Capítulo 21

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Oi, vidas 🧡

Gente, hoje eu acordei com a notícia do término do casal mais querido do vôlei e tô até agora sem entender nada. Se alguém souber de algo, pode edificar comigo, tá?

Dependendo do desempenho de vocês, eu posso soltar o cap 22 🤧

Obrigada pelos comentários, eu espero que aproveitem 🧡


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O descanso que era para ser de minutos, durou algumas horas e, quando as duas voltaram para a praia, o Sol estava menos forte.

- Ainda bem que você passou uma tonelada de protetor solar em mim. – disse Tijana.

- Acha que o Sol está forte?

- Não se esqueça que eu sou acostumada a temperaturas baixas. – a lembrou.

- Máxima de 17°, você está brincando comigo! – rebateu Hande. – Não que aqui não faça frio, mas lá não passa disso e eu acho que nunca senti tanto frio na vida.

Boskovic sorriu saudosa.

- Eu gosto...

- Eu sei. – constatou. – A sua adaptação climática está sendo muito difícil?

- Digamos que não. Passo a maior parte do tempo em ambientes refrigerados. – respondeu. – Acho que esse foi o maior tempo que eu passei exposta ao Sol.

- Vamos aos poucos, para que você vá se habituando. – sugeriu. – Ou se não, será como colocar um urso polar para viver exposto ao Sol e sem o gelo.

- Engraçadinha...- resmungou.

- Essa conversa toda está me fazendo perceber uma coisa.

- O quê? – perguntou interessada.

- Você está fugindo da bicicleta!

- Não estou, não. – se defendeu. – Vamos logo com isso...

- Ok. Evite cair, colocando sempre os dois pés no chão para que consiga o equilíbrio perfeito. – aconselhou. – Claro que antes de parar, você precisa apertar o freio. O freio da mão direita vai parar a roda de trás e o da mão esquerda a da frente. – explicou. – Nós vamos sempre devagar, mas caso ande rápido, não aperte o freio da mão esquerda, ou você pode cair. Funciona com as rodas de trás também, se você apertar o freio muito rápido, a roda vai travar e depois vai deslizar na areia.

- Ou seja, se eu frear, vou cair de todo jeito. – resmungou Tijana.

- Se você não frear, irá cair. – a corrigiu. – Mas veja pelo lado bom...

- Hande, eu não estou vendo nenhum lado bom nisso! – reclamou.

- Se você cair, a areia irá amortecer a queda. – disse. – Não vejo como não pode ser perfeito! – sorriu animada. – Ah, caso caia, tente não cair na areia molhada.

- Por quê? – arqueou a sobrancelha, sem entender. – Ela machuca mais do que a areia solta?

- Não. – deu de ombros. – Você vai acabar sujando o meu carro se cair lá.

Boskovic a olhou incrédula.

- Está mais preocupada com o seu carro do que comigo?

- Alá, claro que não!

- Você não está soando tão convincente, Hande. – resmungou. – Odeio você!

- Ai! – exclamou dramaticamente. – Você ouviu?

- Ouvi o quê? – indagou, sentando na bicicleta.

- O som do meu coração se partindo!

- Eu não sei porquê eu ainda pergunto. – revirou os olhos sorrindo.

- Porque você me adora, garota. – rebateu. – Vamos, você consegue se lembrar de tudo o que eu disse?

- Tenho que ter cuidado com os freios e não cair na areia molhada. – pontuou. – Algo mais?

Hande sorriu orgulhosa.

- Você aprende muito rápido. – beijou a testa dela. – Vou segurar a bicicleta, até que você tenha equilíbrio o suficiente. Quando começar a pedalar sozinha, vá devagar para que eu não fique correndo atrás de você, sim?

- Hande? – a chamou insegura. - E se as pessoas olharem?

De fato, haviam algumas pessoas na orla da praia e outras poucas sentadas na areia. Talvez o fato de uma garota extremamente alta estar aprendendo a andar de bicicleta chamasse a atenção de todos.

- Você quer ir até a praia...

- Eu não quero ir para a praia da sua família! – a cortou.

- Lá não tem ninguém. – a lembrou. – Caso o seu problema seja timidez, então problema resolvido.

- Eu posso lidar com isso. – resmungou.

A turca suspirou profundamente.

- Tica, você vai ter que superar isso em algum momento. – argumentou. – Essa é a vida que a minha família leva e eu não posso fazer nada para alterar isso.

- Eu sei...- sussurrou.

- Desde que você queira e se sinta confortável em me acompanhar aos lugares, todos serão extremamente luxuosos. – disse. – Desde o lugar em que os meus pais moram, até os jantares que eles participam.

- Você disse “O lugar em que os meus pais moram”, para não dizer “mansão”? – arqueou uma sobrancelha.

- Não é uma mansão. – pontuou. – É um palacete.

Tijana arregalou os olhos.

- Uau! – exclamou. – Em pensar que você esteve na Sérvia, com os meros mortais.

- Não é como se você não morasse numa mansão. – retrucou.

- É, mas a vovó não mora. – a lembrou. – Foi o máximo da classe média que você chegou?

- Eu não dou a mínima. – argumentou. – Há mais amor na casa da sua avó do que em qualquer palácio. – disse. - Não vou ficar reafirmando isso sempre, porque você já sabe. Dane-se o que as pessoas podem pensar, Tica.

- Você tem razão. – sussurrou. – Me desculpe.

- Não me peça desculpas por isso. – pediu sorrindo levemente. – Vamos voltar para a sua aula de ciclismo, ok?

Boskovic assentiu.

- Ótimo, quando eu empurrar a bicicleta, você começa a pedalar devagar. – a instruiu e a morena assim o fez.

- Não me deixe sozinha!

- Não vou deixar. – a segurou, andando mais rápido. – Não esqueça de manter o equilíbrio e ir devagar.

- Estou tentando. – retrucou. – Mas não me solte!

A bicicleta ganhava cada vez mais velocidade e Hande seguiu correndo devagar atrás dela, pelo que pareceu trinta minutos.

- Lembre-se dos freios. – pediu Hande.

- Ok! – assentiu animada. – Você está se saindo uma professora e tanto. – disse, pedalando um pouco mais rápido. – Por que eu nunca aprendi a andar nisso antes? A sensação do vento batendo no rosto é maravilhosa. – falou para a turca. – Deus, eu me sinto como se fosse uma criança, Hande!

Vendo que a ponteira não estava falando nada, a oposta apertou o freio da bicicleta devagar e parou, colocando os dois pés no chão. Quando olhou para trás, viu que Hande vinha correndo atrás dela, a uma certa distância.

- Você conseguiu! – comemorou Hande.

- Você me deixou sozinha? – perguntou incrédula.

- Claro, estava mais do que na hora. – explicou se aproximando dela. – Na verdade, eu só te segurei nos primeiros cinco minutos.

- Mas eu estava tão equilibrada...pensei que estivesse segurando o tempo todo.

- Você tem equilíbrio porque se projeta pra saltar e cair com equilíbrio. – a lembrou. – Eu constatei isso durante os cinco minutos.

- Você tem um ponto. – concordou Tijana. – Eu tenho equilíbrio advindo do vôlei.

- E agora sabe andar de bicicleta! – deu pequenos saltinhos no lugar. – Faça uma pose, eu vou registrar esse momento.

- Hande...- resmungou envergonhada, olhando para a praia.

A turca aproveitou o momento para tirar as fotos.

- Eu adoro o seu perfil. – disse, lhe mostrando o celular. – É belíssimo.

- Você está me cortejando para se safar por ter me deixado andar sozinha?

- Eu confiei totalmente no seu potencial! – se defendeu. – Agora sem mais reclamações, mocinha. Eu quero te levar a um lugar.

- Que lugar seria?

- Será um surpresa. – respondeu. – Venha, vamos devolver a bicicleta.

(...)

Hande dirigiu por 20 minutos, até chegarem ao destino que ela queria que a morena visse. Quando a turca parou o carro, a morena desceu impressionada com a vista.

- Este é um dos pontos mais altos de Istambul. – explicou Hande, se aproximando da morena. – Tivemos que passar dez minutos subindo até chegar, mas daqui temos a visão privilegiada de quase toda a cidade.

- Handem...é lindo. – desviou os olhos da paisagem para encarar a garota. – O sol já vai se pôr!

- Eu queria que você tivesse essa visão. – buscou pela mão dela. – É um dos pores do sol mais lindo de toda a Europa e você consegue ver ele por cima de toda a cidade.

Tijana assentiu e as duas ficaram em silêncio, aproveitando para observar a cidade começando a ser iluminada.

- Tica, olhe para trás. – pediu Hande.

A morena desviou a atenção da cidade e olhou para trás, dando de cara com as belas montanhas que não pareciam tão distantes. Ela suspirou profundamente, tentando controlar as lágrimas.

- Me lembra Belgrado...- sussurrou. – Ah, Hande. Eu já estou com saudades de casa!

Hande se adiantou para abraçá-la e permitiu que ela escondesse o rosto na curva do pescoço dela.

- Não estou aqui há um mês e já estou com saudades...como vou conseguir viver dois anos longe de casa? – fungou.

- Não pense assim, a longo prazo. – pediu. – Você pode voltar para visitar o seu país, quando tivermos uma folga mais estendida. – explicou. – Mas até lá, a sua família pode visitar você para que não sinta tanta falta deles.

- Você tem razão. – a abraçou com força.

- Enquanto isso, nós podemos achar alternativas para fugir da cidade e ir para as montanhas. – disse Hande. – Talvez assim você se sinta um pouquinho em casa.

Boskovic levantou a cabeça e a olhou profundamente, selando os lábios nos dela em seguida.

- Eu não sei o que faria sem a sua ajuda. – falou baixinho. – Obrigada.

- Não me agradeça. – beijou os lábios dela de volta. – Nós temos um mês para fazer você sentir falta da Turquia, antes que você vá embora.

- Não é só dá Turquia que eu vou sentir falta. – sorriu timidamente.

- Você vai sentir saudades da melhor turca que você conhece, eu presumo. – sorriu presunçosa.

- Da mais humilde também. – revirou os olhos. – Você é muito especial, Handem. Muito, muito, muito!

- Não precisa me bajular. Você me deve muitos favores, garota! – zombou. – Agora nós precisamos ir, antes que escureça.

- Não tem faróis no seu carro?

- Eu não quero chegar naquela sua casa mal assombrada a noite! – se defendeu. – Você vai ter que colocar os anjos o quanto antes...

- Anjos? – indagou sem entender.

- Um jardim repleto deles! – disse Hande. – Eu acho que serão capazes de espantar as assombrações.

Boskovic gargalhou.

- Você não existe! – exclamou. – O piso do jardim é péssimo, Hande. Daremos sorte se não estiver escorregando.

(...)

- Eu te disse que o piso era escorregadio, Hande. Nós vamos cair! – resmungou Boskovic.

- Eu acho que é um pouco tarde demais pra voltar atrás...ui! – reclamou de dor, ao cair de bunda no chão. – Ai, minha pobre bunda...

Boskovic teve vontade de rir, mas se segurou.

- Você está bem? – tentou ir até ela, mas estava escorregando demais.

- Acho que preciso pôr gelo na bunda e tudo será resolvido. – tentou se levantar e caiu novamente. – Que diabos! Eu não me lembro de cair em nenhuma das vezes que vim aqui...

- Digamos que eles estão tentando concertar o piso. – argumentou Tijana.

- Quem é o inútil que está fazendo isso? – bufou. – E por que raios você não pediu para colocarem grama?

- Grama não escorrega?

- Só se você não contratar um jardineiro pra cuidar dela. – argumentou ainda caída. – Vou tentar me levantar...

Mas ela falhou miseravelmente.

- Não consigo te ajudar. – lamentou Tijana.

- Se eu fosse você, me sentaria no chão e me impulsionava para frente. – sugeriu Hande, fazendo o que estava dizendo para a garota. – Você vai acabar caindo.

- Você só me põe em enrascadas, Baladin! – a repreendeu, sentando no chão. - Poderíamos ter voltado para casa um pouco mais tarde

- Veja pelo lado bom. – disse Hande.

- Ah, é? E qual é o lado bom dessa vez? – perguntou, esperando a turca se aproximar de si.

- Ninguém está vendo como estamos engatinhando, como bebês. – pontuou sorrindo.

- Isso seria humilhação demais, Hande! – rebateu sorrindo também.

- Venha até mim e me beije. – pediu Hande, fazendo bico.

- É uma ótima situação para beijar você. – debochou Tijana, chegando perto dela o suficiente.

- Eu beijaria você até se estivesse toda suja de lama. – disse.

- Você é uma galanteadora nata, Baladin. – selou os lábios nos dela. 

- E você é uma coisinha linda. – a beijou. – Que ato romântico aconteceu entre nós!

- Você é estranhamente encantadora. – disse Tijana.

- Admita que me acha incrível. – debochou.

- Eu adoraria passar a noite listando todas as suas qualidades, mas estou congelando. – falou arrepiada. – Vamos? 

- Vamos. – a instigou. – Quando me disseram que eu iria me rastejar por alguém um dia, eu não esperava que esse alguém estivesse rastejando do meu lado.

Boskovic gargalhou.

- Não me faça rir, garota. Ou eu vou acabar caindo de rosto no chão!

- Alá, seu rosto não! – se repreendeu. – Eu me jogo embaixo de você pra amortecer a queda!

A morena suspirou profundamente para não rir e acabar caindo, até que as duas conseguiram alcançar a soleira da varanda.

- Me lembre de contratar um jardineiro amanhã, assim que abrir os olhos. – pediu Tijana.

- Amanhã temos treino. – a lembrou. – Precisamos sair daqui cedo, se não quisermos chegar atrasadas.

- Vamos de carro, Hande. Não é pra tanto. – rebateu.

- Depende de quem vai dirigindo. – argumentou Hande. – Você ou eu?

- Você, claro. – deu de ombros.

- Então temos tempo o suficiente para você chamar um jardineiro. – assegurou. – Eu conheço um, caso queira. Acho que a Eda pode te ajudar também.

- Por que ela me ajudaria? – indagou curiosa.

- Ela é arquiteta paisagista. – respondeu e a morena a encarou surpresa.

- É claro que eu preciso dos serviços dela! – disse animada. – Eu ia mesmo contratar um arquiteto para a decoração do novo jardim.

- Lembrando do tema angelical...- pontuou Hande.

Tijana sorriu.

- Vamos entrar, antes que você queira transformar o meu jardim num presépio!

- Até que não seria uma má ideia...






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