Called me
Abro os olhos um pouco incerta antes de perceber que meu celular tocava. Olho rapidamente pela janela, percebendo que ainda estava escuro.
Pego o aparelho, visualizando o ecrã. Eram duas e quarenta da madrugada. Billie me ligava. Atendo preocupada, pondo o aparelho no ouvido.
—Bill? Aconteceu alguma coisa? –Pergunto rouca pelo sono. Ouo alguns fungados do outro lado e me levando rápido. –Amor?
—Você me ama? –Sua pergunta veio depois de mais alguns fungados, sua voz chorosa.
—O... porque essa pergunta assim? Claro que te amo! –Respondo rápido –O que aconteceu?
—Eu... eu tive um pesadelo. –Continua.
—Outro? Eles tem sido recorrentes essa semana... –comento pensativa. Era o quinto essa semana, todos tinham haver com perda.
Billie perdeu um amigo recentemente. Acredito que isso influencie diretamente em seus sonhos.
—Eu não quero te perder –Resmunga com alguns soluços e consigo ouvir a mulher começar a chorar também.
—Oh Bill. Você nunca vai me perder! Babe... eu tô aqui! –Tento acalmá-la –Você está sozinha?
—S-sim... –Soluça –Ninguém chegou da viagem ainda.
—Eu chego aí logo, ok? Você me espera? –Pergunto a mesma que confirma e desligamos.
Não moro muito perto de Billie, são alguns longos minutos entre nossas casas, mas nada que me faça desistir de cuidar da minha namorada. Pego o celular para ver a hora novamente e vejo uma notificação do período de Billie.
Desde que começamos a fazer sexo decidimos monitorar os períodos de fertilidade e sua menstruação, assim eu conseguia me nortear nos dias que ela estaria mais sensível e que não seria muito recomendado fazermos sexo sem camisinha. Mesmo sendo uma mulher intersexual eu sempre me interessei pelo corpo feminino, em parte para entender muitas das mudanças que aconteciam comigo na adolescência, em parte por realmente ser curiosa com tudo que me rodeia.
Considerando que minha namorada provavelmente estaria de TPM e que sua menstruação havia descido ou desceria, decidi passar por alguns lugares antes.
A primeira parada foi uma loja de conveniência vinte e quatro horas que ficava a vinte minutos da minha casa, me atrasaria mais um pouco para chegar a Billie, mas valeria a pena. Aquela era a única loja que vendia os doces veganos que ela ama.
Entro no local soando um sino em cima da porta, sigo pelo corredor procurando alguns chocolates, jujubas, um pirulito que Billie ama e mais alguns salgadinhos como o Takis que ela adora. Pego tudo e mais algumas coisas pra mim, algumas bebidas e sigo para o caixa.
—Boa noite! –O rapaz fala sem vontade, pegando as embalagens e lendo os códigos de barras de cada uma. –Cinquenta e seis e noventa –Me encara ainda sem expressão.
Pego uma nota de cem e o entrego, recebendo o troco alguns segundos depois. O rapaz me ajudou a colocar os itens em três sacolas de papel diferentes e consegui pegar todas para levar para o carro. Com certo custo abri a porta do carona, colocando as sacolas lá e seguindo para o lado do motorista para poder seguir caminho.
Mais alguns minutos depois estava virando a esquina para a rua de Billie. Mandei uma mensagem em seu celular assim que estacionei.
You
Babe, tô aqui. Abre para mim.
Saio do carro e antes que eu pudesse chegar até a porta do carona para pegar as sacolas uma Billie chorosa sai pela porta da frente, vindo correndo para me dar um abraço.
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Fuga de clichês, One shots Billie Eilish
FanficOne shots com Billie Eilish. Boa leitura e aproveitem.