Capítulo 41

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Com Luiz assumindo o controle total da empresa, os dias se tornaram mais exaustivos do que ele jamais imaginara. A responsabilidade parecia esmagadora, com uma enxurrada de reuniões intermináveis, decisões cruciais e uma carga de trabalho que parecia nunca diminuir. Ele se via imerso em uma rotina estressante e, muitas vezes, questionava se havia feito a escolha certa.

À medida que o tempo passava, Luiz sentia um peso crescente de culpa por não conseguir passar mais tempo com Janja, que agora estava no quarto mês de gestação. A cada dia, a preocupação de perder momentos preciosos da gravidez aumentava, assim como o medo de não estar presente o suficiente para ela, especialmente quando ela mais precisava de seu apoio emocional e físico.

Luiz estava em casa, algo que raramente acontecia na hora do almoço nos últimos tempos. Ele tinha decidido fazer uma pausa e aproveitar um pouco de tempo com Janja, sentindo-se culpado por estar tão ausente nas últimas semanas. Enquanto ele se esticava no sofá da sala, relaxando, Janja saiu da varanda após ter alimentado Paris.

Ela estava usando um vestido leve, que destacava sua figura e, especialmente, a barriga, que já havia crescido um bom tamanho em poucas semanas. Luiz não pôde deixar de notar como ela parecia radiante, mesmo nos pequenos momentos do cotidiano. Ele sorriu e a chamou com um gesto, convidando-a a se sentar em seu colo.

"Você tá linda, sabia?" ele comentou, enquanto ela se acomodava. Luiz passou a mão suavemente pela barriga dela. "Acho que o bebê está crescendo rápido. Quem sabe, talvez tenham dois aí dentro, é muito espaço pra um bebê só" brincou com um sorriso malicioso.

Janja riu, balançando a cabeça. "Nem brinca com isso! Dois bebês de uma vez? Eu ia enlouquecer," respondeu, fingindo horror, mas com um sorriso.

Luiz riu também, mas havia uma sinceridade em seus olhos. "Sério, amor, você tá cada dia mais bonita. E essa barriguinha..." disse ele, enquanto acariciava suavemente a barriga de Janja.

Ela suspirou, contente com o momento de ternura, mas também ciente de que eles não tinham tido muitos desses momentos ultimamente. "Eu sei que você está trabalhando muito, mas fico feliz que tenha tirado um tempo pra almoçar em casa hoje," disse, olhando para ele com um olhar suave.

"É, eu precisava," Luiz admitiu, enquanto acariciava a barriga de Janja com um sorriso carinhoso. "Você já está com quatro meses, né? Já podemos descobrir o sexo do bebê," comentou, com uma empolgação evidente na voz.

Janja, tentando manter a surpresa que tinha planejado, sorriu suavemente e desviou o olhar por um instante antes de responder. "Sim. Mas a consulta pra isso está marcada só para a semana que vem," mentiu, tentando parecer casual. Na realidade, ela tinha uma consulta agendada para aquele mesmo dia e planejava ir sozinha para fazer uma surpresa para Luiz.

Luiz não desconfiou e continuou acariciando a barriga dela. "Mal posso esperar para saber."

Janja sorriu e acenou, sentindo uma pontada de culpa por não contar a verdade, mas também animada com a ideia de surpreendê-lo. "Mas seja o que for, o importante é que o bebê esteja saudável," respondeu, segurando a mão de Luiz.

Janja olhou para Luiz, ainda com um sorriso nos lábios. "Você vai chegar mais tarde hoje?"

Luiz suspirou e ajustou a posição no sofá. "Vou tentar não chegar tão tarde assim. Mas você sabe como é, sempre surge alguma coisa na empresa."

O celular de Luiz vibrou, e ele viu mensagens de Lindbergh aparecendo na tela. Ele suspirou, já sabendo que precisava voltar ao trabalho.

"Parece que não tenho muito tempo," disse Luiz, passando a mão pela cabeça e olhando para Janja. "Vou trabalhar agora. Se acontecer qualquer coisa, é só me ligar, ok?"

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