esquecemos do nosso primeiro amor. – disse Hande. – É por isso que eu vou te amar para sempre. Mas, se acaso nos separarmos algum dia...

- Eu sempre vou esperar por você, Handem. – deu de ombros.

- Eu sempre vou esperar por você. – concluiu a frase. – Nós duas pensamos a mesma coisa!

- Foi involuntário. – sorriu envergonhada. – Oh, esqueça o que eu disse. Eu estava lendo a sua mente, na verdade.

- Eu acredito que sim. – rebateu.

- Você não está com cara de quem está acreditando. – arqueou a sobrancelha.

- É porque não estou. – deu de ombros.

- Hande!

- Venha. Vamos anotar isso numa árvore e assinar com as nossas iniciais. – a chamou.

- Agora? – perguntou surpresa.

- Sim, Tica. Vamos! – a puxou pela mão.

- Hande, não! Você pode cair e...

- ...se machucar e blá, blá, blá. Você esquece que também pode cair? – a interrompeu. - Aonde tem material de jardinagem?

- Você vai plantar algo? – arqueou uma sobrancelha.

- Você acabou de me dar uma ideia. – rebateu. – Vamos, apresse o passo antes que comesse a chover.

Boskovic a seguiu.

- Você acha que o seu jardineiro tem alguma muda de árvore? – indagou Baladin.

- Tem. Eu permito que ele pegue na propriedade e venda. – justificou. – Ele pode ficar com os lucros, desde que não prejudique as árvores.

- É uma atitude admirável. – a beijou na testa. – Me leve até onde elas estão.

- Estão na cabana. – indicou o local próximo.

As duas foram até lá e Hande entregou duas mudas para Tijana.

- Você já plantou alguma vez na vida?

- Não. – a sérvia negou.

- Eu levo o material e você as mudas. – justificou e sorriu ao achar um canivete. – Vamos.

Elas seguiram para a árvore mais próxima da casa da oposta, tomando cuidado com as poças de lama que ali haviam se formado. Quando finalmente chegaram, Hande começou a cavar dois buracos com uma distância considerável um do outro, em frente a árvore escolhida por ela.

- Coloque as mudas nos buracos. – pediu e Tijana assim o fez. – Eu vou cobrir de terra e a natureza será responsável pelo resto.

- A natureza e o jardineiro. – sorriu com a constatação.

A turca fez todo o trabalho suado e, quando tudo estava pronto, ela procurou pelo mão da sérvia.

- São nossas. – sussurrou. – Representam você e eu. – pontuou. – Quando estivermos bem velhinhas, elas ainda vão estar aqui, juntinhas.

- Ficaremos juntas até ficarmos velhinhas? – Tijana sorriu para ela.

- Você disse que sempre esperaria por mim. – a lembrou, puxando o canivete do bolso e indo em direção a árvore. – Me desculpe, lindinha. Mas é para uma boa causa.

Hande escreveu: eu sempre vou esperar por você.

A frase escrita com o canivete marcou profundamente o tronco da árvore e dificilmente sairia dali, a não ser que após muito anos.

- Agora vamos colocar as nossas iniciais em forma de assinatura. – sugeriu Hande, fazendo a letra H e entregando o canivete para Tijana escrever o T e ela assim o fez.

As duas olharam admirada para a frase.

- Agora a promessa está selada. – disse a turca. – Eu vi isso em algum filme...

- Em alguns dos milhares de romances que você assiste. – rebateu sorrindo. – Ainda bem que não envolveu nenhum pacto de sangue.

- Credo, Tica. – a repreendeu. – Eu achei o lance das árvores mais romântico.

- É verdade. – concordou. – Vamos entrar, antes que volte a chover.

Hande estancou no lugar.

- Espera, e a sua família? – perguntou preocupada.

- O que tem ela?

- Eles não vão estranhar a minha presença? – a encarou receosa. – Eu deveria ir para casa...

Boskovic arqueou uma sobrancelha com o pensamento da garota.

- Hande, entre você e eu, eles deixariam você dentro da minha própria casa e me atirariam na chuva. – rebateu.

- Mas...

- Eles amam você. – a tranquilizou. – Vamos apenas tentar agir naturalmente.

- Você tem certeza?

- Absoluta. – pontuou. – Pode deixar as ferramentas aí, o jardineiro vem ainda hoje, devido a tempestade.

- Tudo bem. – concordou. – Vamos.
As duas fizeram o caminho de volta, e entraram na mansão escondidas. Durante todo o dia, Tijana pediu para que as refeições fossem feitas no quarto e elas só saíram de lá a noite. Assim que desceram as escadas, deram de cara com os pais da oposta.

- Tudo bem? – Vesna indagou, assim que elas passaram pela porta. – Por que acordaram tão cedo?

- Sim. – respondeu Tijana. – Hande quis ver o nascer do Sol.

O pai da garota apenas observava as duas.

- Ela gosta de observar o nascer do Sol, bem...- Dajana apareceu no meio da sala. – Eu achei propício...

- Daj! – Tijana foi até ela e a abraçou. – Eu não sabia que viria.

- Eu quis acompanhar a minha aprendiz de perto, no campeonato. – deu de ombros. – Agora me solte e dê espaço para que Hande me abrace.

Tijana a soltou e Hande se aproximou.

- Olá, Dajana. Há quanto tempo...- a mais velha a puxou para os seus braços.

- É bom ver você, Hande. – sorriu carinhosamente. – Tica, por que você não leva a leva para observar o telescópio?

Boskovic pareceu se lembrar do que havia feito com a irmã, por ligação.

- Se vocês nos derem licença. – disse Tijana. – Eu vou levar ela até lá em cima.

- Claro. – Vesna assentiu. – Se precisar de alguma coisa...

- Eu vou estar bem do lado dela, mamãe. – a oposta a interrompeu.

- Muito obrigada, senhora. – a ponteira interviu. – Eu estou bem.

Boskovic a puxou pela mão, antes que mais alguém as interrompessem.

- O que aconteceu com o “tentar agir naturalmente “? – indagou Hande, a acompanhando. - Tica...

- Esqueça isso por um momento, ok? – pediu carinhosamente. – Eu quero te mostrar uma coisa.

Ela abriu a última porta, que dava acesso ao seu telescópio na varanda do quarto de hóspedes e abriu espaço para a ponteira passar.

- Você tem um telescópio? Como eu nunca soube?

- Há muitas coisas ao meu respeito que você não sabe, Baladin. – debochou.

- Devo me preocupar?

- Depende do ponto de vista.

Hande arqueou uma sobrancelha.

- Não se preocupe, eu nunca matei ninguém. – a morena de defendeu. – Muito menos pratiquei algum ato ilícito.

- Me conforta muito saber disso. – suspirou teatralmente.

Boskovic sorriu com a fala da outra garota e se aproximou do telescópio.

- A visão das estrelas me fascinam...- sussurrou. – Van Gogh estava completamente certo.

- Deixe-me dar uma olhada. – pediu, se aproximando do objeto.

- Ponha o olho na lente e aponte para onde o que quiser ver. – Tijana a instruiu.

Hande preferiu ver a lua.

- Eu vou aproximar mais a imagem e você terá mais nitidez. – a oposta assim o fez e a ponteira foi surpreendida.

- Nossa! Eu consigo ver perfeitamente. – exclamou.

- O telescópio é de última geração. – explicou.

- Claro que seria. – revirou os olhos. – Pelo menos você gastou dinheiro com o que gosta.

- Sim. – sorriu para ela. – Hande, eu queria te mostrar uma coisa.

A turca desviou a atenção do telescópio e encarou a sérvia.

- O que seria?

- Aponte o telescópio para a direção leste. – pediu Boskovic e Hande arqueou uma sobrancelha e assim o fez.

- No painel do telescópio, vai aparecer o nome de cada estrela que você estiver vendo. – Tijana explicou, enquanto pegava o papel próximo ao telescópio, que dava as coordenadas. – Eu preciso que você se afaste para eu poder achar a estrela.

Hande saiu da frente do telescópio e deu espaço para Tijana.

A morena seguiu as instruções e apontou diretamente para a estrela que estava procurando.

- Venha dar uma olhada. – pediu e a turca a e adiantou.

- Nossa! Ela parece brilhar mais do que as outras. – sussurrou admirada. – É tão linda...

- Hande, agora olhe no painel. – pediu Boskovic.

A turca ainda permaneceu encarando a estrela, mas fez o que a servia pediu.

- HB? – perguntou perdida. – O que isso significa?

- Você não sabe? – Tijana indagou sorrindo.

- Eu deveria saber? – perguntou perdida. – Eu amo as estrelas, Tica, mas não sei os nomes de todas...

- Qual é o seu nome?

- Como assim? Você sabe qual é o meu nome, por que está perguntando?

Boskovic sorriu mais uma vez.

- Qual é o seu nome?

- Hande Baladin. – respondeu o óbvio.

- Certo. – assentiu. – Quais são as suas iniciais?

Hande assimilou a ideia e juntou uma coisa a outra.

- O nome da estrela é HB. – se deu conta. – Tica, são as minhas iniciais! Você conseguiu achar uma estrela com as minhas iniciais?

Tijana desviou o olhar, envergonhada.

- Não. Na verdade, eu comprei e dei a ela as suas iniciais. – admitiu.

- Você o quê? – a turca perguntou estática.

Boskovic a olhou sem entender, quando a garota voltou para dentro do quarto, então a seguiu.

- Hande, eu sei que você não gosta quando eu tenho gastos exorbitantes e sei que você provavelmente vai achar isso uma tolice, mas eu quis fazer isso. – tentou se explicar, mas a outra garota ainda parecia reflexiva. – Como eu te disse, a visão das estrelas me fascinam, assim como você. E eu escolhi uma das estrela com o brilho mais forte, porque é assim que eu te vejo. – disse. – No meio de tantas pessoas, você brilha mais que todas elas.

Hande continuou a encarando.

- Eu sei que pode ter sido brega e ultrapassado, mas eu só queria olhar para o céu e ver você. – disse. – Para os dias que não pudermos estar juntas, eu posso ter a certeza que você estará sempre comigo. – explicou. – Mas principalmente para você perceber que, diante tantas estrelas, você é a que mais brilha no meu céu. – sorriu nervosa. – Bem, agora não é mais só no meu céu...Hande, por favor, fala alguma coisa.

A ponteira pareceu sair do transe e lhe encarou maravilhada.

- Essa foi a melhor coisa que já fizeram por mim. – sorriu e Tijana suspirou aliviada. – Eu não sei descrever o que estou sentindo nesse momento, mas saiba que eu amei.

- Sério mesmo?

- Por que está receosa? – se aproximou dela.

- Eu pensei que você fosse achar muito idiota. – confessou.

Hande sorriu apaixonada.

- Você fica tão linda quando está envergonhada. – a lembrou, perdendo o foco. – E ainda bem que você é a timidez em pessoa, porque eu poderia ficar horas vendo você sem jeito.

- Você está me deixando sem jeito agora mesmo, Handemy! – a cutucou.

Hande a puxou para um abraço.

- Me diga quando o universo passou a ser tão generoso comigo. – sussurrou nos cabelos escuros. – Você é tão preciosa, Tica. Nenhum presente que eu te der, vai chegar a altura de uma estrela.

- Meu presente é ver você sempre. – sussurrou de volta. – No céu e na Terra.

Hande a encarou e a puxou para um beijo profundo.

- Eu amo você. – sorriu ao finalizar. – Amo você mais do que eu consiga explicar e, quando você faz uma coisa dessas, fica pior ainda, Tica!

- Me desculpe por ser amável! – debochou. – Eu também amo você mais do que eu consiga explicar, Handem.

A turca a puxou para que elas deitassem na cama e fez um carinho no rosto dela.

- Seria demais se eu confessasse o que eu gostaria, neste exato momento?. – sussurrou, abraçada a ela.

Boskovic sentiu as borboletas do estômago se manifestarem, quando a mão da turca desceu sobre suas costas.

- Handemy...- sussurrou quando ela começou a beijar o seu maxilar. – Os meus pais...

- São adoráveis? Eu amo os meus sogros. – pontuou, descendo os beijos para o pescoço extremamente branco.

A morena gargalhou.

- Não seja boba e se eles nos ouvirem? – indagou suspirando.

- Tica, a não ser que você faça um escândalo...- insistiu a beijando. - O que você pensa que eles acham que fazemos quando estamos sozinhas?

- Eles sabem que a gente transa? – arregalou os olhos.

- Eles já tiveram a nossa idade e também já...

- Eu não quero saber que os meus pais transam, Hande! – a repreendeu, se afastando.

- E você pensa que veio de onde? – indagou emburrada. – A cegonha trouxe a Dajana, você e o Vuk?

- Hande...

- Tudo bem. Não está mais aqui quem falou. – se levantou da cama e foi em direção de sua bolsa.

- Para onde vai? – indagou indo até a namorada.

- Pra casa. – respondeu pacientemente. – Não quero constranger você, dormindo aqui mais uma noite.

- Hande, eu me expressei mal. – chamou a atenção dela. – Eles sabem que passamos o tempo todo juntas, porque respondo isso sempre que eles me ligam. – explicou. – Somos namoradas e é normal que isso aconteça...

- Tica, tudo bem. – se aproximou. – Eu já entendi, ok? Não precisa explicar.

- Então você não vai mais embora? – perguntou esperançosa.

- Não foi isso que eu disse. – sorriu para ela. – Eu não quero que a sua família pense que eu não tenho casa...

A morena deu as costas a ela.

- Eles não têm que pensar nada. – respondeu friamente.

- Tica...

- Eu não quero que você vá embora. – sussurrou. – Já está tarde e pode ser perigoso.

Hande suspirou profundamente.

- Tijana, olhe pra mim. – pediu e ela obedeceu. – O que há de errado?

A oposta desviou o olhar.

- Faltam apenas duas semanas para nos juntarmos as seleções. – pontuou. – Eu não quero perder um segundo longe de você. – explicou. – Você falou sobre ser emocionante dependente, mas talvez eu é quem seja.

Hande sorriu.

- Do que está rindo? – perguntou emburrada.

- Eu também não quero perder um segundo longe de você. – disse a puxando para os braços dela.

- Então por que quer ir embora?

- Porque eu estou respeitando o seu espaço. – justificou.

- Eu não quero que respeite. – rebateu rapidamente.

- Tica! – a repreendeu e a morena enterrou o rosto na curva do pescoço da mais baixa. – Está parecendo uma gata manhosa...

- Por favor, não vá! – a abraçou com força. – Eu não consigo mais dormir sem você aqui.

Hande a encarou carinhosamente.

- Já que você mencionou que estamos perto de nos separamos, eu também tenho um presente pra você acerca disso. – Tijana a olhou atentamente. – Claro que não se compara a uma estrela...

- Eu amaria até se você me desse uma pedra embrulhada. – a interrompeu.

- Sua boba...- sorriu e a beijou. – Está dentro da minha bolsa.

A turca se afastou dela e foi em direção da bolsa, tirando o presente que havia comprado.

- Peguei. – estendeu o urso de pelúcia para ela.

Boskovic pegou o presente nas mãos e sentiu o cheiro que tanto amava.

- Ele tem o seu perfume. – sorriu encantada.

- Tem, porque eu acho que você vai sentir mais falta do meu cheiro do que de mim. – pontuou brincando. – Eu tomei cuidado para que fosse pequeno o suficiente para caber na sua bolsa.

- Você é genial, meu amor. – a puxou para os seus braços e enterrou o resto na curva do pescoço dela pela milésima vez. – O seu cheiro me acalma e talvez esse tenha sido o melhor presente que eu já ganhei.

- Sério? – a olhou surpresa. – É tão simples...

- Vai me lembrar que eu tenho você e vai me dar sorte. – respondeu. – Poderemos não ganhar as partidas, mas estarei satisfeita por lembrar que tenho você.

Hande sorriu abertamente.

- O ursinho vai ser o seu amuleto da sorte, então. – pontuou.

- Não. – respondeu e a turca arqueou a sobrancelha. – O meu amuleto da sorte é você. Sempre será você.

- Tudo isso contribui para que eu te ame ainda mais. – sussurrou, acariciando o rosto dela.

- Então você vai dormir aqui? – perguntou esperançosa.

- Eu faria tudo o que você quisesse, neste exato momento. – disse Hande. – Vamos dormir juntas.

- Eu te amo, te amo, te amo! – deu vários selinhos na namorada. – Obrigada pelo presente.

- Dá próxima vez, eu prometo te recompensar. – falou sorrindo. – Meu pai me deu uma bronca por eu não ter enchido você de presentes. Por ele, eu já teria te dado um camelo.

- O ursinho foi o melhor presente. – rebateu. – E o que diabos eu faria com um camelo?

- Na cabeça do meu baba, isso tem alguma lógica. – respondeu.

- O seu baba é o melhor. – sorriu ao lembrar do homem. – Mas eu não me importo com presentes...

- E comprou uma estrela pra mim? – a olhou incrédula.

- Apenas porque é algo que eu sei que você ama. – se defendeu. – Nunca conheci alguém que gostasse tanto das estrelas, como você.

- Tica, você foi tão atenciosa  nesse ponto...- a abraçou. – Tenho tanta sorte de ter você.

- A sorte é toda minha. – a beijou nos cabelos. – Agora vamos esperar o jantar aqui, para que perguntas não surjam lá fora.

- Tudo bem. – concordou a soltando. – Eu vou tomar banho primeiro e você vai depois?

- Pode ir. – assegurou Tijana.

Quando a ponteira fechou a porta do banheiro a oposta buscou seu celular para ver se o seu segurança tinha alguma novidade. Ao saber que não, ela bufou frustrada. Ele tinha que ser encontrado ou as coisas dariam muito errado.

(...)

Alguns dias se passaram e, como esperado, o Eczacibasi conseguiu derrotar todos os seus adversários. A grande final aconteceria dali a uma semana e poucos dias e as jogadoras teriam três dias de folga, ates que voltassem ao treino pesado.

Hande estava um pouco mais tranquila, mas Tijana estava um posso de nervos. Então a turca decidiu tentar ajudá-la.

- Baba, tem um minuto? – a Baladin mais nova se juntou ao pai e a irmã no escritório dele.

- Tenho todos os minutos para você, minha preciosidade. – sorriu para ela, a abraçando quando ela se aproximou.

- Você quer privacidade, irmã? – perguntou Eda.

- De jeito nenhum. – se aproximou para abraçá-la também. – Como sabem, estamos na final da copa turca...

- Parabéns, minha linda. O seu baba não foi ver o jogo, porque estava muito ocupado com as lojinhas. – se desculpou. – Ainda bem que a sua irmã pôde te acompanhar.

- Pude sim, baba. – sorriu Eda. – Estou orgulhosa até agora de vocês.

- Obrigada, gente. – agradeceu envergonhada.

- O que quer pedir de presente para o baba? Qualquer coisa e ele vai dar pra você! – olhou para a filha mais nova. – A minha princesa está na final e merece tudo!

- Bem, eu não sei se o senhor vai autorizar...- sussurrou Hande.

- Qualquer coisa, habib. – assegurou. – Quer mudar de carro? Que tal um apartamento novo? O baba providencia em segundos!

- Meu carro e apartamento estão ótimos, papai. – rebateu. – Eu queria saber se posso usar o nosso jato por três dias...

- O quê? – perguntou Mustafar de repente.

- O senhor disse que era qualquer coisa, papai. – Eda o lembrou.

- Mas o jato é muita coisa! – rebateu.

- O senhor não especificou isso. – insistiu Eda, que já sabia do plano da irmã. – Disse qualquer que poderia ser qualquer coisa e ela quer apenas emprestado. – continuou. – Lembre-se que a palavra de um homem jamais deve voltar a trás.

- Eu nunca voltaria atrás! – resmungou. – Para quê quer o jato, minha filha?

- Eu preciso ir a Sérvia com a Tijana. – explicou.

- Você quer impressionar a sua namoradinha com um jato? – a olhou admirado. – Não é nenhum presente, mas pode ir, pode ir.

- Baba, ela não gosta de presentes exorbitantes. – Hande o lembrou.

- Baba, sabia que a Tijana comprou uma estrela para dar de presente para a Hande? – disse Eda. – Ela precisa impressionar a garota dessa vez!

- Uma estrela de verdade? – indagou admirado.

- Sim, baba. – confirmou Eda. – Eu acho justo que a Hande use o jato para ir até a Sérvia.

- Eu também acho! – se levantou de prontidão. – Ele estará disponível a noite, meu bem. Irei pedir para alguns empregados ir com vocês na viagem. Tudo do bom e do melhor para a minha habib e a garota sérvia. – sorriu para ela. – Agora eu preciso ir, ou as vendas não vou ser controladas. Avisem ao baba de vocês se precisarem de algo.

A porta de repente se abriu.

- Senhor, precisamos da sua ajuda...- a secretária começou a falar.

- Viu? Isso aqui não funciona sem mim! – resmungou, seguindo a secretária.

- Eu pensei que fosse mais difícil. – confessou Hande a irmã.

- É só falar em presentes, que o papai libera tudo. – deu de ombros. – Ele é muito previsível, Han.

- Obrigada pelo apoio, Eda. – buscou pela mão dela. – Você acha que ela vai gostar?

- Ela vai amar. – a tranquilizou. – Ela ama você e tudo o que você faz, então você já tem dois pontos ao seu favor.

- Idiota! – sorriu para a irmã. – Ela precisa se acalmar e viver longe da pressão do nosso país. – pontuou. – E só há alguém que pode esquecer todos os problemas do mundo.

- Quem? – indagou curiosa.

- A avó dela. – respondeu. – Mirna. Nós vamos para a Sérvia para visitá-la.














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