CAPÍTULO 23

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Ariane

Finalmente é dia de folga.
Acordo com Gabriel passando os dedos em meu rosto, ele sorri quando meus olhos estão completamente abertos.
“Bom dia”, seu sorriso é luminoso, seus olhos estão brilhantes.
“Bom dia, oppa”, sorrio.
“Você vai me chamar assim até ressignificar essa palavra pra mim, né?”, ele beija minha testa.
“Sim, você sempre foi meu”, passo a mão em seu rosto.
“Sempre fui e sempre serei”, ele sorri, “Ariane, ontem você…” eu interrompo.
“Eu pedi pra você me contar o quer falar, mas você me mandou dormir”, eu me aconchego em seu corpo, “Estou descansada e bem acordada, pode começar a falar”.
Então ele me conta tudo, como estava atrasado para nossa prática, como foi encurralado e beijado a força, contou que depois que fugi ele tentou ir atrás de mim, mas nossos amigos não deixaram, então Madalena fez uma nova cena dentro do estúdio e com isso todos acreditaram nele.
“Então por isso ninguém quis que você saísse do grupo”, falo, passando meu dedos por seu abdômen.
“Sim”, ele beija minha cabeça novamente, “Por que nunca se opôs? Você é tão do grupo quanto todos nós, também tomava decisões, por que nunca pediu pra me tirarem?”
“Eu até pedi”, me apoio no braço para olhar para Gabriel, “Mas eles me pediram pra conversar com você antes de tomar uma decisão. Eu disse pro Matheus fazer o que quisesse, afinal ele é o líder, então ele disse que não iria pedir pra você sair”, dou de ombros, “Passei um tempo bem chateada com ele e principalmente com Guilherme, mas então vocês começaram a conseguir mais e mais views no YouTube, logo depois assinaram com a agência, então fiquei feliz por eles… e por você também, por mais que eu quisesse te matar na época”, conto.
“Eu tentei falar com você, mas você me bloqueou”, ele observa.
“Eu podia suportar te ver na tv, nos programas, vídeos, mas não queria falar com você, eu sabia o básico sobre tudo que você fazia, não tem como não cair em conteúdo sobre você vendo sobre todos os meninos, mas não queria ficar sofrendo vendo você feliz”, admito.
“Eu não estava tão feliz assim”, ele coloca o braço atrás da cabeça, “Eu estava feliz vivendo o sonho de cantar pra muitas pessoas, mas faltava algo”, ele olha pra mim, “Eu tentava compensar a falta que sentia de você saindo com alguém ou bebendo mais do que deveria, mas não resolvia, então eu desisti de beber, pedia pro Guilherme e pro Matheus me contarem o que você andava fazendo…” ele ri, “Eu te vi em na sua apresentação, na faculdade, Rafael me disse que iria então fiquei no pé dele até ele concordar em me deixar ir junto”.
“Eu não acredito que você viu minha apresentação”, estou rindo, “Como não te vi?”
“Eu comprei o ingresso de última hora e sentei longe do Rafael, bem no fundo”, ele explica, “Quando as luzes iam para a plateia, eu me escondia no assento, antes que vocês terminassem de agradecer os aplausos, eu saí”, ele coça um olho, “Eu sabia que o Rafael ia te procurar, mandei uma mensagem pra ele dizendo que estaria esperando no carro e pedi pra ele não contar que eu fui te ver”.
“E o que você achou?” pergunto com expectativa.
“Não sei, eu te vi, mas outras pessoas no palco me chamaram mais atenção”, eu bato em seu braço, ele ri, “Eu já mandei parar de me bater, Ariane, vou me apaixonar por você”, ele está rindo e segurando minha mão.
“Eu estou fazendo uma pergunta séria”, dou risada também.
“Você foi uma gatinha perfeita, Ari”, ele me beija.
“Obrigada, namorado”, dou um beijo em seu rosto.
“Namorado?” Ele trava.
“Você pediu ontem”, sinto meu rosto esquentar, “eu disse que iria aceitar ou não quando você me contasse o que aconteceu, estou aceitando”, baixo os olhos, “se o pedido ainda for válido”.
“É válido”, olho para seu rosto sorridente, “Eu te amo, Ariane”.
“Eu te amo, Gabriel”, sorrio.
Estou prestes a beijá-lo, mas minha porta é aberta. “Sai daqui”, falo sem me virar para ver quem é.
“Nossa, achei que você era minha melhor amiga”, Guilherme se joga ao meu lado, “Gabriel, o que está fazendo aqui?”
“Estava contando uma história pra Arizinha, aqui”, Gabriel me abraça.
“Você contou?” Gabriel confirma, “Contou tudo? Ela te deixou falar?” Gabriel confirma novamente, “Finalmente!” Guilherme grita.
“Para de gritar, seu maluco”, eu o empurro, rindo.
“Você acreditou   nele?”   Guilherme   me   segura   pelos   ombros, confirmo, “Ariane, isso é ótimo”, ele sorri e me abraça.
“Por que você está tão feliz?” Pergunto.
“Esse pateta passou anos me enchendo a paciência pra falar sobre você e ajudar ele a entrar em contato, agora finalmente vocês vão se acertar”, Guilherme dá um high-five com Gabriel.
“Guilherme”, Gabriel chama, “Ari acabou de aceitar ser minha namorada”, Guilherme começa a falar, mas Gabriel não deixa, “Sai daqui pra eu poder curtir minha primeira manhã finalmente namorando a Ariane como adultos”, Gabriel levanta as sobrancelhas.
“Nossa, desculpe o incômodo”, Guilherme levanta, revirando os olhos, “Ari, não faça nada que eu não faria”, ele me lança uma piscadela.
Filho da puta, ele não precisa me lembrar de que Gabriel provavelmente fez muito sexo e eu nunca fiz.
Guilherme sai pela porta, fechando-a e Gabriel volta a me abraçar.
“Onde estávamos?” Ele pergunta sorrindo.
“Eu queria te beijar”, Gabriel vira, ficando em cima de mim, “Era só um beijo, Gabriel”, alerto.
“Eu só vou te beijar”, ele sorri e beija meu pescoço de leve, “Mas gosto de ficar nessa posição com você”, a voz dele mudou, está mais rouca.
Então ele me beija, dessa vez é um beijo apaixonado, ao mesmo tempo que é um beijo totalmente excitante, seu peso sobre meu corpo me deixa com vontade de mais, puxo sua camiseta, levando minhas mãos as suas costas, arranhando de leve, ele solta um gemido rouco, que vibra por todo meu corpo.
Gabriel puxa minha coxa, encaixando seu quadril no meu, seus dedos se fincam em minha pele com força, o que me faz suspirar, ele tira sua boca da minha e me olha, seus olhos estão como que vidrados em mim, posso quase me ver refletida em suas íris escuras.
“Gabriel”, ele está com um olhar faminto, “Acho que esse é o limite de hoje”, falo, me sentindo tímida.
“Certo”, ele me dá um selinho e sai de cima de mim.
“Decepcionado?” Me sento para olhar seu rosto, ele está sorrindo.
“Nunca, Ariane”, ele senta também, me dando outro selinho, “No seu tempo, meu amor”.
Então ele se levanta e sai, me deixando sozinha no meu quarto.
Quando desço, Gabriel já está tomando café, bem alerta. Passo por ele para pegar meu café e dou um beijinho em seus cabelos, que estão úmidos e cheirando ao shampoo que ele sempre usa.
“Ok, isso foi diferente”, Rafael comenta.
Dou uma risadinha e pego meu café, me sentando ao lado de Gabriel. Dessa vez eu não vou falar, vou ficar só rindo como ele faz comigo. Ele me serve ovos mexidos e eu começo a comer imediatamente.
“Hoje ela está com fome, né?” Pedro comenta, como quem não quer nada.
“O que?” Pergunto, “Não posso comer bem?”
“Você mal come de manhã” Pedro responde.
“Acordei com fome”, dou de ombros.
“O que quer dizer que gastou energia a noite”, Rafael começa.
Apenas balanço os ombros, Gabriel está sorrindo muito observando a troca.
“Desembucha”, Matheus cutuca Gabriel.
“Se ela não vai falar”, ele me olha, “Eu também não vou”.
“Matheus, você vai gostar de saber”, eu falo, “Mas quem tem que falar não sou eu”.
Gabriel me olha como se eu fosse doida, eu apenas volto a comer, ignorando a conversa que começa a se desenrolar: todos estão estranhando nosso comportamento, mais que o normal, o único que está se limitando a apenas rir é Guilherme, que já sabe que estamos namorando, mas se mantém calado.
“Ari”, Matheus me chama, “Desembucha”.
“Você não manda em mim, big boss”, aponto, “Você manda no Gabriel”.
“Gabriel, fala logo”, Matheus está revirando os olhos, “Por favor”, completa.
“Agora sim, pediu com educação”, Gabriel ri, então pega minha mão em cima da mesa e dá um sorriso muito orgulhoso, “Ariane deixou eu contar a história toda para ela”, ele olha para nossos amigos, “Estamos namorado de novo”, ele me beija.
Nossos amigos comemoram, dizem que estão felizes por eu ter acreditado em Gabriel e por estarmos juntos novamente.
“Quando vai anunciar?” Matheus pergunta.
“Ainda não sei…” Gabriel pensa, “Grammy?” Ele se ilumina, “Não está longe, podemos anunciar lá, de primeira ninguém vai suspeitar, a equipe de dança vai estar com a gente, certo?”
“Parece uma boa ideia”, Pedro começa, “Mas teoricamente, não levamos nossa equipe como convidados”.
“Isso é permitido?” Gabriel questiona.
“As pessoas normalmente levam namoradas ou esposas e maridos, não?” Felipe olha para Pedro.
“Sim, mas não podemos levar todas como nossas namoradas”, Pedro responde.
“Não precisamos levar como namoradas”, Guilherme diz, “São nossas acompanhantes e vão participar da performance”, ele balança os ombros, “Se podemos levar namoradas, podemos levar amigas”.
“Faz sentido”, Pedro toca o dedo no queixo, “Acho que pode dar certo, muitos artistas levam uma equipe de dança, mas não dão um lugar na platéia. Vamos inovar”, ele sorri.
E eu imagino que é isso.
Meu relacionamento vai ser anunciado no Grammy.

Dançando Outra Vez -The7 Saga #1Onde histórias criam vida. Descubra agora