Mas veja só
Parece que minha alma sente
Pequenos floquinhos de esperança
Parece que vislumbro abruptamente
Uma luz no fim do túnel
Um motivo para respirar
Um motivo para continuar
Os pequenos flocos caem
Sobre minha mente
E de repente
Há vontades e anseios
Bons anseios
Anseios de vencer na vida
Ou de, ao menos, tentar viver
Mas por quanto tempo
Irá perdurar este sentimento?
Será que amanhã mesmo
Já não serei um desistente?
Ou quem sabe ainda hoje?
Talvez em menos de quinze minutos?
Queria que os floquinhos continuassem
A cair sobre meu ser insosso
Que cansou de tentar
Cansou de lutar e viver
Dependendo da minha capacidade
De continuar inspirando e expirando
Dia após dia
Aproveitando os pequenos flocos
Os pequenos foquinhos de esperança
Será que vale a pena
Aproveitar esse sentimento?
Porque eu sei que a esperança
Abruptamente irá parar de cair sobre mim
Na primeira adversidade que eu encontrar
E são tantas adversidades
Já que não plantei girassóis
E resolvi plantar espirradeiras
Uma hora a gente colhe o que plantou
E ainda há muito o que se colher
Ou pouquíssimo
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POEMAS DE UM BORDERLINE
PoesiaPoemas de um borderline escritos enquanto internado em uma clínica psiquiátrica.