[12]- A minha mãe e um peão?NUNCA!

245 13 11
                                    

                              𝙋.𝙊.𝙑 𝙅𝙪𝙣𝙞𝙤𝙧

Encarei Maria Elis em silêncio por alguns segundos, tentava achar alguma resposta correta, sem saber ao certo o que dizer.

— Eu não sei...Acho que por enquanto ela ainda não precisa saber.

— Júnior eu não tô te cobrando nada! Só estou perguntando tá? Sem problemas ela não saber, isso é algo que só interessa a você e ao Zeca! — A morena disse esboçando um sorrisinho animador.

— Eu sei Elis, mas você tá certa, hora ou outra ela vai ter que saber, e eu já tô me preparando pra isso. — Respondi convicto, mas ainda incomodado em pensar naquilo.

A morena assentiu com a cabeça e se aproximou mais de mim.

— Agora me conta os detalhes, o beijo foi bom? — Ela sussurrou próxima de mim, me fazendo dar uma risadinha nada discreta.

Tratei de contar tudo para ela em detalhes e surtamos juntos relembrando os acontecimentos, Maria Elis fazia tudo aquilo parecer tão normal e leve que me fazia sentir muito bem sendo quem eu era.

No dia seguinte acordei cedo, a ansiedade para ver Zeca mal havia me deixado dormir direito na noite passada, obviamente enrolei mais me arrumando pois queria estar impecável para o peão.

Após alguns longos minutos, saí de meu quarto indo até a cozinha cumprimentando as meninas.

— Ué, a minha mãe ainda não voltou? —Perguntei me sentando em uma das cadeiras ao lado de Bebela.

— Depois que eu liguei ontem ela disse que viria o mais rápido possível pra cá mas até agora nada...— Maria Elis respondeu enquanto bebia uma xícara de café.

Definitivamente aquilo estava muito estranho, depois de um dia como aquele minha mãe não iria me deixar sozinho, ainda mais no estado que eu estava após descobrir a verdade sobre meu pai.
Tomei o café da manhã o mais rápido que consegui e saí de casa procurando ansioso por Zeca.

Após alguns minutos procurando, finalmente achei o peão no estábulo organizando alguns itens na sala onde  as ferramentas ficavam, corri até o maior sem conter a euforia, toquei com meu dedo indicador em suas costas chamando a atenção dele para mim.

— Júnior! Que bom ver você. — Ele falou abrindo um sorriso ao me ver.

— Pois é, resolvi dar uma passada aqui, você tá livre? — Perguntei passando uma das mãos em meu cabelo tentando disfarçar a ansiedade.

— Eu sempre tô livre pra você Juninho. —Zeca respondeu mantendo aquele sorriso  maravilhoso que me fazia perder totalmente a postura.

— Voce é um fofo... — Disse sorrindo para ele um pouco sem jeito.

— E eu acho que merecia um beijinho de agradecimento pelo menos, né? — Ele pediu fazendo um biquinho enquanto se aproximava de mim.

Olhei rapidinho para trás vendo a porta amadeirada entre-aberta, andei até ela e a fechei, logo em seguida me virei para Zeca e corri até os braços do peão.

— Mas é claro, eu não cometeria o crime de negar um beijo pro peão mais lindo dessa fazenda. — Comecei a falar um pouco antes de unir os meus lábios com os dele em um beijo lento, enquanto as minhas mãos subiam até os seus ombros.

Os lábios de Zeca estavam tão doces quanto no dia anterior, apesar do risco de sermos pegos, quando estava com ele tudo aquilo perdia a importância e parecia valer a pena, as mãos de Zeca desceram até a minha cintura me segurando com delicadeza.

Após alguns segundos de beijo me afastei dele sentindo a minha bochecha começar á arder devido a vergonha.

— Adoro quando você fica assim.

Coração de Peão Onde histórias criam vida. Descubra agora