As Criminosas - Karlena

Jogos de Poder

A sala estava carregada com uma eletricidade sensorial, um embate de vontades entre duas mulheres fortes. Kara tentava manter a compostura, apesar da dor aguda no pescoço e da imponente presença da CEO à sua frente.

— Eu não sou uma viciada, Lena!

— É "senhorita Luthor" para você! — Lena retorquiu, de maneira autoritária enquanto pousava a caneta sobre a mesa. — Se não é uma viciada, que merda estava fazendo em uma clínica para drogados? Tirando férias?

A garganta de Kara secou de raiva, claramente não habituada a ser ridicularizada daquela forma.

— Escute aqui — começou em um tom elevado, mas ao encontrar o olhar gélido a sua frente, recuou. — Uma foto minha vazou, então precisei entrar no personagem para proteger minha família.

— Ah, então, deixa eu ver se entendi... — Lena soltou uma risada irônica. — Você não é uma drogada, mas sim uma traficante atrapalhada.

Kara respirou fundo, lutando para manter o controle.

— Cometi um grande deslize, mas já paguei por isso.

Lena riu novamente e voltou a se sentar, cruzando as pernas com elegância.

— Eu não faço negócios com traficantes de segunda categoria. Meu império é bem mais vasto que isso.

Irritada, Kara deixou escapar um sorriso sarcástico.

— Pareço alguém que vende baseado no sinal, por acaso? — Avançou alguns passos, parando à frente da mesa. — Meus negócios estão espalhados por todo o país, até mesmo dentro do FBI. Eu domino territórios que você nem sonha em tocar.

Lena arqueou uma sobrancelha, dessa vez intrigada.

— Departamento Federal? — replicou, inclinando-se para frente. — Você tem agentes infiltrados no FBI?

— FBI, Casa Branca... — Kara pausou e continuou: — Mas, o que me falta é um fabricante confiável. É por isso que estou aqui.

— Espera... Casa Branca? Minha mãe por acaso tem vínculo com seus pais?

— Não nesse meio. — Kara inclinou a cabeça em um gesto negativo. — Mas meus pais a conhecem.

Lena a encarou de cima a baixo, tentando desvendar todos os seus segredos.

— Vou precisar fazer uma verificação sobre você primeiro — disse, sua voz assumindo um tom sinistro. — Depois das minhas análises, entro em contato.

— Não demore muito — Kara estendeu um cartão de visita. — Estarei aguardando sua ligação.

Lena segurou o cartão entre os dedos, examinando-o com um sorriso debochado.

— Personal trainer, sério? — questionou, erguendo um olhar desafiador.

Com um sorriso provocante, Kara flexionou ligeiramente os músculos do braço.

— Dúvida do meu talento, senhorita — enfatizou — Luthor?

Lena desviou o olhar para os bíceps marcados, rindo pela primeira vez, seus olhos faiscando de divertimento.

— Não estava esperando essa variedade de talentos.

Kara deu um passo em direção à porta, lançando um olhar sugestivo.

— Se estiver interessada em diversificar seus exercícios, é só discar esse número.

— Seus negócios estão indo tão mal assim?

— Eu abro um espacinho na minha agenda para você — Kara lançou um olhar provocador. — Mas saiba que o meu tempo é precioso.

Silenciada, Lena deu um suspiro fingido, observando a silhueta de Kara enquanto ela saía da sala.