﹫Quem é "ele"?⠀✩⠀!

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Eu ia ter atualizado mais cedo, só que aconteceu alguns imprevistos que me fizeram ter que mudar os planos. Perdão o atraso, meus amores! Entretanto, para com pensar, devo dizer que em breve os soukoku vão estar juntinhos de novo, viu?

Boa leitura!

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Ali, dentro de seu carro na frente da igreja abandonada, Dazai realmente se perguntava o que estava fazendo com sua vida. Um dos melhores investigadores precisando de ajuda de informantes ex-criminosos? Bem, sim.

Ele suspirou e saiu do carro, o trancando em seguida. Em passos lentos, ele se aproximava da porta entreaberta. Quando chegou bem perto da entrada, ouviu uma risada escandalosa vindo de dentro, e então empurrou a porta, ouvindo-a ranger o suficiente para quase abafar a risada.

Quando entrou, o suposto Nikolai Gogol estava sentado em cima de uma mesa no altar, enquanto aquele que Dazai não conseguia ver o rosto mas deduziu que fosse Fyodor Dostoyevsky estava em pé, de costas para a porta e de frente para o platinado.

━ Deve ser o tal Dazai, Fedya! ━ Nikolai disse empolgado apontando para a porta, e isso fez o russo o olhar.

━ Devo admitir, pensei que demoraria mais para você vir atrás de nós. ━ O homem de cabelos falou, seu tom era mais monótono, enquanto o do seu companheiro era mais animado.

━ É.. eu tive uma certa ajudinha. ━ Osamu disse, coçando a nuca enquanto se aproximava dos dois lentamente. ━ O bilhete disse que vocês iriam me dar uma dica e iriam explicar as coisas pra mim. Tô ouvindo.

━ Ah, sim, sim! ━ O homem sentado desceu da mesa em praticamente um salto, dando uma rodopiada. ━ Pergunte o que quiser primeiro, e depois a dica será entregue.

━ Mas devo avisar que fomos instruídos à não responder algumas perguntas. Entretanto, pode perguntar quantas coisas quiser. ━ Dostoyevsky pontuou, e o homem ao seu lado assentiu.

━ Tudo bem. Pra início de conversa, como vocês foram envolvidos nisso? ━ O moreno indagou, se sentando em um dos bancos, que não eram tão velhos, então não cederiam pelo seu peso.

━ Bom, em resumo, um homem veio até a gente e disse que precisava de ajuda com uma coisa. ━ Gogol gesticulava bastante enquanto falava. ━ Em troca de uma quantia bem... generosa de dinheiro.

Bom, dinheiro não importava muito para Nikolai, na verdade, já que Fyodor o bancava. O motivo real era puramente por ele gostar de misterios, pistas e dramas. Entretanto, Dazai não precisava saber disso

━ Como vocês se enfiaram nesse caso? Quem contatou vocês?

━ É o tipo de pergunta que não podemos dizer a resposta. Mas ele era baixo, não muito, mas baixo. ━ O russo respondeu novamente. O moreno nem notou que ele se referia a Chuuya.

━ O que eu faço com os papéis? Nada faz sentido. ━  Ele indagou novamente, e quem respondeu foi Nikolai.

━ Incrível como é difícil resolver o crime, né?! Mas não joguei fora, nenhum deles. Você vai precisar depois, dica de amigo! ━ O platinado respondeu, abraçando Dostoyevsky por trás. ━ Falando em dica de amigo, se me permite dizer, não veja os bilhetes apenas como algo que vai te levar em direção ao assassino. Veja mais como um álbum de fotos velhas que te guiarão até a melhor foto! ━ E dessa vez Osamu realmente não entendeu nada.

━ O que? ━ Ele indagou, e Fyodor deu uma risadinha.

━ Nikolai quis dizer apenas pra você ver além de um crime, tem coisas por trás também. ━ O ucraniano assentiu com um sorriso.

Ambos já sabiam de todo o plano, foi algo que lhes disseram antes mesmo de eles concordarem em entrar nessa. Contudo, não poderiam dizer coisas demais para o detetive, o combinado era esse.

━ Então... cadê a próxima pista? o bilhete disse que estaria com vocês. ━ Quando o moreno perguntou isso, Nikolai começou a tatear seus bolsos, procurando algo.

━ Ah sim! Deixei no carro, volto já! ━ Ele disse, antes de sair correndo pela igreja até a saída.

Quando ele se foi, o russo e Osamu ficaram em um silêncio desconfortável no local, até que um deles decidiu iniciar um diálogo.

━ Seu amigo? O Nikolai. ━ Dazai indagou, e ouviu Dostoyevsky dar uma risada, balançando a cabeça em negação.

━ Não. Nikolai é meu noivo. ━ Eles eram tão opostos que o rapaz japonês jamais imaginaria que eles eram um casal.

Mas se fosse parar para pensar, ele e Chuuya também eram meio opostos, e mesmo assim se davam super bem a ponto de confiarem cegamente um no outro...

━ Vão casar quando? ━ Fyodor respondeu brevemente dando de ombros.

━ Algum dia. O noivado é recente. ━ Ele parecia de certa forma desinteressado em contar sobre sua vida com Gogol. Era do tipo que gostava de ser discreto.

Antes que continuasse a perguntar, o platinado entrou ofegante pelo mesmo lugar que saiu, tendo o bilhete em mãos. Sim, ele tinha ido e voltado enquanto corria.

━ Aqui a próxima dica, Osamu. ━ Sua resposta saiu ofegante e com um pouco de dificuldade, e então o deu o papelzinho.

" Às 19h40 eu lhe mostro meu rosto por baixo da máscara, lhe digo toda a verdade que quiser saber, sustentando um sorriso que há muito tempo foi seu.

Enquanto isso, me procure nas estrelas, no mar, nas luzes brilhantes e nos navios, bebendo algum vinho aleatório que compramos com identidades falsas. "


E de novo, parecia outro trecho aleatório de algum livro da biblioteca. Normalmente os bilhetes eram maiores, esse foi menor, mas confuso igual. Tinha um horário, mas o que significava?

━ 19h40, o que é? ━ Ele moveu seu olhar da folha em suas mãos até os dois homens lado a lado na sua frente.

━ Não jogue os papéis fora e você entenderá. ━ Fyodor respondeu, antes de começar a ir em direção a saída da igreja. Gogol ia atrás dele em passos rápidos, mas então parou do nada, se virando novamente.

Ele lia e relia o papelzinho, até que se deu conta de uma possibilidade que já se passou por muito tempo em sua cabeça.

━ O Chuuya ele... Tá vivo? ━ Indagou esperançoso, mas recebeu um incrível silêncio como resposta.

━ Ah! Antes que eu me esqueça, tenho um favor pra te pedir. ━ O platinado iniciou. ━ Diga ao Sigma que o perdôo, sim? Por favor. ━ Seu tom tinha mudado, era sutilmente mais sério do que o tom quase teatral que ele usava há pouco tempo.

O ucraniano voltou a caminhar até a saída, antes de passar pela grande porta, ele se virou novamente e disse:

E ele mandou dizermos que sente sua falta.

Aquilo fez Osamu arregalar os olhos, pensando em quem poderia ser o tal "ele".

━ Ele? Quem é ele? ━ O moreno indagou, mas era tarde demais, Nikolai já havia partido.

No lado de fora, o casal caminhou até a entrada de um bar não muito longe dali. Era onde tinham combinado de se encontrar com Chuuya Nakahara, a pessoa que falou com eles.

━ Fizemos tudo o que queria. ━ Gogol disse, se aproximando da mesa onde o ruivo estava, estendendo a mão.

━ Ele já suspeita de algo? ━ Nakahara perguntou, e Fyodor respondeu em um aceno de cabeça.

━ Sim, já começou a achar que você está vivo. Não vai demorar até ele descobrir a verdade. ━ Dostoyevsky apontou, pedindo um copo de uísque para ele e Gogol.

━ Que bom, meu plano conta com isso. ━ O rapaz deu um gole do vinho, era um caro e chique, adorava toma-lo com Dazai.

Era uma coisa a se comemorar. Faltava pouco, pouco para se encontrarem, pouco para matarem a saudade de anos.

Bom, era o que eles pensavam.

‣ Three Years Ago.⠀ ♥︎⠀﹫ SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora