Capítulo VI

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Corra, Princesa!

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Na manhã seguinte Ember acordou o mais cedo possível e a primeira coisa que fez ao se levantar foi verificar se o livro ainda permanecia no lugar onde havia deixado na noite passada, respirou aliviada ao ver que ainda estava ali.

Na verdade, havia acordado cedo por causa de uns barulhos de martelo, o que incomodou seu sono e a impediu de continuar a dormir. Olhou para o lado e viu o lobo com uns pregos na boca enquanto martelava a carroça sem parar e com força o suficiente para irritar chapeuzinho vermelho.

— Será que dá para parar de fazer tanto barulho? Está incomodando meu sono. — reclamou ela se deitando novamente e se cobrindo com a capa vermelha.

— Se não sabe, o céu já amanheceu. — respondeu o lobo tirando um prego da boca e posicionando sobre a madeira.

— Idai? Estou adorando dormir até tarde! — disse ela rindo se escondendo debaixo da capa.

Sentiu seu corpo sendo puxado para longe daquela palha e, quando percebeu, estava sendo carregada pelos braços fortes e peludos do lobo. Ele estava irritado e não queria ver, nenhum segundo a mais, o rosto daquela garota ou certamente ele a mataria.

— O que você tá fazendo?! Me põe no chão! — Gritou ela se debatendo para, inutilmente, se soltar.

— Com prazer. — riu o lobo soltando chapeuzinho vermelho do lado de fora que caiu no chão.

— Seu animal!!

— Obrigado. — riu o lobo com o elogio fechando a porta e trancando pelo lado de dentro.

Ela bufou irritada se segurando para não gritar. Ela procurou por Branca de Neve pelo castelo para lhe dizer que em breve ela irá pertir, pois, pelo o que viu, o lobo já estava terminando de reconstruir a carroça.

Caminhou pelo pátio do castelo a procura da doce jovem, mas não a encontrou. Imaginou que ela estava no poço pegando água e foi diretamente ao local, ao chegar a encontrou cantando lindamente enquanto enchia os baldes. Os pássaros assobiavam à sua volta e alguns cervos se deitavam para ouvir sua bela canção, Ember achou aquilo tão mágico que poderia passar a noite toda ali ouvindo sua doce voz.

Um príncipe que passava por ali se encantou com a doce voz de Branca de Neve e decidiu espiar através daqueles muros abandonados, se encontrou com a beleza da jovem, pois nunca viu mulher mais bela que aquela senhorita cantando no poço. Ele se aproximou da garota para falar com ela, porém Branca de Neve se assustou e saiu correndo.

Ember não entendeu o porquê da reação da jovem, aliás, se ela tivesse renascido como  sendo Branca de Neve obviamente que teria aceitado conhecer aquele belo príncipe. Ela o encarou por um tempo aproveitando a visão que tinha, pois em breve teria que olhar para o rosto feio e peludo do lobo.

Por que a vida é tão injusta?

— Senhorita, fiz algo que a assustou?! — perguntou o príncipe para a Branca de Neve que estava em uma varanda do castelo.

— Claro que não, senhor. Mas não posso vê-lo novamente. — explicou ela se lembrando de sua madrasta.

— Então, por que não? Eu gostaria muito de conversar um pouco mais com a senhorita.

O Livro Encantado de Chapeuzinho Vermelho: A Jornada pelos Contos de FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora