- 𝕍í𝕣𝕦𝕤 𝕞𝕠𝕣𝕥𝕒𝕝 -

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CAPÍTULO I

A anos a terra veio morrendo aos poucos, e boa parte da população nunca se importou com o que iria acontecer e anos depois, sofremos as consequências da falta de cuidados com o planeta que chamamos de lar - e com o início e o fim de cada ano, tudo sempre piorava.

Em 2020 uma pandemia mortal dizimou uma pequena parte da população na terra. Nos protegemos da melhor forma - e nos adaptamos ao vírus - mesmo quando os casos diminuíram, os anos seguintes, alguns países foram alvos de terremotos, enchentes, altas temperaturas e doenças extintas que retornaram com mais força.

Em 2040 uma doença cruel matou 30% das mulheres no mundo, vários países choraram ao enterrar, filhas, mães, avós -e em alguns lugares, uma geração inteira de mulheres.

Em um momento desesperado, os líderes governamentais uniram forças para melhorar o avanço tecnológico e encontrar uma forma de aumentar a população e uma cura, nesse meio tempo, as mulheres férteis que sobrevieram ao vírus eram confinadas em laboratórios para a coleta e com a criação de placentas artificiais o número de crianças aumentou em poucos anos, era o milagre da época, mas o número baixo de mulheres férteis era muito pequena.

Cinco anos depois a NASA descobriu um planeta que era parecido com a terra, tinha água, terra, florestas, montanhas e uma diversidade de animais, no entanto, possuía civilização.

Na época o planeta Z79-4 era mostrado nos noticiários como planeta gêmeo, visto que era parecido com a terra, suas condições eram perfeitas para recomeçar um novo lar. Mas com o planeta cheio de nativos nada hospitaleiros, sobreviver ao planeta agora nomeado ZYRA, era a menor das preocupações - pois viajar de nave e torcer para não ser derrubado por um mar de asteróides, é ainda mais preocupante do que se manter vivo em um planeta cheio de alienígenas.

Sou uma das doze novas cientistas escolhidas para participar do grupo de pesquisa para o novo planeta . Minha missão? Estudar como o ecossistema de Zyra funciona e encontrar formas de modificar as plantas para nosso benefício. O problema? Tóxico! Toda Zyra era adaptada para matar qualquer humano.

As plantas eram mais resistentes, a água era bioluminescente e venenosa e os animais, ou melhor, as bestas, eram movidos por um primitivo instinto de ouvir, memorizar o cheiro, caçar e matar. Eram mais inteligentes e sempre andavam em bando -o que transformava os bosques de Zyra em um caminho ao corredor da morte.

Meu pai não ficou nada feliz quando soube que foi selecionada para viagem , de início fiquei animada, mas depois de ouvir histórias assustadoras da minha amiga Liz, que era cientista e moradora permanente do planeta assassino, a vontade de permanecer na terra era muito tentadora.

- Você vai amar aqui - disse Liz com um sorriso largo.

Minha expressão era de total espanto para a tela do notebook.

- Estou pensando seriamente em ficar - respondi com um sorriso nervoso.

- Enlouqueceu? - quis saber ela e listou a parte boa de toda aquela aventura - Zyra é um lugar que vai ficar gravado na história, aqui o salário é bom, você fica no ar-condicionado e só sai para trabalho de campo poucas vezes na semana e as vezes nem acontece, aqui chove bastante e não saímos na chuva.

Maravilha, teria que orar por um mal tempo para ficar em segurança, que maravilha. Engoli a seco, não estava com um bom pressentimento.

- Você vem, me faz companhia e trabalhamos juntas - disse Liz com animação - vamos Lia, você sempre foi a melhor e eu preciso de você comigo.

Era verdade, sempre me chamavam de gênio desde que aprendi a falar e a escrever. Desde pequena possuía um temperamento arrogante, detestava a memória fotográfica tanto quando a asma, possuía uma inteligência bem a frente do tempo, problemas de interação, uma irritante linguagem peculiar e um QI de 212. Em resumo, minha infância e adolescência foram girando em um ciclo de aprendizados, bullying, aprendizados, conquistas, reconhecimentos e mais aprendizados.

Planeta dos bárbaros -Vol1Onde histórias criam vida. Descubra agora