Às vezes é necessário
Um tremendo baque
Repleto de dissabor
Para que a gente acorde
De um grande pesadelo
Disfarçado de sonho
Ábdito de uma vida ideal
Repleta de falsas cores
Aleivosos amores
Que escondem as dores
Profundas da alma
O que era rotineiro
Parece vexaminoso
Tudo o que se fazia
Parece errôneo, maléfico
Seria tarde demais?
Para uma mudança?
Uma grande reviravolta
De dentro para fora
Estaria a vida
Já comprometida
O que foi feito
Não há como desfazer
Mas há como mudar
Há mesmo como mudar?
Sair do ciclo vicioso
Tóxico e tempestuoso
De quase vinte anos
É tarde para ser
Diferente e cândido?
Nunca é tarde para mudar
Eles dizem
Mas eles não sabem
Não fazem ideia
Da mente que pensa
E repensa em todas
As nocividades já feitas
Estou muito velho?
Ou sou muito jovem?
Não falo em levar
Uma vida casta
Mas sim em me sentir
Mais responsável
Por eu mesmo
E pelos outros
Seria tarde?
Ainda há vida
Para ser vivida?
Mostre-me o caminho
Ou tire-me daqui
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POEMAS DE UM BORDERLINE
PoëziePoemas de um borderline escritos enquanto internado em uma clínica psiquiátrica.