Capítulo 20 - Even flow, o fluxo contínuo

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O anfiteatro Moore estava lotado e já havia assistido a apresentação da banda Thunderstorm que deixou a plateia atiçada para a primeira apresentação da banda de Eddie com o nome Pearl Jam.

Ao sair da van, Eddie foi direto aos amigos do underground que se faziam presentes no local e consumiu algumas drogas como era costume antes dos shows. No entanto, hoje ele parecia estar mais necessitado delas e precisaria da sensação de alívio e bem estar que elas traziam para oferecer um show de qualidade onde ele pudesse estar cem por cento focado no que faria.

- Eddie não está exagerando, não? - Mike comenta. - Desse jeito vai entrar no palco chapado além do limite.

Stone e Jeff apenas se entreolham.

- Escuta, afinal o que foi que aconteceu que desde a van ele está esquisito? - Mike insiste.

- Pior que a gente também não sabe! Só sei que ele estava quebrando o maior pau com a mãe dele. - Stone comenta.

- E acho que também brigou com a Lilly já que ela não veio e...

Antes que Jeff terminasse seu comentário, Mike o interrompeu cutucando-o ao ver que Eddie estava prestes a injetar heroína, algo que ele nunca havia feito e com o tanto de droga que já havia usado, seria uma catástrofe.

- Hey, hey... pode parar com essa porra aí, Eddie! - Stone atira a seringa longe deixando Eddie revoltado.

- O QUE VOCÊ FEZ, SEU CARALHO??? - Eddie tentou resgatar a seringa, mas foi impedido pelos três.

- Eddie, se controla, cara! - Mike tenta.

- Eddie, se entupir de drogas não vai resolver seus problemas e ainda vai trazer mais um já que estamos prestes a iniciar um puta show e você tem que estar focado.

- Jeff tem razão! Não é melhor compartilhar com a gente o que está havendo?? Quem sabe a gente pode te ajudar...

- ME AJUDAR??? NINGUÉM PODE ME AJUDAR.... EU ESTOU DESTRUÍDO! DESTRUÍDO! DESTRUÍDO!

Eddie ia repetindo que estava destruído conforme ia se ajoelhando e apertava os braços contra o próprio peito. Os amigos perceberam o tamanho da sua angústia e se preocuparam com o estado do rapaz ao se questionarem se ele estaria em condições de entrar no palco.

- Eu nunca me senti um merda, um nada, um filho da puta desgraçado como hoje... e da onde veio isso? De um desconhecido, de um inimigo declarado??? Não! Veio da pessoa que eu mais confiava no mundo!

- Ele está falando da mãe ou da Lilly? - Mike cochicha.

- Eu sei lá... Escuta, Eddie! Temos quinze minutos pra entrar no palco. - Jeff afirma. - Acha que consegue deixar isso aqui no camarim e entrar lá?

- Cara, não queremos nos mostrar insensíveis aos seus problemas. A gente está vendo que você está mal, mas... A gente não sabe o que fazer, entende?

Eddie se levantou em um ímpeto desenfreado e pegou o caminho do palco. Os amigos ficaram apreensivos sem saber o que esperar daquela atitude e o seguiram.

A plateia se agitou quando viu Eddie entrar sozinho no palco e pegar o microfone.

- Olá, boa noite! - cumprimentou o público. Eddie percebeu que a expectativa daquela plateia era grande conforme eles continuavam aplaudindo, e viu que era hora de ser apenas profissional ou estragaria tudo.

- A gente entra ou espera? - Mike indagou os demais.

Apesar de satisfeito com o que via, Eddie parecia um tanto incomodado com o ambiente e colocava uma das mãos sobre a testa como quem quisesse enxergar a distância. O rapaz parecia estar irritado com o jogo de luzes que vinha em sua cara e pegou o microfone novamente para reclamar, mas antes indagou a um dos roadies qual era o nome do controlador:

Even Flow - a filha do primo Josh  *SAGA*Onde histórias criam vida. Descubra agora