Capítulo 22

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Devo desculpas a vocês, vidas. Sei que deveria ter postado sábado a noite, mas tive um imprevisto que resultou numa enxaqueca terrível 🤢 Escapei por muito pouco (drama)

Esses é mais um cap de transição e eu espero que vocês me valorizem pelas pesquisas, viu. Grande é a luta pra achar conteúdo desse time em 2015, e que time, meus amigos! Todas as jogadoras citadas estavam no eczacibasi naquele ano e ganharam quase tudo (saudades, né? Não aguento mais ser vice)

Espero que aproveitem e desculpem a jovem senhora de vocês 🧡

Ps: amei as atts da fofoca, apesar de estar arrasada com o divórcio 😪

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O primeiro treino com o Eczacibasi já havia sido anunciado e as jogadoras estavam em quadra se conhecendo. O técnico do time campeão mundial em 2015 ainda não havia sido apresentado as jogadoras e quando foi anunciado que seria o italiano Massimo Barbolini, campeão da Champions com o Casalmaggiore, as jogadoras ficaram animadas.

- Bem, meninas, eu gostaria de chamar a atenção de vocês. – falou Barbolini. – Esse será o nosso primeiro treino, para disputar a copa turca, antes de vocês serem liberadas para jogar com as seleções de vocês.

As jogadoras assentiram.

- Teremos um mês até disputar o campeonato e eu quero dedicação total de vocês para que possamos alcançar o primeiro título da temporada. – continuou falando. - Iremos treinar quatro vezes por semana, em dias alternados, sendo eles: segunda, quarta, sexta e sábado. Nos dias que não tiverem treino, precisarão malhar duas horas por dia, ok?

Elas assentiram novamente.

- Como é um campeonato de tiro curto, precisamos do máximo de esforço, mas durante a temporada não será assim. – explicou e elas suspiraram aliviadas. – E, claro, estou aberto para conversar com vocês, caso surja algum imprevisto. – completou. – Agora vamos nos conhecer... alguém gostaria de começar?

- Por que o senhor não começa? – indagou Hande, sorrindo.

- Porque quem vai começar é você, mocinha! – o presidente do clube chegou no momento em que a turca falou. – Olá, meninas. Sou Amir, presidente do clube.

As jogadoras sorriram para ele.

- Ah, Barbolini? Cuide do meu diamante raro como se fosse seu...- se referiu a Hande.

- Você é a Hande Baladin?

- Sou. – respondeu. – É um prazer, senhor.

- Ouvi falar de você na seleção turca. – observou.

- É uma de nossas apostas para a temporada de seleções juvenil. – explicou Amir. – Veja, temos cinco estrangeiras no time para esta temporada. Acho que nunca tivemos tantas.

- O técnico também é estrangeiro, então tudo bem. – Barbolini deu de ombros sorrindo. – Algumas de vocês, eu conheço apenas em olhar para o rosto e confesso que sempre quis trabalhar com vocês.

- Eu presumo que seja a central brasileira. – pontuou Amir. – Thaísa, eu acho que todo mundo aqui conhece você, mas se apresente por favor.

A central deu um passo a frente das outras jogadoras.

- Oi, gente! Meu nome é Thaísa Daher, eu sou brasileira e jogo como central. – falou em seu inglês perfeito.

- A central bicampeã olímpica. – completou Amir. – Nunca tinha jogado fora do país dela e foi uma verdadeira odisseia trazê-la para o clube.

- Havia muita disputa? – quis saber Barbolini.

- Você não imagina o quanto.

- Eu me identifiquei mais com o projeto do eczacibasi. – disse Thaísa. – É um prazer conhecer vocês todos.

- Nós iremos colher bons frutos, querida. – pontuou Amir. – Temos as norte americanas Jordan Larson e Rachel Adams, vice-campeãs olímpicas.

As duas se adiantaram.

- Olá! – disseram ao mesmo tempo.
- Oi, meninas. – o técnico as cumprimentou. – Eu gosto muito do estilo de jogo de vocês, só precisamos ajustar com a nossa levantadora.

- Daremos o nosso melhor. – respondeu Adams.

- Faremos o impossível, senhor. – completou Larson

- Por falar em levantadora, temos a quarta estrangeira. – Amir se adiantou. – a sérvia Maja, uma das melhores do mundo na posição.

- Olá, senhores. – disse Maja. – Obrigada pelo elogio, senhor. – sorriu timidamente.

- Eu já ouvi falar muito bem de você, Maja. Principalmente do seu toque peculiar e das suas incríveis habilidades. – pontuou Barbolini.

- Bom, a penúltima estrangeira é russa. – Amir indicou Kosheleva. – Seja bem-vinda, querida.

- Obrigada, senhor. – agradeceu friamente, como todas as russas.

- Ela infelizmente ainda não está apta a jogar, então eu quero que você analise quem irá substituí-la. – pediu ao técnico. – Por último e não menos importante, temos a nossa jovem promessa sérvia: Tijana Boskovic.

A morena sorriu timidamente e se adiantou.

- Olá, senhor. Eu sou...

- Sei quem você é. – a cortou. – E tem apenas 18 anos?

- Você consegue acreditar? – perguntou Amir, totalmente animado.

- Você será fabulosa, Boskovic. – prometeu. – Precisa apenas de uns poucos ajustes, mas são mínimos.

- Obrigada, senhor. – respondeu, voltando ao seu lugar.

- Minhas garotas turcas. – Amir se referia a Nilay Ozdemir, as centrais Busra Cansu e Ceylan Arisan e as líberos Gulden Kuzubaşıoğlu e Simge Akoz. – Você já foi apresentado a elas antes, não foi?

- Fui sim. – assentiu. – Estão todas devidamente apresentadas a mim.

- Ótimo, eu gostaria de dar algumas palavrinhas, antes de ir embora. – disse Amir. – Meninas, nós temos um dos elencos mais caros da história deste clube para esta temporada que se aproxima. O que as pessoas vão pensar e exigirem de vocês, é que ganhem exatamente todas as partidas de todos os campeonatos. – continuou. – Eu quero que vocês esqueçam totalmente disso, está bem? O mundo lá fora será totalmente alheio ao que acontece dentro do meu clube. – disse, encarando todas elas. – Eu quero que vocês tenham compromisso com o meu time mais, acima de tudo, que gostem do que estão fazendo e se divirtam durante o processo! – sorriu para elas. – Vou sempre estar aqui para vocês, assim como o  treinador de vocês e eu tenho certeza que será uma temporada memorável para todos nós.

As jogadoras aplaudiram a fala do presidente.

Assim que ficou sozinho com as atletas, Barbolini começou a separar os times.

- Eu preciso me retirar apenas por cinco minutos e já volto para falar com vocês. – disse e chamou o seu auxiliar. – Nós não vamos poder contar com a Kosheleva para esse campeonato, o que você sugere?

- Eu iria falar das jogadoras experientes, mas você já viu a Baladin jogar? – indagou.

- Eu estava pensando justamente nela. – rebateu. – Estava apenas com receio de colocar jogadoras tão jovens para disputar um campeonato tão importante.

- Devido a falta de experiência?

- Devido a crueldade das pessoas. – respondeu. – Você ouviu o que o presidente falou, o orçamento foi caro demais e temos jogadoras valiosas no time. – pontuou. – Mas, em caso de derrota, quem você acha que serão julgadas?

- As garotas mais novas, é claro. – lamentou. – Mas eu não vejo outra alternativa.

- Eu também não. – disse. – Vou manter a minha atenção focada na Baladin, enquanto você observa as outras, ok?

- Sim senhor.

Bassolin voltou até às jogadoras, que conversavam entre si.

- Eu separei dois times e nós vamos fazendo rodízio durante o treino. – avisou. – O primeiro time será: Larson, Nilay, Maja, Thaisa, Adams, Tijana e Simge.

Elas se separaram das demais jogadoras e foram para o outro lado da quadra.

- Hande, pode vir aqui? – chamou a atenção da garota. – Você e a Simge irão recepcionar os saques agora, certo?

A turca estranhou, já que ela não estava no time principal, mas assentiu.

- Simge, junte-se a Hande deste lado da quadra.

A libero veio até a melhor amiga.

- O que esse louco está fazendo? – sussurrou Simge.

- Eu não faço a mínima ideia, mas ainda bem que coloquei proteção nos braços. – sussurrou de volta.

- Todas vocês irão começar o treino pelo saque, enquanto as duas recepcionam. – indicou as jogadoras. – Quero o saque na posição um, cinco e seis. Tentem não sacar fora dessa zona da quadra. – pediu. – Tijana e Thaisa, usem o máximo de força que conseguirem. Maja e Larson, usem o saque estratégico de vocês, mas não tirem o peso da bola, ok?

Com todas as instruções do técnico, o treino seguiu fluído até o fim.
Quando acabou, Hande quis correr para o estacionamento e ir descansar o mais rápido que pudesse, mas tinha que esperar pela oposta.

- Eu me sinto um caco. – reclamou Simge.

- Digo o mesmo. – se escorou na amiga, enquanto caminhavam para o estacionamento.

- Não tive nem tempo de avaliar a Boskovic detalhadamente. – cutucou a amiga. – Ela é bonita, heim. Você é uma garota de sorte.

- Eu sou uma garota de sorte. – assentiu sorrindo. – Ela é realmente linda.

- Esse sorriso é...

- Estou apaixonada. – confessou.

- Está o quê? – Simge praticamente gritou. – Por que não me disse que está apaixonada?

- Fala baixo! – a repreendeu, tapando a boca dela com a mão. – Istambul toda não precisa saber.

- Sinto como se todo mundo soubesse, menos eu!

- Ninguém sabe, além de Eda. – rebateu. – Ninguém pode saber, além de vocês duas.

- O quê? Por quê? – perguntou sem entender.

- É proibido qualquer tipo de envolvimento amoroso entre as atletas. – explicou. – Estava no contrato, você não leu?

- Eu sou casada, não tenho em mente me envolver com nenhuma colega de time. – revirou os olhos. – Pulei essa cláusula.

- Você...

- Como vão fazer para esconder? – quis saber. – Não me parece ser tão fácil assim.

- Obrigada, Simge. Ajudou muito! – debochou. – Depois conversamos...

A turca se interrompeu, ao ver que a morena se aproximava.

- Vamos? – indagou sorrindo. – Estou muito cansada...

- Você está cansada? – perguntou incrédula. – Aquele velho me fez ser líbero o treino inteiro!

- O que você tem contra líberos? – questionou Simge.

- Está enrascada, Hande. – debochou Tijana, abrindo o porta-malas de seu carro para colocar suas coisas e de Hande.

- Eu não tenho nada contra líberos, mas olha o meu tamanho! – exclamou revoltada. – Como diabos eu vou chegar até o chão tão rápido quanto você?

- Talvez seja essa a ideia do treinador. – pontuou Simge. – Eu acho que ele quer transformar você em passadora, Hande.

A turca mais nova arregalou os olhos.

- Não tenho um bom passe! – lamentou. – Temos a Larson e eu não serei substituta dela, não é mesmo?

- Não dela. – retrucou Simge. – Estamos falando da Kosheleva.

- Não, não, não! – a repreendeu. – Eu não quero...

- Hande...- tentou Simge, mas a turca lhe deu as costas e entrou no carro. – Tijana, se você puder conversar com ela...

- Eu farei o possível. – sorriu sem mostrar os dentes. – Obrigada, Simge.

A líbero assentiu.

Tijana entrou no, pelo lado do motorista. Ela resolveu não falar nada, apenas manobrou o carro e saiu do estacionamento.

- Você quer conversar? – indagou baixinho.

- Estou com medo, Tica...- sussurrou de volta. – Ele vai me atirar aos lobos! Eu...você viu o potencial do nosso time? Eu vou substituir a Kosheleva? Isso só pode ser brincadeira!

- Hande...

- Eu não sou boa o suficiente! – a cortou. – Nunca irei jogar como a Larson...- Lamentou. – Eu...

- Você não tem que se comparar com ninguém. – pediu. – Hande, você só tem 17 anos. Não é justo que queira se comparar com jogadoras experientes como elas, ok? Não faça isso.

A turca ficou em silêncio.

- Eu quero que saiba que vai ser jogada aos lobos e que provavelmente não há outra alternativa. – buscou a mão dela e apertou. - Mas nós estaremos juntas nessa, Hande. Vamos lidar com o que quer que seja.

- Você promete? – perguntou, um pouco mais calma.

- Eu prometo, Hande. – sorriu para ela. – Quando eu tive medo, você estava lá por mim. Agora estamos aqui, juntas.

A oposta sorriu e a ponteira sorriu de volta.

- Vamos para a minha casa? – indagou Tijana. – Já é noite e nós estamos exaustas.

- Vamos.

(...)

Depois que chegaram em casa, elas jantaram antes mesmo de tomar banho, já que a necessidade de comer era maior do que a do banho.

- Você toma banho primeiro? – indagou Tijana, assim que elas chegaram ao quarto.

- Sim! – se adiantou para o banheiro, levando os seus produtos de beleza. Vinte minutos depois, ela já estava pronta e com os cabelos limpos.

- Eu pensei que você tivesse dormido dentro do banheiro. – resmungou. – Pelo menos está cheirosa!

- Não irá chegar perto de mim, já que reclamou! – rebateu.

- Você não faria isso comigo. – fez beicinho. – Preciso recarregar as minhas energias.

- Eu não sou carregador, Tijana. – revirou os olhos.

- Você o meu carregador. – passou por ela e selou os lábios rapidamente. – Escolha um filme para vermos.

- Será o romance mais meloso da história! – pontuou.

- Irei dormir na primeira oportunidade! – gritou de dentro do banheiro.

A turca sorriu e se jogou na cama. Alguns minutos depois, a sérvia saiu do banheiro, vestido um pijama de seda branco e chamou a atenção de Hande.

- Por que está usando essa roupa? – indagou com a voz baixinha.

- Estou com calor, Handem. – respondeu, enquanto passava creme nas pernas.

A turca ficou olhando cada movimento que a oposta fazia e, quando ela começou a passar creme nos braços, Hande suspirou fundo.

- Você poderia parar? – indagou angustiada.

- Parar com o quê? – a olhou confusa.

- Nada! – respondeu, se virando para o lado oposto da outra garota.

Boskovic arqueou uma sobrancelha, alheia a tudo o que estava acontecendo. Quando ela se deitou na cama, Hande não se mexeu.

- Não vamos ver um filme?

- Estou com sono. – resmungou.

A morena estranhou, mas mesmo assim se aproximou dela e rodeou a cintura dela com os braços.

- Você poderia se afastar? – sussurrou Hande.

- Como? Nós dormimos assim todas as vezes...

– Também estou com calor. – argumentou.

- Nós podemos dormir sem os lençóis. – sugeriu Tijana.

- Não é o suficiente. – voltou a falar.

A morena bufou frustrada e a soltou.

- Hande? O que há de errado? – perguntou baixinho.

A turca virou de frente para ela na cama, a abraçando de lado e fazendo um carinho no rosto dela.

- Eu gostaria de te dizer tantas coisas. – sussurrou, abraçada a ela. – De fazer tantas coisas com você.

Boskovic sentiu as borboletas do estômago se manifestarem.

- Handem...- sussurrou quando ela começou a beijar o seu maxilar. – Eu nunca...

- Nunca o quê? – perguntou, agora entretida com o pescoço extremamente branco.

- Eu nunca tive intimidades com alguém. – a lembrou. – Eu queria que a minha primeira vez fosse com alguém que eu fosse apaixonada e me sentisse segura.

Hande a encarou. 

- Eu estou feliz por isso. – sorriu. – Ninguém nunca mereceu trocá-la.

- Falando assim, até parece que eu sou uma santa. – sorriu de volta.

- Não, mas é muito especial. – acariciou o rosto dela. – Me desculpe se eu ultrapassei algum limite seu.

- Não ultrapassou. – a tranquilizou. – Eu só falei, porque eu não saberia o que fazer na hora...de...você sabe.

- Sei... – sussurrou, ainda agarrada a ela. – Tudo o que eu sei, aprendi em livros e filmes.

- Você vê filmes pornôs? – Tijana perguntou surpresa.

Hande gargalhou com a constatação.

- Tica! Eu não vejo esse tipo de conteúdo. – se defendeu. – Mas tem alguns filmes que as cenas são bem explícitas.

- Quais? – a morena quis saber.

- Azul é a cor mais quente. – explicou.

- Por que é a cor mais quente?

- Só existe um jeito da gente saber. – se levantou, procurando pelo controle da tv. – Nós vamos assistir.

- Assistir ao filme com sexo explícito? – perguntou envergonhada.

- Não se preocupe, tem todo um contexto por trás. – explicou.

- Se eu sentir vergonha, você promete que vai tirar?

- Sim, Tica. – garantiu. – Quando você quiser, eu paro.

- Tudo bem, então. – concordou e a turca logo achou o filme e deu play.

Hande procurou se escorar na cama e puxou Tijana para os seus braços. Enquanto o filme rolava, ela fazia carinho nas costas da oposta.

Boskovic prestava atenção em cada detalhe das cenas e não sentiu vergonha em nenhum momento. Hande lhe passava essa confiança e as vezes até ria no meio da cena.

- Eu acho que é só tentar conhecer o corpo da outra. – sussurrou Hande. – Mas eles estão fazendo como se fosse fácil demais.

- Estão? – perguntou curiosa.

- Não é tão fácil assim gozar, não é? – indagou e a oposta ficou em silêncio. – Tica?

- Eu não sei. – admitiu.

- Você nunca teve um orgasmo? – foi direto ao ponto. – Nunca se tocou?

A morena sentiu seu rosto esquentar e o escondeu na curva do pescoço da turca.

- Não. – sussurrou.

- Como é que você quer que alguém conheça o seu corpo, se você mesma não conhece, querida? – a abraçou com força. – Não sinta vergonha, Tica. Somos só você e eu.

- Eu nunca tive essa curiosidade. – admitiu. – Será que... será que você...- tentou dizer.

- Somos só eu e você, lembra? – lhe passou confiança.

- Será que você poderia me ajudar? – sussurrou.

- Ajudar você a...- Hande tentou assimilar.

- Eu quero que me toque, Hande. – falou de uma vez.

A turca paralisou por alguns segundos. A garota dos seus sonhos estava pedindo para que ela a tocasse e ela não sabia como reagir.

- Se você não quiser...- Tijana interrompeu os pensamentos da outra.

- Não! É tudo o que eu mais quero, Tica! – se apressou em falar. – É só que...tem certeza?

- Tenho. – respondeu convicta. 

- Quanto aquela história de esperar por alguém que te fizesse se sentir segura?

- Você faz eu me sentir segura. – rebateu Tijana. – Eu sinto que é a pessoa certa e você?

- Eu também! – respondeu rapidamente.

- Eu sei, sua boba. – riu achando graça na confusão da outra. – Você se sente segura comigo?

Hande sorriu orgulhosa.

- Claro! – exclamou. – Você é o meu porto seguro, Tica.

- Então eu acho que nós duas podemos tentar...- sugeriu Tijana.

- Cristo, feche a porta. – pediu Hande. – Se alguém pegar a gente no flagra, eu vou morrer virgem!

Boskovic gargalhou e fez o que a garota pediu.

- Antes de tudo, eu quero que você saiba o quanto é especial. – disse Hande. – E que você é a garota mais preciosa do mundo.

Tijana se aproximou da cama, encarando a turca profundamente.

- Meu Deus, não me olha assim...- pediu estremecendo.

- Assim como? – se fez de desentendida.

- Vem aqui. – a chamou e a outra garota sentou de frente para ela. – Você é extremamente sexy, já te disseram isso?

- Já, mas...

- Eu não quero saber! – a interrompeu e a morena achou graça. – Mas você tem uma presença marcante e quando se aproxima de mim, eu fico excitada...

- Você é tão desinibida. – a sérvia sorriu. – Eu te deixo excitada?

- Sim! – respondeu. – Eu só queria que você me agarrasse com força com esses seus músculos.

Dessa vez Boskovic gargalhou.

- Hande! – sorriu envergonhada.

- Senta na cama, com as costas escoradas na cabeceira. – pediu Hande e a morena a encarou desconfiada, mas fez o que ela pediu.

A turca se aproximou dela e sentou em suas pernas.

- Levanta os braços? – sussurrou pegando a barra da camiseta da garota.

Boskovic entendeu o recado e levantou os braços para que Hande levantasse a sua camiseta e a deixasse apenas de sutiã.

- Nossa...- analisou a barriga trincada e extremamente pálida. – Você é a garota mais linda do mundo, sabia? – indagou, passando a mão no abdômen da oposta, seguindo para o músculo dos braços.

- Hande...- bufou frustrada quando a turca se levantou de seu colo.

- Deita. – pediu e a morena praticamente pulou na cama. – Tudo bem se eu tirar o seu shorts?

- Tudo bem...- sussurrou.

Hande sorriu para ela e lhe tirou o short lentamente, dando de cara com a calcinha da mesma cor do sutiã.

- Poxa...- sorriu extasiada. – Você costuma combinar sempre a calcinha com o sutiã.

- Sim. – deu de ombros. – É uma mania que eu tenho.

- E que mania. -  a olhou admirada. – Tica?

- Hum? – perguntou timidamente.

- Eu posso tocar um você de uma forma diferente? – sugeriu, rezando para que ela aceitasse. – Tudo bem se você não quiser.

- Como seria?

- Com a boca. – falou de uma vez, antes que perdesse a coragem.

Boskovic arregalou os olhos.

- Co-como as meninas no filme? – indagou e a turca assentiu. – Você já fez isso com alguém?

- O quê? Não! – respondeu rapidamente. – Eu só queria saber como é que é, mas se você não se sentir confortável...

- Eu acho que é você quem tem que se sentir confortável. – sorriu nervosa.

- Mas é o seu corpo, Tica. – rebateu.

- Mas é a sua boca, Handemy.

A turca gargalhou.

- Eu não acredito que vamos discutir até na nossa primeira vez.

- Não estamos discutindo, estamos tentando chegar em um consenso. – rebateu.

- Que seria...

- Você quer fazer sexo oral em mim. – respondeu e ficou vermelha, assim que se deu conta do que falou.

- E você se sente pronta? – perguntou preocupada.

A morena procurou pela mão da outra garota e a apertou.

- Estou pronta para qualquer coisa com você. – sussurrou.

Hande encarou os lábios dela e os beijou delicadamente. Tijana suspirou quando a turca desceu os beijos pelo pescoço e a chupou em sua jugular marcante.

- Eu amo o seu pescoço. – o beijou novamente. – E sinto vontade de mordê-lo todas as vezes que o vejo a mostra.

Boskovic não reclamou quando sentiu a garota lhe morder novamente. Ela sabia que ficaria a marca, mas não se importava naquele momento, não quando Hande estava provocando sensações em seu corpo jamais sentida.

Hande, por sua vez, estava se aventurando no corpo esbelto embaixo de si.

- Tica, eu posso retirar o seu sutiã? – a encarou nos olhos.

Boskovic sentiu as bochechas esquentarem, mas assentiu e ergueu o busto para que a turca tivesse acesso ao fecho e ela assim o fez, abrindo a peça íntima da garota e o puxando lentamente, beijando por onde a peça passava.

- Agora eu acho que você vai ter sensações diferentes...- sussurrou Hande.

- Quais sensações...ah! – ergueu o busto novamente, quando sentiu os lábios da ponteira se fecharem no seu seio esquerdo e a língua rodear a auréola rosada, finalizando com uma leve mordida.

Tijana fechou os olhos com força, segurando um gemido que quase lhe escapou.

- Tudo bem? – indagou Hande, com o queixo apoiado entre os seios da sérvia.

- Handem...- a chamou ainda de olhos fechados.

- Oi. – sorriu.

- Eu acho que estou sentindo algo escorrer...- sussurrou envergonhada.

A ponteira estranhou a fala da garota, mas logo se deu conta do que poderia ser.

- Eu posso ver? – perguntou interessada.

Boskovic permitiu e assistiu a outra garota descer para a região do meio de suas pernas, puxando a sua calcinha lentamente.

- Não deve ser tão difícil. – refletiu Hande. – Nos filmes parece ser bem...

Em meio a vergonha, Tijana sorriu.

- Você está falando com a minha vagina?

- Eu tô nervosa, tá legal? – sorriu de volta. – Isso é o que dá transar com a melhor amiga.

- Me sinto lisonjeada. – suspirou quando a turca continuou sua missão de trocá-la. – Eu pensei que tinha acabado com o clima.

Hande ignorou o comentário e beijou a região pubiana da garota, descendo os lábios aos poucos. Em algum lugar de sua mente, onde estavam todas as suas pesquisas para a sua primeira vez, ela conseguiu se lembrar que teria que estimular o clitóris da garota, para que ela pudesse atingir o orgasmo, então ela assim o fez, abrindo mais as pernas longas da oposta para que ela pudesse ter mais espaço.

Tijana suspirou profundamente quando a língua gelada de Hande começou a rodear o seu clitóris freneticamente.

- Urhg...- a morena gemeu e Baladin se sentiu instigada a continuar a estimulando. – Hande...

A turca continuou a chupando, mas encarou os olhos da oposta e Boskovic teve a certeza que foi o olhar mais sexy que já viu na vida.

- Hande, eu acho que eu vou...- sussurrou, sentindo uma enorme pressão crescendo em seu ventre.

Baladin continuou as investidas no clitóris da garota e sentiu as pernas dela se fecharem ao redor de seu pescoço e o corpo dela estremeceu, dando leve solavancos. Ela esperou até o corpo da oposta se acalmar e quando as pernas dela se abriram, Hande se levantou e deitou ao lado dela, assistindo a respiração dela se regularizar.

- Tudo bem? – a turca perguntou.

Boskovic sorriu e se aproximou dela para beijá-la.

- Eu não sinto as minhas pernas...- sussurrou, a agarrando de lado.

- Eu acho que funcionou. – acariciou as costas dela.

- Eu...nossa! – exclamou. – Po-posso fazer em você?

Hande enrijeceu com a pergunta e Tijana pôde sentir os músculos da turca ficarem tensos.

De repente, a tempestade resolveu voltar com força total e os primeiros trovões ressoaram no quarto.

Boskovic se apressou em tentar sair dos braços da outra garota, mas Hande a agarrou com força.

- Fica aqui? – sussurrou.

A oposta suspirou, respeitando o espaço o pedido da garota. Elas passaram alguns minutos em silêncio e a morena quebrou o silêncio.

- Você quer que eu feche as cortinas e ative o isolamento acústico? – perguntou baixinho.

Hande puxou o rosto dela com as duas mãos e lhe deu um selinho demorado.

- Você está aqui. – a olhou nos olhos. – E tudo está bem.

A morena respirou fundo e desviou o olhar.

- Tica...- chamou a atenção dela, para que ela a olhasse. – Eu confio em você mais do que em mim mesmo. Você é, definitivamente, a pessoa que eu escolhi para ter a minha primeira vez. – pontuo enquanto a morena lhe encarava. – Mas eu ainda não me sinto pronta para dar esse passo agora, porque eu quero ser sua por inteiro, sem receios e traumas. – explicou. – Obrigada por ter confiado em mim para tocar você e eu...

- Você não precisa se justificar, Handem. – a interrompeu suavemente. – Eu respeito o seu espaço, ok?

Hande sorriu apaixonada, sentindo lágrimas acumularem no canto de seus olhos e se questionando se aquela garota realmente existia.

- Se o amor tivesse forma, seria você. – disse Hande baixinho. – Eu poderia ganhar todos os prêmios do mundo, mas eles não se iriam se comparar ao fato de ter você pra mim. Obrigada por ser tão incrível.

Boskovic limpou a lágrima que escorreu dos olhos da outra garota e a beijou em seguida.

- Você é a pessoa mais preciosa do mundo, Hande e merece ser tratada da melhor maneira do mundo. – disse, acariciando o rosto dela. – E, quando você estiver pronta, eu vou estar aqui esperando por você. – completou. – Nós sempre vamos estar aqui, uma pela outra, se lembra?

- Lembro. – a olhou carinhosamente. – Eu já te disse que sou apaixonada por você?

- Algumas vezes...- respondeu, puxando o lençol para cobrir as duas. – Mas não me incomodo de ouvir de novo.

- Eu sou apaixonada por você. – se aconchegou a ela, deitando em seu peito desnudo.

- Eu também sou apaixonada por você. – falou e iniciou um carinho nos cabelos da turca.

As duas permaneceram abraçadas, assistindo a tempestade estrondosa que acontecia lá fora.

- Os trovões não estão fazendo você estremecer...- pontuou Tijana, parecendo se tocar do que estava ocorrendo.

- Estou em casa. – a respondeu.

- Está? – indagou perdida.

- Sim. – beijou o ombro da oposta e suspirou tranquilamente. – Estou bem em casa.

Boskovic sorriu ao se dar conta do que Hande estava falando.

- Em qualquer lugar que eu esteja, vou me sentir em casa. – disse Hande. – Desde que você esteja nele.

As duas garotas se encararam e sentiram os corações aquecerem. Hande, porque havia acabado de falar o que há muito tempo queria dizer e Tijana, porque se sentia da mesma forma que a turca: em casa, sempre que estavam juntas.






















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