O Livro Encantado de Chapeuzinho Vermelho: A Jornada pelos Contos de Fadas

Capítulo XV

Construindo um lar para a princesa

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Se passou 1 mês desde o rei Stefan pediu para que dois forasteiros cuidasse de sua doce princesinha, mesmo sentindo muita saudades da pequena Aurora, ele tinha certeza de que estava tudo bem com ela. Durante esse tempo, Ember e Henris trabalhavam duro para conseguir sobreviver no meio da floresta, mas aos poucos sua nova casa começava a ter forma.

Fizeram uma marcação no chão para limitar o espaço e limparam a terra a volta, tudo em perfeita sincronia igual a dois colegas de trabalho. Durante esse tempo tiveram algumas desavenças por terem opiniões diferentes, mas concordaram em cada um fazer o seu serviço sem interferir no que o outro estava fazendo. Por incrível que pareça, essa ideia deu certo de alguma forma.

Para se manterem seguros de qualquer ataque, Ember lançou um feitiço em volta da floresta, mais especificamente uma barreira de proteção a qual escondia qualquer vestígio da presença deles. Graças a vaca, que ganhou com o fazendeiro, Aurora não passava fome e sempre voltava a dormir assim que estivesse de barriguinha cheia e seu sono era sagrado, pois se acordasse passaria o resto do dia chorando de sono e irritando seus cuidadores.

Henris gostava de se manter ocupado fazendo tábuas de madeira para erguer as paredes da casa e, principalmente, quando Ember saia para a cidade e tinha que cuidar de Aurora. As vezes, quando estava furioso, reclamava de chapeuzinho para a princesa e sempre a aconselhava a nunca irrita-la no futuro ou certamente ficaria sem sobremesa.

— Ela é insuportável, tudo tem que ser da forma como ela quer. Minha vontade é de largar tudo para ela, duvido que sobrevive um dia sem mim aqui. — reclamou alisando uma tábua de madeira, Aurora ouvia cada palavra enquanto encarava o lobo trabalhar — As vezes me pergunto, o que eu estou fazendo aqui?! Logo eu, o temível Lobo mau, sendo controlado por uma mera garotinha de capuz vermelho?!

Aurora piscou ainda atenta no som da voz de Henris.

— Tem ideia de como era minha reputação antes de virar babá de uma criança de 15 anos? Eu era procurado por todos, os guardas pediram um milhão pela minha cabeça e todos os bandidos me temiam. — continuou se empolgando com a história — Eu era terrível! Uma vez, caminhando por uma floresta escura e sombria... — ele começou a encenar e Aurora levantou um pequeno sorriso — avistei três casas, uma mais distante que a outra. E em cada uma delas morava um porquinho...

Ao longe, Ember se aproximava sem cima da carroça segurando as rédeas do cavalo. Assim que chegou ela flagrou Henris conversando com Aurora, totalmente fora si.

— Então bati na primeira casa, feita completamente de palha, e o primeiro porquinho me atendeu, então eu disse: ... olá pequeno porquinho, estou procurando um livro encantado, o senhor por acaso viu um por ai?. E sabe o que ele fez? — perguntou e Aurora continuou calada — Me ignorou e bateu a porta na minha cara! Então eu enchi o peito de ar e BUM!!! Derrubei a casa com um sopro!! HAHAHAHA! — riu maleficamente derrubando uma pilha de troncos.

 — HAHAHA!! — riu chapeuzinho vermelho graciosamente, se divertindo com o desastrado de Henris. 

— Ember, você voltou. — exclamou surpreso, se sentindo internamente envergonhado por ela ter presenciado uma cena ridícula. 

— Você é muito bom em contar histórias! Me diga, o que o lobo fez depois de assoprar a terceira casa? — perguntou ela se apoiando em um braço, realmente interessada.

Ele sorriu aliviado.

— Essa ele não derrubou, pois era feita de tijolos. Então o lobo foi para outra vila procurar o livro e até contratou capangas para fazer esse serviço. — Ele continuou, perdendo-se no verde profundo dos olhos da garota, sentindo que eles estavam radiantes hoje — No fim, ele conseguiu encontrar o que tanto desejava. O livro se escondia na cesta de uma camponesa de capuz vermelho, cujos olhos brilhavam como esmeraldas, refletindo uma beleza misteriosa.