Dançando Outra Vez -The7 Saga #1

CAPÍTULO 16

Gabriel

Quantos banhos frios eu vou ter que tomar toda vez que tocar Ariane? Me questiono saindo do meu banheiro e secando o cabelo em uma toalha.
A experiência de beijá-la fica melhor a cada vez que minha boca encontra a dela, mas isso só aumenta o desejo que sinto por ela, me deixando em partes iguais frustrado e orgulhoso do meu autocontrole.
Ela queria que eu saísse?
Talvez ela não quisesse, mas para o meu bem eu saí. Saber que ninguém além de mim iria escutar seus gemidos naquele quarto era incentivo até demais para que eu ficasse.
A sensação de seu corpo contra o meu e o pequeno gemido que escapou de sua boca quando bati em sua coxa eram todo incentivo que eu precisava.
Porém, por mais que eu quisesse muito passar a noite com ela e por mais que ela parecesse querer também, eu ainda não podia.
Ela ainda acha que eu sou só um mulherengo traidor. Um cafajeste filho da puta, ela disse.
Prometo a mim mesmo que não vou dormir com ela até que ela escute minha versão daquele dia.

***

Acordo com o maldito alarme de novo.
Mesma rotina de todo dia: café da manhã e academia.
Não vale a pena ficar enrolando se não vou evitar a rotina de exercícios, então me levanto e depois de menos de dez minutos estou na cozinha, ainda vazia.
Coloco o café para passar na cafeteria elétrica e começo a pensar no que fazer para o café da manhã., chegando na conclusão de que ovos mexidos e pão é o melhor que posso fazer para um café saudável.
Estou mexendo os ovos e escuto o caos começar a surgir na casa. “Bom dia, Gabriel”, Matheus cumprimenta e retribuo, “está sorridente, dormiu bem?”
“Tive uma noite péssima”, respondo com um sorriso.
Nossos amigos entram todos na cozinha e se servem de café e ovos. Deve estar mais frio que ontem, porque hoje, Ariane veste uma camiseta por cima do top cor de rosa. Eu não saberia dizer se está frio, meu corpo está pegando fogo desde o armário.
“Não esqueçam de fazer as malas”, Matheus nos lembra quando todos estão comendo, “essa semana teremos shows fora de São Paulo, o que vamos vestir nos shows é de responsabilidade da equipe, mas o que usamos nas horas vagas, não”, ele orienta, como um pai. Melhor, como uma mãe.
Todos nós demonstramos entender o que ele disse e faço nota mental para consultar o cronograma e saber para qual clima me preparar.
Depois de treinar, sem encontros infelizes com Ariane na academia, e tomar um belo banho, consulto o cronograma da semana. Amanhã, viajamos para o Rio de Janeiro e ficamos até o fim da semana.
Temos entrevista em um programa matutino com café da manhã, dois shows e um pequeno tempo livre.
Infelizmente, nunca conseguimos ir à praia sem que estejamos de férias e ainda assim precisamos dos guarda-costas, aprendemos rápido que existe gente doida em todas as idades e ser famoso pode ser um ímã de malucos.
Por sorte nossos hotéis sempre têm área de piscina privada, então conseguimos nos refrescar.
Tiro uma mala do closet e coloco roupas de acordo com o clima quente do Rio, mas também algumas peças para o caso de chuva e frente fria.
Estou terminando quando uma batida na porta soa e vejo Guilherme entrando.
“Já fez as malas?”
“Pra que perder tempo?” Pergunto terminando de ajeitar meus itens de banho e fechando a mala.
“Você tá bem organizado hoje”, ele observa, se sentando na cadeira, “Estava totalmente ligado no café da manhã, treinou sem nenhuma reclamação, já terminou de arrumar as malas…”
Dou risada e, ainda sentado no chão, encosto na cama, “Pergunta logo”, peço.
“Você e a Ari, o que rolou?” Ele pergunta.
“Nada demais”, dou de ombros.
“Ela está com o pescoço marcado, Gabriel” ele informa, “Não tente me enganar”, alerta.
“Ué, um chupão, alguns beijos, não é nada demais pra mim”, respondo.
Guilherme levanta a sobrancelha, “Foi só isso?”
“Sim, por que eu mentiria?” Passo a mão no cabelo, “Sei que você vai conversar com ela e bater as informações”.
“Bom que saiba”, ele se levanta com ares de quem não falou tudo que queria dizer e sai.
Isso foi estranho.
Ele sabe de alguma coisa, mas não quer falar, o que não é muito normal de Guilherme, normalmente ele é fofoqueiro. Decido ignorar, se ele não quer abrir a boca, ele não vai.