𝙋.𝙊.𝙑 𝙅𝙪𝙣𝙞𝙤𝙧
— Zeca você não pode ir! Vem comigo! — Pedi quase que chutando aquela maldita catraca de minha frente.
— Eu não quero fazer você brigar com a sua mãe...você não precisa tomar nenhuma decisão precipitada agora.— Ele respondeu ficando próximo de mim, separado apenas pena pequena distância da catraca que nos impedia.
— Eu nunca tive tanta certeza de alguma coisa Zeca...eu te amo! — Falei admirando seus olhos escuros, parecia fazer séculos que não os via e eles estavam ainda mais bonitos que o convencional.
O peão ficou sem palavras, nem mesmo eu esperava ter uma atitude daquelas, aproveitei meu pico de coragem e voltei á levantar os meus pés, me aproximando do rosto do maior, uni os nossos lábios lentamente fechando os meus olhos.
Os lábios lisos do peão tomavam a minha boca para si enquanto eu levava uma das minhas mãos até seu rosto, sentindo sua pele macia, o mundo parecia ter parado para mim como em nosso primeiro beijo, estava tão imerso no beijo do peão que demorei para perceber os resmungos e reclamações dos outros passageiros e do próprio motorista.
— As mocinhas aí vão parar o beijo ou eu vou ter que chamar o segurança pra poder seguir viagem? — Reclamou o motorista cutucando as minhas costas.
Dei uma risadinha me afastando da boca de Zeca, ele fez o mesmo, abrindo seus olhos lentamente e olhando para mim com aquele sorriso radiante que havia sentido tanta saudade.
— Melhor a gente parar por aqui ou é capaz de sermos linxados! — Disse baixo para ele.
— Com certeza!
— O senhor poderia abrir o bagageiro? Esse daqui não vai mais não. — Falei me virando animado para o motorista.
Ele revirou os olhos impaciente e andou comigo até o lado de fora do ônibus, após alguns minutos, ele retirou as malas de Zeca do bagageiro e logo o peão desceu do ônibus com uma mochila preta em suas costas.
O motorista subiu os degraus resmungando alguma coisa, acenei para ele com um sorriso debochado e logo olhei para Zeca, que estava um pouco sério.
— Que foi amor? Não tá feliz? — Perguntei desfazendo meu sorriso aos poucos.
— Tô...é claro que tô, mas e agora, como vai ser? — Ele questionou com a voz baixa.— Eu não posso voltar pra fazenda da sua mãe e ela não vai gostar de te ver comigo.
— Olha aqui Zeca, o que ela acha ou deixa de achar não me importa, eu vou ficar com você e pronto. — Falei com segurança.
O ônibus partiu e um sorriso nascia no rosto do peão enquanto eu falava.
— Eu tenho uma grana guardada, a gente pode alugar um apê no Rio, eu arranjo um trabalho e você também. — Disse tranquilo, tentando acalma-lo. — Logo logo eu termino a minha faculdade e aos poucos tudo vai se ajeitar!
Zeca me olhou com uma expressão surpresa por alguns segundos, ele não disse uma palavra sequer até eu cutucar seu braço com a outra mão livre.
— Ou! Eu faço essa declaração toda e você não fala nada Zeca? — Reclamei fazendo um bico para ele.
— Desculpa, é que eu nunca te vi tão decidido, você tá diferente...mais corajoso! — Ele falou incrédulo.
— E você gosta? — Perguntei um pouco envergonhado.
— Eu amo ! — Zeca respondeu animado, selando os meus lábios rapidamente.
Sorri para ele, o peão fez o mesmo me olhando com aquele sorriso bobo, eu mesmo devia estar feito um tonto olhando para ele naquele momento, mas não me importava muito.
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Coração de Peão
RandomJunior, o filho perfeito aos olhos de sua mãe é estudioso, educado e gentil, mas guarda a sua verdadeira orientação sexual a sete chaves. Ele decide visitar sua mãe na tranquila cidade de Boiadeiros, no interior, para passar as férias. Entretanto, m...