Capítulo 7

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O corpo de janja permanecia febril, seus passos acompanhando Lindbergh, enquanto sua mente permanecia naquela sala. Ao ver Luiz em frente ao carro, olhando o celular com seus óculos de sol, questionou-se se ele não seria o próprio diabo... Como poderia ser tão deslumbrante?

Quando sua cabeça se ergueu e seus olhares se cruzaram, janja deu um passo para trás, tomada pelos desejos que poucos dias antes lutara com todas as suas forças para conter. Seus olhos desceram para seu dedo, mas o anel não estava mais lá, e de alguma forma aquilo a aliviou, como se seu erro se tornasse menos grave, embora a falta do objeto não mudasse a significância de sua presença.

"Vamos..." Lindbergh disse, percebendo o silêncio entre eles. Luiz assentiu com a cabeça e dirigiu-se ao carro, tirando a chave do bolso. Lindbergh sentou-se no banco ao lado dele, deixando apenas o banco traseiro para janja.

O trajeto foi longo, seria 1 hora e 30 minutos até chegarem em Guarujá, onde seriam as fotos. Janja notou Luiz olhando-a pelo retrovisor várias vezes, mas preferiu ignorar isso e contemplar a paisagem da cidade que escolhera para viver.

Em poucos dias, sua vida mudara completamente. Há pouco tempo era apenas uma assistente com um desejo platônico por seu chefe arrogante. Agora, tinha um projeto e pessoas cuidando dela. E o desejo que tentara manter quieto dentro de si era recíproco, sem mencionar a ameaça da esposa dele, da qual ela não podia discordar.

Guarujá é uma cidade em São Paulo. Apesar de ser de fácil acesso, não ficava perto do burburinho da cidade.

O local tinha um calçadão agradável para caminhar, com parques de diversões, lanchonetes e entre outros. Além disso, havia praia, onde as fotos seriam tiradas. .

Janja foi tirada de seus pensamentos por uma voz rouca anunciando "chegamos". Logo em seguida, viu Lindbergh sair do carro sem olhar para trás. Ele abriu a porta para ela e estendeu a mão, chamando-a de "Lindinha". Janja riu, já o considerando um amigo em tão pouco tempo.

"Quem diria que Lindbergh farias era um cavalheiro!", brincou janja, aceitando sua mão e saindo do carro, entrelaçando seu braço ao dele.

"Sou muito mais do que isso!", ele piscou, e então acrescentou: "O Luiz não parece muito feliz com sua exposição."

"Eu... Nem percebi", mentiu, ciente do nível de intimidade entre eles, mas não querendo se intrometer nem falar sobre os sentimentos de Luiz em relação a ela. Ele era casado, afinal de contas...

"Não minta para mim, Silva. Conheço bem o desejo nos olhos de uma mulher, já os vi diversas vezes, e os seus... Ah, estão transbordando", ele afirmou, observando-a atentamente.

"Mas o problema não é esse...", Lindbergh continuou, notando o  desconforto da mulher diante de suas palavras. "O problema é que ele também reconhece."

Janja pigarreou, tentando mudar de assunto: "O que sente por Gleisi?"

"Direi que, dentre meus problemas, ela é o melhor...", ele respondeu.

"Ela gosta de você. Deveria valorizá-la mais", sugeriu Janja.

"Eu também gosto dela... Só não sou homem de uma mulher só. E ela sempre soube disso."

...

"Janja! Minha modelo preferida, venha querida, você tem que se preparar!" Simone então arrasta Janja até uma enorme e linda tenda branca, onde várias modelos se maquiavam, arrumavam os cabelos e faziam os últimos ajustes no que precisasse. "Você pode colocar esse biquíni e logo um profissional cuidará do seu cabelo e pele! Se divirta!" Tebet saiu e a deixou plantada com as peças na mão.

"Vamos, Janja, precisa de uma ajuda?" Lindbergh entrou na tenda e sorria descaradamente, o que fez Janja rir, já que Luiz vinha logo atrás.

"Sai fora, Lindbergh, deixe as modelos em paz!" Janja não saberia dizer se ele falava bravo ou divertido, mas Luiz arrastou o mais novo para fora com muita facilidade.

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