Capítulo IV

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Início de uma Jornada

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O galo cantou logo pela manhã sinalizando de que era hora de acordar, dona Maria rapidamente se levantou da cama indo direto para o quarto da filha verificar se ela já havia acordado. Mas o quarto de chapeuzinho estava vazio e a cama arrumada do jeito como deixou na manhã de ontem.

Se lembrou que a filha foi até a casa da Avó levar pães de mel e não retornou depois disso, abraçou a ideia de que chapeuzinho vermelho decidiu passar a noite na casa da vovó e se tranquilizou com isso. Desceu as escadas para preparar o café e, ao olhar a janela, percebeu que sua carroça não estava lá, nem o seu cavalo.

— Oh céus, fui roubada! — gritou desesperada.

Antes que pudesse sair, uma folha branca em cima da mesa lhe chamou a atenção, era uma carta de Ember.

"Querida Mamãe,

Espero que não fique brava e nem chateada ao ler esta carta. Quero lhe dizer que tomei uma decisão importante recentemente. Peguei emprestada a carroça do papai por alguns dias (não definidos) com um propósito bem em mente. Decidi que quero levar sua maravilhosa receita de pão de mel para o mundo e fazer com que ela seja conhecida por todos.

Antes de sair, obtive a permissão da vovó, que entendeu minha vontade de explorar novos lugares e seguir meus sonhos. Parti logo pela manhã, mas não estou sozinha nesta jornada. Levo comigo não apenas os ingredientes para fazer os pães de mel mais deliciosos, mas também coragem, determinação e amor. E alguns suprimentos também.

Prometo-lhe que tomarei todos os cuidados necessários e me cuidarei durante essa viagem. Sei que sua preocupação sempre foi uma demonstração de amor, mas espero que compreenda minha necessidade de buscar novas experiências e aventuras. É doloroso o adeus, mas será necessário, prometo que retornarei nem que demore anos para isso.

Com todo o meu amor e gratidão,
Chapeuzinho Vermelho."

Dona Maria chorou abundantemente ao terminar de ler aquela carta, sentiu um vazio tomar conta de seu peito como se algo importante fosse arrancado dela, a esta altura ela não poderia fazer nada. Tudo o que lhe restava era rezar para que sua filha retornasse sã e salva para seus braços.

— Oh Deus, proteja minha menina!

[...]


— Tem certeza de que este é o caminho? — retrucou o lobo desconfiado enquanto guiava a corda do cavalo.

— A vovó disse para seguir o nascer do sol, então óbvio que é por aqui. — Ember resmungou de volta de braços cruzados.

— Isso foi uma péssima ideia. — suspirou o lobo se arrependendo de ter feito o acordo.

— Você concordou em me ajudar em troca do livro!

— Mas não achei que você seria tão mandona!

— Dá ordens quem sabe e obedece quem tem juízo.

— Pirralha! — o lobo travou os dentes se segurando para não matá-la.

— Aliás, detesto acordar de manhã. — respondeu ela se levantando e pulando para a parte de trás da carroça — Enquanto você dirige, eu vou dormir. — deitou em cima de alguns panos e cobriu o rosto com o capuz vermelho.

O Livro Encantado de Chapeuzinho Vermelho: A Jornada pelos Contos de FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora