Embriagados de luxúria

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Eu pensei em pedir para pararmos com o jogo. Por muitos motivos. Ela não precisava mais de aulas de sexo, já sabia dar e sentir prazer. E eu nunca tinha ficado com a mesma mulher por tanto tempo. Mas o motivo verdadeiro eu não podia dizer. Eu não confessava nem a mim mesmo. 

Eu tinha sentimentos por ela, sentimentos que me envergonhavam, me deixavam confuso e fraco. 

Sentimentos que doíam. 

Eu não sabia o que fazer com o que sentia, eu não queria sentir o que sentia.

Como a gente faz para esmagar uma paixão indesejada?

Em vez de conversar com ela e terminar de uma vez de dar aulas cada vez mais inúteis, eu fiz tudo ao contrário. Pedi pra ela ir todas as noites para Hogsmeade e inventei um monte de coisas novas que ela ainda não conhecia sobre sexo. 

Ela agia como eu agia antes, vivendo a experiência como um autoconhecimento, como uma oportunidade de libertação das amarras conservadoras e rígidas. Topava tudo, não tinha medo de experimentar nada na cama. 

Nunca vou me esquecer do sexo anal. Do quanto ela queria, do tamanho da sua curiosidade. Do quanto foi fácil a penetração, mesmo ela sendo tão apertada. Fiz o feitiço da lubrificação que Sabrina me ensinou e a lambi inteira antes de empurrar para dentro do cu dela. Tive que me controlar para ir devagar, porque ela já tinha se entregado para um descontrole insano, gritava para que eu metesse mais forte, sem qualquer medo de se machucar. 

Ela não tinha limites, travas, medo. Parecia outra Hermione, muito diferente da certinha sabe-tudo que estava sempre tentando agradar os professores, os amigos. Na cama, ela se soltou completamente, se entregou a todas as loucuras, realizou todas as fantasias. 

Ela queria coisas cada vez mais obscenas que eu nunca tinha feito antes. Fantasias que exigiam uma intimidade extrema e uma confiança que, fora da cama, nós não tínhamos. Eu não era honesto com ela, nunca falei dos meus sentimentos mais profundos. Aliás, nunca falei em sentimento nenhum. E eu sentia que ela também não era honesta comigo.

Ela nunca mais tocou no nome do Weasley de novo depois da surra. Mas eu não achava que ela o tivesse esquecido. Muitas vezes a via distraída, na mesa da Grifinória, tomando suco de abóbora e escrevendo longas cartas. Para quem ela escrevia tanto se todos os amigos dela estavam em Hogwarts? Só podia ser pra ele!

Um dia, quando saíamos da aula de poções, minhas suspeitas se confirmaram. Ouvi quando Gina perguntou a ela se Ron tinha mandado algum recado para a mãe deles nas longas cartas que escrevia para ela. Hermione disse que não. Ele apenas queria que a família e os amigos não se preocupassem, pois estava bem. E que, quando voltasse, teria muitas histórias interessantes para contar.

Eu me senti arrasado, destruído, profundamente ferido. Ela ainda gostava dele!

Só conversávamos sobre sexo. Todos os dias. O tempo todo. Eu  mandava bilhetes tão sujos durante as aulas para ela que nos fariam morrer de vergonha se um dos professores confiscasse. 

Eu sabia que não tinha como acabar bem. Sabia que sairia ferido quando tudo terminasse. Mas não conseguia parar. O sexo era uma forma de estar com ela, de sentir o gosto dela, de esquecer, por alguns momentos, o vazio da minha vida e a minha falta de esperança no futuro. 

Quando empurrava meu pau ou minha língua para dentro dela, as feridas emocionais da guerra paravam de doer, a ausência dos meus amigos parava de incomodar, a minha solidão, a morte do meu pai, a distância da minha mãe, o fato de não ter ninguém em quem confiasse completamente para poder me ajudar a desenrolar o nó de emoções complicadas que apertava a minha garganta simplesmente desapareciam. Eu me sentia pleno e feliz por alguns fugazes  minutos. 

Senti falta de Snape. Ele era melhor em Oclumência do que o próprio Voldemort. Eu queria me sentar na frente dele e pedir para que ele lesse a minha mente inteira e depois me explicasse para mim mesmo. Porque eu não conseguia. Eu não me entendia. 

Uma noite ela me perguntou se poderia me amarrar e se vestir como dominatrix. 

- Eu disse pra você que não gostei da experiência como submisso!

- Eu sei, Draco, mas é que eu acho que essa é uma das poucas coisas que ainda não fizemos... e eu queria tanto saber como é... 

Ela agora não tinha mais vergonha nenhuma de confessar os seus desejos para mim. 

Eu aceitei. Já estava emocionalmente preso mesmo. Das algemas e das cordas pelo menos sabia que podia me libertar.

Ela amarrou os meus braços na cabeceira da cama, colocou algemas, trancou com magia, vendou os meus olhos e me deixou sozinho e imóvel no quarto por mais de uma hora.

- Diga a palavra de segurança e eu venho te desamarrar! - ela zombou.  

Eu não disse. Estava me sentindo confortável ali, em silêncio, sem ver nada, sem me mexer, sem pensar... sem pensar nela.

Quase duas horas depois, ela abriu a porta do quarto. 

- Aguentou firme, hein? Olha o que eu preparei pra torturar você - provocou, tirando a minha venda.

Ela estava vestida com uma meia arrastão preta e lingerie vermelha. Calçava botas pretas de salto altíssimo. Na mão direita, segurava um chicote de tiras de couro. 

- Vai descontar a surra, Granger?

- Vou. E vou começar pelos pés. 

Em vez de me bater, ela usou o chicote para fazer cócegas. Comecei a rir alto, gargalhei como não gargalhava há anos. Quando as minhas bochechas estavam doendo de tanto rir, ela parou e estalou o chicote na minha coxa direita, bem perto da virilha. 

- Olha como o seu pau está duro, Draco! Não mandei você se excitar, mandei?

E começou a me bater mais forte, deixando vergões vermelhos por toda a minha coxa. Eu não senti nada demais, meu corpo esteve acostumado a dores de verdade durante todo o meu treinamento como comensal da morte. Passei por muitas torturas, cheguei a aguentar 10 minutos da maldição cruciatus sem gritar. Aquele chicotinho de couro não era nada.

Mas a visão dela, despudorada e sorridente, brincando de ser dominatrix, com os cabelos arrepiados e rebeldes, me deixou desesperado! Eu a queria, a queria, a queria. Não sabia como parar de desejá-la. Era uma obsessão. Uma doença!

Pensei em dizer a palavra segura e mostrar a ela o jeito certo de brincar de BDSM, sempre respeitando os limites do parceiro ou da parceira submissa, mas não queria fingir que nós tínhamos algum tipo de parceria, de confiança real. Era só na cama. Não tínhamos nada além do sexo. E a palavra segura era muito mais do que o sexo, era cumplicidade. Eu não queria aprofundar a intimidade emocional ainda mais. 

Então, fiz algo que ela não esperava. Um feitiço sem varinha, sem nem precisar mexer os lábios, fez as cordas desaparecerem dos meus braços. As algemas se arrebentaram. 

- Como??? Como você fez... isso? - ela ficou chocada.

- Você não tem noção do que é o treinamento de um comensal da morte. - eu disse, num tom sombrio, tocando no tema proibido. Não falávamos da guerra. Não comentávamos sobre nossas famílias. Não expressávamos sentimentos. Tudo o que tínhamos para conversar eram as mais sujas e depravadas fantasias sexuais. Mais nada.

Sexo era tudo o que nós tínhamos. O único vínculo que me restou. 

- Bom, Draco, então você per-deu! Não disse a palavra de segurança. Não confiou em mim. Per-de-dor! - ela zombou.

- Cala a boca e me beija - ordenei, retomando o controle. Ela poderia ter discutido, ter dito não, ter me empurrado, mas me beijou de olhos fechados, completamente entregue. Não correspondi, apenas a joguei na cama, de quatro e, sem preliminares, comecei a penetrar com força. Ela estava encharcada. 

Arranquei o chicote e espanquei a bunda dela, enquanto puxava os cabelos e metia violentamente na buceta. Eu queria foder, foder, foder, foder, foder, até parar de pensar. Até deixar de sentir. 

Aulas de sexo com Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora