Capítulo 36

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Era uma sexta-feira, e já se passara uma semana desde que Janja havia conversado com Anielle sobre sua mudança para o apartamento de Luiz. Anielle, inicialmente relutante, acabou aceitando que a amiga estava começando a construir sua própria família, embora tenha expressado que iria sentir muita falta dela na casa.

Durante a semana que se passou, o casal começou a comprar móveis para o quarto do bebê. Mesmo que ainda não soubessem o sexo do bebê, decidiram adiantar a compra de itens essenciais. Escolheram um berço de madeira clara, com detalhes delicados em branco, que combinava com a cômoda multifuncional, ideal para trocar fraldas e guardar roupas e acessórios. A poltrona de amamentação, estofada em um tom suave de cinza, foi escolhida por janja, onde a mesma pode ver se era conforto o bastante para quando fosse amamentar.

Cada detalhe foi pensado com muito carinho. A decoradora profissional na qual Luiz insistiu em contratar para arrumar o quarto do bebê, escolheu um papel de parede com um padrão neutro de nuvens e estrelas, criando um ambiente sereno e acolhedor. Eles também compraram cortinas blackout para garantir que o quarto ficasse escuro durante as sonecas do bebê.

Durante quase toda a semana, janja entrava no quarto do bebê e se pegava sorrindo ao imaginar seu filho dormindo no berço ou sendo embalado na poltrona. Sua ficha ainda não tinha caído que seria mãe, era como se tudo fosse um sonho ainda e então acabaria com ela acordando atrasada pro trabalho.

...

Naquela tarde de sexta-feira, Janja estava terminando de arrumar o quarto de hóspedes. Queria que tudo estivesse impecável para a chegada de seus pais, que chegariam em São Paulo no final do dia. Colocou lençóis limpos na cama e organizou toalhas macias no banheiro.

"Paris! Largue isso," disse ela ao ver a cachorra com um par de meias brancas de Luiz na boca. Desde que se mudaram, Paris não parava de querer morder as meias de Luiz.

A cachorra, que antes havia entrado no quarto de hóspedes atrás de sua dona, saiu correndo pelo apartamento com a meia na boca. Janja suspirou fundo e então foi atrás dela. Correu pelo enorme apartamento, mas Paris era muito mais rápida.

No entanto, Paris parou de correr ao ouvir o barulho da fechadura. Com Paris parada, Janja foi até ela devagar e então tirou a meia de sua boca. Nesse momento, Luiz surgiu com várias sacolas e fechando a porta atrás de si, e Paris correu feliz para ele, abanando o rabo.

"Agora quer carinho, mas há um segundo estava com mais um par de meias sua na boca," disse Janja, meio ofegante por ter corrido atrás de Paris pela casa.

"Não acredito, de novo Paris?" Luiz olhou para a cachorra que balançava o rabinho. "Mas perdoo você," disse ele, fazendo carinho na cabeça da cachorra.

"Como foi o trabalho?" perguntou Janja. "Oh céus, não aguento mais ficar em casa," bufou.

"Como sou seu chefe, irei liberá-la para trabalhar um pouco," riu Luiz. "Ainda mais que Simone foi na empresa hoje novamente querendo marcar a nova reunião, já que a última foi um desastre com Amanda."

"Já sei, ela vai me querer lá? Eu sei, sou uma mente brilhante," Janja brincou.

"Você é tão confiante, gosto disso," Luiz largou as sacolas no chão e foi agarrar sua mulher. "Comprei algumas coisas, hoje tem jogo e quero assistir."

"Meus pais chegam hoje à noite, temos que buscá-los no aeroporto."

"Eles não podem vir de Uber?" Janja bateu no peito de Luiz. "Ai!"

"Não quer ir buscar seus sogros? Lembra que meu pai quer conversar com você? Você tem que tratá-los bem," riu.

"Tudo bem, assisto o jogo quando chegarmos."

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