Lilith Rose Salvatore, nunca teve a vida fácil, mas só piora quando seu pai morre na sua adolescência.
Lilith, após ser demitida de seu único emprego, se vê no fundo do poço, porém o que ela não contava, é que estaria no dia, hora e lugar errada, c...
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POV: Lilith Salvatore.
É como se fosse um entretenimento para minha vida.
⌚10:00 | Nova Iorque
UMA SEMANA DEPOIS
Eu e Vincent não nos falamos depois daquele beijo, vejo ele apenas pelos corredores, no café da manhã, ou quando ele chega bêbado.
Eu também não ando saindo do meu quarto, fico mais na biblioteca ou no jardim, talvez para vocês possa estar parecendo besteira estar ignorando Vincent e ele também estar me ignorando.
Para ele eu já não sei se parece besteira, mas para mim não! Depois que consegui sair daquele inferno não fiquei com mais ninguém. O fato de outro homem estar me tocando, me abraçando realmente me assusta.
Sinto nojo, raiva e culpa, de mim mesma. Esses sentimentos me assombram, porque sinto que estou me permitindo passar pelo mesmo trauma de novo. Por toda a minha adolescência eu escutava daquele homem, que os abusos eram todos culpa minha. Não entendia quando ele dizia aquilo, mas hoje entendo, sempre fui o desgosto de minha mãe, talvez esse foi o meu castigo. A culpa foi totalmente minha.
Decido descer para o café da manhã, mas não para comer e sim para ficar lá conversando com Rosa, ela virou minha melhor companhia nessa casa, já que não tenho ninguém para conversar. Quando estou indo para a mesa me dê paro com Vincent já tomando seu café, decido me sentar e ficar apenas observando tudo que está acontecendo a minha volta.
Não tenho coragem de fugir daqui por vários motivos. Primeiro, se eu tentasse não iria adiantar nada, porque ou eu morreria, ou Vincent me acharia e me mataria. Segundo, pelo incrível que pareça ou talvez não, não tenho uma vida lá fora, tudo que eu tinha era meu apartamento, trabalho e só. Não tinha amigos, não tinha família, e não saia para festas, não tinha nada e nem ninguém.
Talvez eu goste de ficar aqui, é como se fosse um entretenimento na minha vida.
— Não irá comer? - Pergunta Vincent me tirando dos meus pensamentos.
— Estou sem fome. - Digo, curta e grossa.
— Engraçado que você está sem fome, mas tudo que você faz quando vem até essa mesa é ficar apenas encarrando o nada, e nem mesmo coloca um pedacinho de algum desses alimentos na boca. -Diz com calma, com seus olhos fixados nos meus.
— As coisas que faço ou deixo de fazer, e até mesmo o que como ou deixo de comer, nunca foram e nunca serão da sua conta. - Digo também com calma e encarrando seus olhos.
— Você está errada, Lilith. Está morando de baixo do meu teto, automaticamente o que você faz ou deixa de fazer, até mesmo o que você come ou deixa de comer, no fim sempre será da minha conta. - Diz já ficando irritado.
