Lilith Rose Salvatore, nunca teve a vida fácil, mas só piora quando seu pai morre na sua adolescência.
Lilith, após ser demitida de seu único emprego, se vê no fundo do poço, porém o que ela não contava, é que estaria no dia, hora e lugar errada, c...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
POV: Lilith Salvatore.
Cicatrizes.
03:30| Seattle
Eu me sinto suja. Por que não acaba logo? Por que isso simplesmente não acaba? Por quê? Por quê? Por quê?
Será que tudo isso era culpa minha, como mamãe dizia? Por que Richard fazia essas coisas comigo?
Por que só desejo estar morta agora, quando, na verdade, eu deveria me sentir viva?
Só consigo sentir nojo quando ele faz essas coisas comigo, isso dói tanto. Por que eu não consigo parar de deixar essas lágrimas caírem?
O problema é que elas nunca para de cair, até quando não estou chorando elas continuam caindo.
Sinto meus olhos se escondendo no meio dessas lágrimas. Meu sorriso desapareceu em meio a minha tristeza e fúria. Meu corpo se desmorona por culpa do cansaço. Minhas costas doem pelo peso da culpa.
— Pare de chorar. Você merece isso! — Diz Richard desferindo um tapa em minha face.
Eu não sinto mais dor. Acho, que não consigo sentir mais nada, além desse vazio que ficou quando meu pai se foi.
Ele nunca faria isso comigo.
Ele nunca usaria meu corpo para praticar esse ato.
⋆｡ﾟ☁︎｡⋆｡ ﾟ☾ ﾟ｡⋆
Richard já foi embora. Me sinto tão cansada, só quero acabar logo com isso.
Continuo deitada em minha cama. Não tenho mais forças, isso acontece todos os dias. Estou exausta de viver.
Viver nesse loop infinito, quando acho que estou conseguindo me salvar, sou forçada a voltar para esse maldito lugar.
Nem sei mais o que sinto, me perdi no meio do caminho. Estou tão frágil, que me pareço como um pedaço de vidro, que a qualquer momento pode se quebrar em mil pedacinhos.
Eu só quero acabar com isso.
Junto todas as minhas forças me levanto da cama e começo a caminhar em passos lentos até a cozinha.
Acabarei com essa dor. Preciso acabar com ela.
Sinto meu corpo sendo arrastado. Minhas pernas fracas, meus braços doloridos e meu rosto cansado.
Qual foi a parte que errei para estar merecendo isso?
Me sento no chão, perto do armário e pego uma lâmina.
Meus inúmeros pensamentos, só me fazem querer desaparecer deste maldito lugar.
Meus braços vermelhos pelo sangue que escorre de minhas veias. Tudo em minha volta desaparecendo. E eu continuo me sentindo morta por dentro.
Com a lâmina rasgando minha pele, sinto o sangue escorrer, assim pingando sobre minha perna.
Isso dói, mas a dor preenche um vazio deixado na minha alma.
Os cortes profundos, que antes eram brancos, agora se tornam vermelhos. Enquanto o sangue mancha o chão, minha mente me castiga fazendo eu me afundar no mar de escuridão em que habito.
Já com a visão turva e cabeça mais quieta, vejo luzes fortes, gritos ao meu redor, mas que já são em vão, meu corpo já estava caído no chão.
Deixando de compreender a realidade, tudo não passa de uma lembrança, ou era assim que pensava...
Eu não estou bem, me sinto assustada como uma presa que está correndo de seu predador.
Me sinto intimidada e sempre com medo de algo ou alguém, na maioria das vezes quando fico sozinha me questiono do porquê eu ainda estar aqui? É por algo? Ou seria por alguém.
Me vejo perdida, sem rumo... de novo.
Meu corpo afundando nessa escuridão, e o vazio se espalhando pelo meu corpo e de repente... eu desapareço.
— Lilith, acorda! — Vincent grita, me tirando desse sonho. Como se ele fosse uma luz me tirando da escuridão.
De uma hora para outra estou nos seus braços, em um abraço quente, com incontáveis lágrimas caindo dos meus olhos, eu me permito se sentir protegida.
— Está tudo bem, estou aqui agora. Vou te proteger.
Vincent e eu ficamos por longos minutos abraçados e quando ele disse que iria para o seu quarto, pedi para que ficasse comigo.
Agora, estamos aqui deitados em minha cama, um ao lado do outro e um silêncio confortável.
Poderia passar horas aqui ao lado dele. Estou com um sentimento que não consigo explicar, não diria que é de amor, mas talvez seja de proteção, me sinto segura ao lado dele. Não me sentia assim há anos.
Acho, que essa é a primeira vez que me sinto confortável ao lado de um homem, depois dos ocorridos do meu passado. Mas não é isso que me assusta, o que me assusta é que estou confortável ao lado de Vincent Hoffmann.
— Por que você não me fala sobre suas cicatrizes? Tipo, sei que elas são porque você quer morrer...
— Elas não são porque quero morrer, e sim porque anseio por viver. — interrompo-o — Sei lá, tenta me entender. Às vezes sinto que nunca conseguirei tampar esse vazio, não importa o quanto eu tente, o quanto eu lute, ou então o quanto eu sobreviva. Eu sempre sentirei esse vazio e é isso que mais me faz afundar. Eu me sinto uma louca.
— Você não é louca. Se você quer tanto viver, tem que se desprender do seu passado. Entender que nada do que aconteceu foi sua culpa. Se o seu padrasto é um filho da puta, isso não é culpa sua. Se a sua mãe é pior ainda, caralho, isso não é culpa sua. Para de se sobrecarregar por coisas que não são sua culpa.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Oii, mores! Tudo bem??
Capítulo 19 foi curto, porque queria que ele fosse assim.
