Fuga de clichês, One shots Billie Eilish

11. Ex

Ex

Entreii na escola desviando de algumas crianças, os minis seres humaninhos mais fofos e travessos passam por mim antes que eu chegue a sala treze, coloco apenas a cabeça para tentar avistar o garotinho.

Meus olhos logo o encontram, concentrado terminando um desenho.

Assim que termina o garoto sobe o olhar, encontrando o meu e sorrindo, correndo para guardar o material e vir até mim.

—Mamãe! —Pula em meus braços e o aperto forte contra mim.

Mesmo seus bracinhos pequenos, me fazem sentir a pessoa mais sortuda e segura do mundo. –Olha o que eu fiz! –Me mostra a folha com um desenho.

—Olha só. O que temos aqui? Quem são? –Tento discernir os bonecos de palito, cada um com uma roupa e cabelos diferentes.

—Eu, você e a professora pirata! —Aponta cada um em seu respectivo rabisco.

—Ele tem um talento nato para desenho —Ouço a voz rouca pouco atrás de mim e sinto meu corpo inteiro se arrepiar.

Me levanto rápido, virando para trás dando de cara com a mulher. Meu peito acelerou e minha respiração descompassou.

—B-Billie? —Pergunto sentindo que poderia vomitar, tamanho o susto.

—Lana? —Ergue o cenho surpresa.

—Mamãe você conhece a pirata? —Liam chama minha atenção enquanto ainda tentava organizar os pensamentos.

—Er. Conheço. Sua professora e eu fomos... amigas na escola —Billie ergue as sobrancelhas. —Vamos, querido, precisamos chegar no jantar as sete. —Peço ao menor que assente indo buscar sua mochila rapidamente, voltando e segurando minha mão.

—Tchau tia Billie! —Acena alegre para a mulher.

—Tchau Lee! Se cuida! Tchau amiga! —Sorri e suspiro.

Não dá para explicar para um garoto de cinco anos que namorei sua professora.

Ou melhor. Que ela é o "pai" dele.

—Lana! –Billie chama ante que eu saísse com o garoto e sinto meu corpo gelar por um momento.

Será que ela sabe?

—Hm? –Me viro para encará-la, estava ainda mais linda que da última vez.

Os cabelos agora tomavam um tom escuro substituindo o azul antigo e a deixando ainda mais sexy, se é que isso era possível.

—Podemos conversar?

—C-conversar? So-sobre o quê?

—Percebi que o Liam tem dificuldades com algumas coisas... e bem... quando ele fica nervoso percebi alguns ticks. –Engulo seco.

E agora que ela me chama de puta sem alma e percebe que escondi seu filho há cinco anos.

—Só queria dizer que posso ajudar –A encaro, seus azuis preocupados.

—O que quer dizer?

Billie suspira, pensando antes de continuar, como se escolhesse as melhores palavras para escolher.

—Olha, não me leve a mal... mas desconfio que ele possa ter tourette.

—Ah... isso. Sim.

—Então você já sabia?

—Sim, descobrimos no ano passado –Billie encara o menor que estava aéreo, focado em algo no corredor –Aconteceu alguma coisa? –Nega.

—Só alguns ticks de nervosismo. Bom, como alguém que tem a doença, posso recomendar alguns óleos... eles me ajudam e... –Coça a nuca sem jeito.