Capítulo 29 - A pior visão

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Eddie andou pelos corredores do hospital totalmente transtornado a procura do setor da UTI. Conseguiu adentrar desobedecendo avisos e sem se importar com os que tentavam lhe barrar. Ao encontrar o quarto onde Lilly estava, o rapaz o invade e chora ainda mais ao ver a triste cena daquele quarto: Lilly tinha o corpo ligado a diversos aparelhos que a mantinham viva, monitoramento cardíaco estava lento indicando poucas perspectivas, uma palidez mórbida e perturbadora. A garota prestes a completar 20 anos de idade respirava com ajuda de tubos de oxigênio e o seu semblante era de quem estava em coma profundo.

- Meu amor.... o que foi fazer??? - Eddie sentou-se ao lado da moça aos prantos e o enfermeiro chefe do setor que já estava informado do caso Lilly Vedder compadecendo-se do estado do rapaz fez sinal aos enfermeiros que não o impedissem.

O coração de Eddie que já estava triturado dentro do peito, padecia apertado vendo a fragilidade do estado de Lilly.

- Eu te pedi tanto pra não fazer isso, eu disse que vivo porque minha respiração é você!!! Eu disse! Eu disse! Por que não me ouviu??? Por quê??

Segurando firme uma das mãos de Lilly, uma lembrança veio a mente do rapaz:

"- Eddie...

- Eu só peço, que, por favor... nunca mais tente fazer o que você fez tentando tirar sua própria vida, porque... o que ainda me mantém vivo é saber que você vive e que de alguma forma, eu... ainda posso zelar por você.... Eu ainda quero te ver feliz, muito feliz... passando por cima de tudo isso com dignidade e brilhando no céu... de outro alguém que seja....

- Isso parece um trecho de uma música.... Música triste!

- É como meu mundo está agora e ... triste e sem sentido pra mim...- o rapaz não consegue mais falar.

- Eddie... acho que nem preciso usar palavras com o dom que você tem pra você saber o que eu sinto porque meu semblante e minhas atitudes dizem tudo.... Eu nunca vou amar alguém como eu amei você...só não estou em condições de lhe prometer nada... a minha cabeça sequer raciocina direito, eu ... só ouço as batidas descompassadas do meu coração e mais nada! É melhor eu ir ... "


Essa lembrança aumenta ainda mais sua angústia quando ele volta o rosto pra Lilly:

- Foi por isso que você não quis me prometer nada??? Meu amor, você já sabia que esperava um bebê? Por que não me contou? Meu amor... por que não me contou o que estava acontecendo? Por que segurou essa barra toda sozinha? - levou a mão da moça ao seu rosto molhado em lágrimas diante de uma Lilly sem reação.

Eddie ainda ficou alguns minutos olhando para o rosto sem brilho de Lilly que definitivamente não o ouvia. Por vezes, era ainda mais mórbido encará-la por parecer apenas um corpo sem vida. Ele continuava segurando a mão da moça em seu rosto e beijava- a várias vezes:

- Lilly.... eu sei que pra ter tomado uma atitude como essa você devia estar desesperada. Eu não te julgo, meu amor... Só lamento não ter podido fazer nada! E eu nem sabia que podia! Mas, olha.... eu trago boas notícias. Me escuta, meu amor... Eu estava até agora com o seu, o meu... eu estava até agora com Josh e ele confessou tudo. Meu amor, acredita em mim: nós não somos irmãos, não somos! Não temos o mesmo sangue! Nós não tínhamos culpa e o que sentimos nunca foi uma maldição. Por favor, amor.... volta pra mim! Volta pra mim ou... me leva com você, por favor. Por favor, Lilly....

- Meu rapaz.... você precisa ir! Não pode ficar aqui!

Eddie levantou o rosto e fitou quem lhe falava. Era o chefe da psiquiatria, doutor Jason Marx.

Even Flow - a filha do primo Josh  *SAGA*Onde histórias criam vida. Descubra agora