Sweater Weather

Capítulo 6

Passamos a madrugada conversando e fui perguntada uma coisa legal.

 "Eu posso te conceder uma boa aventura se quiser, é uma boa desculpa para me encontrar."

 "Engraçadinho! eu aceitaria se essa aventura parecer segura, não quero voltar para casa sem um membro."

"Entendido!"

Não soube entender se ele disse isso da boca para fora, mas estava disposta a experimentar.

No dia seguinte, tivemos uma aula em comum, a de Educação Física.

O esporte escolhido foi o Futebol, e daí que eu percebi o quanto ele era cabeça quente.

Sempre que ele levava um gol do time adversário, já perdia a cabeça.

Talvez seja por isso que tenham essa impressão dele.

Quando estávamos pegando o caminho pra casa, eu comentei com ele:

-Você é assim somente nos esportes?

-Assim como?

-Desse jeito, na hora do jogo tu tem um jeitão e depois age normalmente.

-Esse "jeitão" pode ser nervoso, as vezes fico assim em situações cotidianas também.

-Tipo?

-Lidar com a ex...

Ex?

Ficamos em silêncio por um momento.

-Por que ficou calada?

-Desculpe, não tive reação.

-Não estou falando serio não se preocupe, minha primeira e única namorada aconteceu quando tinha 14 anos no middle school.

-Entendi.

Ele me deixou em casa, agradeci e fui ao meu quarto.

Será que era verdade?

______________

A noite recebi uma direta e curta mensagem:

 "Ainda está de pé pra aventura?"

 "Já estou de pé!"

Calcei meu tênis e fui a caminho da praça.

Cheguei e em pouco tempo ele também chegou e já me puxou pela mão.

-Para onde vamos?

-Você vai descobrir.

Ele me levou a um prédio qualquer, e subimos até a sacada.

-Você precisa fazer silêncio! 

-Mas está tudo escuro, não deve ter nem almas penadas por aqui.

-Exatamente! Você deseja que eles venham te buscar?

-Não.

Ficamos um tempo quietos até que tomei coragem para perguntar.

-Quem foi a sua primeira namorada?

-Foi a Elisa, estudávamos na mesma classe, ela era bonita e muito simpática. Eu era aquele tipo de garoto que gostava de se gabar para os amigos sobre minhas conquistas pessoais, visto que eu tinha muitos amigos naquele tempo.

Eu escutava atentamente.

-Eu puxei assunto com ela por bilhete e ela respondeu... Pouco tempo depois percebi que ela gostava de mim, obviamente no sentido romântico, dai a pedi em namoro e me exibia muito pra eles. Mas não gostava dela o bastante pra isso. Percebi que estava no caminho errado quando me apaixonei por uma outra garota de nossa serie enquanto a namorava. Lembro que terminei com a garota que tinha, ela inclusive ficou arrasada, e tentei a que eu estava realmente interessado, ela não me quis e eu fiquei mal

Eu fiquei surpresa que ele viveu tudo isso aos 14 anos.

-A um tempo atrás eu ficava mal com isso, mas hoje entendo que; eu brinquei com os sentimento de uma pessoa, e isso não e certo.

Eu observei ele falar, até ele cobrir o rosto.

-Por que cobriu o rosto?

-É entranho pra mim falar sobre isso, principalmente falar sobre isso pela primeira vez com uma garota.

-Pela primeira vez?

-Sim, ou você acha que eu em sã consciência espalharia isso? Mas e você? 

-Eu?

-Sim, você mesma.

-Nunca namorei de verdade, prefiro esperar a hora certa do que tentar com as pessoas erradas sabe?

-Quem diria! suas amigas são as mais namoradeiras da escola, e você anda com elas e não arruma um par!

-Já que você me contou algo exclusivo, acho que agora é minha vez.

Ele se aproximou ansioso para saber o que eu iria contar.

-Não considero elas minhas amigas, sinto que não posso contar com elas... elas não me apoiam em quase nada que eu faço, e me parece que sou insignificante para elas. Tirando a Mia e a Emma, elas são meus amores.

-Poxa, deve ser chato em?

-É sim, mas foco em outras coisas...

-Tipo?

-Além de desenhar, eu...

Puxei rápido meu celular e tirei varias fotos dele.

Ele ria enquanto escondia o rosto e tentava tampar a câmera.

-Não posso registrar você falando das suas ex namoradas?

-Não pode! E foi só uma!

-Calma senhor dono da razão. - digo na ironia.

Ele tem um sorriso lindo, que complementa os olhos. Tenho sorte e estar a seu lado nesse momento.

Paramos de bobiar quando ouvimos alguém subir.

-É impressão minha ou tem alguém subindo? - eu perguntei

Realmente tinha alguém, então ele me arrastou pra outra escada e disse:

-Vá na frente.

Eu fui na frente e ele me seguia com a lanterna do telefone. 

-Mãos ao alto!

Quando descemos as pressas vimos que era a policia que havia entrado no prédio.

-Se fossemos presos, poderiam nos acusar de invasão de propriedade.

-Não comece, o que será que aconteceu?

-Talvez a noticia se espalhe na escola amanhã.

Já havia sido demais para um dia só, ele me deixou em casa e o dei um abraço.

-Vou dizer o mesmo de sempre. Obrigada pela noite, foi maravilhosa.

-Não tem de quer, até a próxima.

Nos abraçamos e entrei em casa.

São e salva.