Capítulo XII

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O Final de Cinderela

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Cinderela penteava seu cabelo em frente a uma penteadeira, enquanto cantarolava suavemente uma música de infância. Ember estava deitada, confortávelmente, em sua cama lendo o livro e estudando alguns feitiços.

— Ember. — chamou Cinderela se virando para trás — Por quanto tempo pretende ficar aqui?

Chapeuzinho Vermelho fechou o livro se se sentou na beirada da cama de Cinderela.

— Talvez eu vá hoje, Henris já deve ter deixado tudo pronto para a viagem. — comentou ela.

A verdade, era que Ember estava prestes a presenciar o fim de sua história favorita e partiria somente quando o final estivesse completo. Mas Cinderela não precisa saber disso.

— Eu vou sentir sua falta. Gostei de ter alguém para conversar e que me ajudasse nas tarefas de casa. — respondeu ela pegando nas mãos de Ember e se virando para os ratinhos — Sem ofensas. Vocês também são minha companhia.

Eles pularam de alegria.

— Muito obrigada por tudo, Ember. Graças a você eu pude ser feliz, nem que fosse só uma vez.

— Você tem o caminho inteiro pela frente, tenho certeza que será mais feliz no futuro.

O ranger da porta fez com que Ember pulasse de susto com o coração acelerado. As duas arregalaram os olhos quando viram a Madrasta passar pela porta, com seu semblante frio e arrogante de sempre, porém ela também se surpreendeu ao ver Cinderela acompanhada de uma jovem com capuz vermelho.

— Madrasta! — exclamou Cinderela surpresa.

— Bem que eu desconfiava. Você tem mantido uma garota escondida aqui! — respondeu a madrasta com amargura na voz.

Ela olhou para cama de Cinderela e percebeu o livro mágico sobre o cobertor e o pegou.

— O que isso está fazendo aqui?!

— Isso é meu! — gritou Ember segurando o pulso da madrasta.

— Calada sua invasora! — disse a madrasta com a voz alta enquanto desferia um tapa no rosto de Ember.

— Não machuque ela madrasta! — implorou Cinderela preocupada.

Chapeuzinho Vermelho se enfureceu e queria lançar uma maldição na madrasta, mas sem o seu livro encantado ela era apenas uma jovem indefesa. Certamente se odiava por isso. Se culpou internamente por ter deixado o livro na cama de Cinderela na maior confiança do mundo, mesmo não imaginando uma visita surpresa da madrasta.

— Então é isso, Cinderela? Você tem mantido uma bruxinha escondida no seu quarto!

— Ela não é uma bruxa madrasta, é só uma garota que estava perdida. Por isso eu a deixei entrar aqui.

— Você sabe perfeitamente o que é isso que ela possuí? — ela ergueu o livro e Cinderela abaixou a cabeça — Nossas vidas podia ter caído em desgraça, por causa dessa garota.

— Não é o que está pensando, ela nunca faria mal algum para nós.

— Isso não significa que a ideia não tenha passado pela minha cabeça. — respondeu Ember massageando o rosto — Mas em respeito à Cinderela, eu me segurei. — ela ergueu a cabeça tentando parecer intimidante, mesmo sabendo que o livro nunca colaboraria com ela nesse plano maligno.

O Livro Encantado de Chapeuzinho Vermelho: A Jornada pelos Contos de FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora