24. The singer

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The singer

Tentava recuperar o fôlego depois de correr por algum tempo, isso que dá ter ideias de jerico.

Minha garganta já doía ao puxar o fôlego e sabia que em pouco tempo alguém poderia me achar novamente. Procuro pelo ambiente alguma coisa que indique uma saída, um refúgio para me abrigar do amor dos fãs.

Não me entenda mal, eu amo meus fãs, mas tem momentos que a solidão é uma benção.

Estava agora em um beco escuro, me escondendo atrás de alguns containers de lixo, se alguém viesse aqui me veria, estaria ferrada. Procuro pelo lugar e vejo uma porta verde de metal fechada.

—Droga –Murmuro, me assustando quando a mesma é aberta e uma moça sai de lá com um saco de lixo nas mãos.

A mesma quase cai para trás ao perceber que havia alguém ali. Ela rapidamente tira do bolso da calça um spray de pimenta.

—Quem está aí! Eu tenho um spray e não tenho medo de usar! –Ameaça.

—Não atira! –Ergo as mãos saindo de trás do container.

Seus olhos se arregalam mais ainda quando me veem.

—O... o...

De repente um fã do fã clube que estava me perseguindo passa perto do beco, ele passa direto, mas algum tempo depois parece perceber e volta.

—Hey! Ela está aqui!

—Droga! –Resmungo puxando a garota e entrando rápido pela porta, fechando em seguida –Você sabe de alguma outra saída daqui? –Pergunto rápido a mesma que ainda parecia atordoada.

—V—você é a... a...

—Sou, mas agora eu preciso da sua ajuda –Peço a encarando nos olhos.

Ela volta a si e assente.

—Vem comigo.

...

A garota me levou para o estacionamento, onde entramos no seu carro e saímos dali antes que o grupo se juntasse ao rapaz na frente do restaurante.

A moça havia me emprestado uma blusa sua para tentar me encobrir, já que minhas roupas eram muito chamativas.

—Para onde te levo? –Pergunta depois de um tempo dirigindo.

—Eu não sei... –Murmuro encarando a janela.

A verdade é que estava cansada. Não aguento mais o peso da fama e ser quem sou. Não tenho liberdade em nenhum lugar e isso me desgasta. Além é claro, de ter sempre que agradar a todos, nunca poder me frustrar com meus fãs, mesmo quando são mal—educados.

Estou exausta.

Passou algum tempo e o carro começou a parar, notei algumas casas e franzi o cenho.

—Onde estamos?

—Na minha casa. –A moça responde calma –Pode ficar aqui, se quiser –Me encara e assinto suspirando.

Talvez uma pausa ajude.

Coloquei o capuz de seu moletom e saí do carro a acompanhando.

—Bem—vinda –Abre a porta me dando passagem e entro no lugar aconchegante.

Ali tinha cheiro de casa. De abraço, por um instante eu quis chorar.

Ela fechou a porta atrás de si e depois as cortinas.

—Ah, me desculpe. Nem perguntei o seu nome. –Me aproximo da mesma.

—E—eu sou a Billie. –Encaro seus olhos azuis cristalinos.

Fuga de clichês, One shots Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora