Ariane
Escolhidas as categorias e a prenda, nos sentamos no chão da sala, em roda. Definimos que em nota e sabonete poderíamos falar de qualquer pessoa, não só quem está na roda, devida falta de garotas, o que eu não entendi bem, eu gosto de ver o caos.
Estou sentada entre Guilherme e Rafael, o que é uma sorte, já que Rafael é muito cruel nesses jogos e quanto menos chances de ele fazer perguntas para mim, melhor.
O que eu não sabia é que giramos a garrafa duas vezes, a primeira pessoa a cair pergunta e a segunda responde. Se o Rafael fizer a pergunta pra mim, estou potencialmente ferrada.
O jogo começou morno, ninguém, além de Mafe, bebia para deixar de fazer os desafios idiotas.
Em algum momento a garrafa juntou Mafe, meio bêbada, perguntando e eu respondendo: “Nota”, escolho.
“Hmm…”, ela pensa, “nota para…” ela olha em volta, “para o corpo do Felipe”.
“O Felipe?” Olho para meu amigo, “Felipe é nota oito”.
“Por que eu sou só oito?” ele está indignado.
“Você não é exatamente meu tipo”, respondo.
“E qual é seu tipo?” Ele pergunta.
“Você pode fazer essa pergunta quando estiver me perguntando e eu escolher verdade”, dou risada.
O jogo prossegue tranquilo, algumas verdades, muitas notas e sabonetes, os desafios estão ficando para trás.
Então, surpresa: Matheus está perguntando para Gabriel, que escolhe sabonete.
“Em que parte do corpo…”, ele olha pela roda, “da Ari você passaria um sabonete?” Ele pisca para mim.
Eu vou esganar o Matheus.
Gabriel me olha, sinto arrepios em lembrar do beijo que ele me deu ontem, então ele responde: “Coxas”, seu olhar viaja para minhas pernas cruzadas, “Definitivamente, as coxas…”
Estou vermelha. Ele é um canalha mesmo, um Don Juan Cafajeste!
O jeito que ele continua olhando para mim está me fazendo pegar fogo.
Sou perguntada, ainda desconcertada com o olhar de Gabriel em mim, e escolho desafio.
Grande erro. Rafael está olhando para mim, diabólico.
“Eu te desafio”, o sorriso dele mostra que eu não estou ferrada, estou fodida, “a jogar sete minutos no céu…” ok, não parece tão ruim, “com o Gabriel”.
Gabriel ri, meu queixo cai, e Rafael mantém o sorriso diabólico em seu rosto.
“Tá maluco?” Respondo.
“Se não quiser é só beber”, Rafael serve um shot de soju para mim, “Está com medo?” Ele sussura e acho que só eu escutei.
Ele me destravou e sabe disso, é como se ele tivesse dito que duvida, eu tento ao máximo nunca mostrar meu medo ou desconforto.
“Ok”, olho para Gabriel, “Vamos fazer isso”.
Ele se levanta e me oferece a mão para eu levantar, uso sua mão de apoio e limpo as mãos suadas no short que estou usando.
“Onde?” Pergunto, tomara que seja um lugar com espaço.
“O armário de casacos”, Rafael responde, se levantando e indo na direção da porta da sala, ao lado está o maldito armário, “Só não esqueçam que podemos ouvir o que acontecer aí dentro”.
Ele abre a porta, com um gesto como se estivesse dando passagem. O armário está praticamente vazio, não precisamos de casacos nos últimos dias.
Entro no maldito armário e Gabriel me segue, Rafael fecha a porta.
O armário está escuro, sinto o cheiro do perfume de Gabriel muito perto de mim.
“O que quer fazer?” Ele diz, baixinho, “Tenho quase certeza que alguém está com o ouvido na porta”.
“Eu não sei”, estalo os dedos, estou nervosa.
Gabriel tateia meu braço até pegar minhas mãos e me fazer parar de estalar os dedos.
“Não precisa de nervosismo”, ele diz, reconhecendo meu tique, “Não vou te tocar se você não quiser… Só vou retribuir o que você fizer”.
“Do que você está falando?”
“Você me beijou ontem”, ele fala mexendo nos meus dedos, não consigo ver sua expressão, isso é ridículo, “Você está fingindo não lembrar e eu não ia falar nada, mas agora, no escuro…” ele se mexe, ele balançou os ombros?
“Desculpe”, baixo a cabeça e acabo com a testa no peito de Gabriel, “Eu estava muito fora de mim”.
Ele segura minha cabeça em seu peito, “Não se desculpe”, ele mexe no meu cabelo, “Foi um ótimo beijo”.
Estou super envergonhada. Esses sete minutos nunca vão passar? “Você repetiria?” Ele pergunta, fazendo um carinho no meu pescoço.
“O que?”
“Você me beijaria de novo?”
“Depende…”
“Do que?” sinto que ele está se aproximando.
“Situação”, respondo sentindo meu coração acelerar.
“Que tipo de situação?” Ele está com o rosto muito perto do meu, sinto seu hálito de menta com soju atingir meu rosto.
“Uma situação como essa”, eu respondo, colocando minhas mãos nos ombros de Gabriel.
Meu cérebro está enevoado, o que está acontecendo comigo?
Então acontece, sua boca desce sobre a minha, que se abre para receber o beijo dele.
Suas mãos soltam meu pescoço, descendo pelas minhas costas e agarrando minha bunda, ele me levanta, me prensando contra a parede e, em seguida, aperta minhas coxas.
Seu beijo é calmo, apesar da urgência de suas mãos, sua língua contra a minha é algo de que senti falta, ele parece saber exatamente qual tipo de beijo eu anseio.
O beijo de ontem foi desesperado, o de agora é um beijo que tem todo tempo do mundo para acontecer. Ele mexe o quadril, acertando o ponto certo entre minhas pernas, percebo um volume que não estava ali antes, me fazendo soltar um pequeno gemido, que é abafado por sua boca.
Gabriel sabe exatamente como me deixar excitada, sua habilidade em beijar está cada vez melhor, tenho certeza.
Ele tira sua boca da minha, me fazendo soltar um gemido frustrado, e encosta sua testa na minha.
“Você é incrível”, ele solta a mão da minha coxa, me sustentando contra a parede com apenas um dos braços.
Gabriel segura meu pescoço, virando meu rosto, eu agarro o cabelo em sua nuca, então ele beija meu pescoço, primeiro um beijo leve, quase o passar de uma pena, então ele lambe o lugar onde seus lábios pousaram, para logo depois fechar seus lábios no ponto e chupar minha pele.
Mordo meu lábio, mas outro gemido escapa.
“Eles vão te escutar”, ele aperta minha bunda, “Não quero ninguém te ouvindo quando estiver assim comigo”.
Então sua boca devora a minha novamente, um beijo ardente, cheio de desejo, seu quadril me atinge novamente, me fazendo gemer e puxar seu cabelo mais uma vez, a mão que segurava meu pescoço fez uma leve pressão em mim e, se eu pensava estar excitada antes, agora estou uma bagunça.
Uma batida na porta.
Congelo.
“Acabou o tempo”, escuto a voz de Rafael. Gabriel me coloca no chão e acho que escuto ele mexer na roupa. Ele precisou se ajeitar?
Claro, sua tonta, você achou que o volume na calça dele era o celular?
Confiro se minha roupa está no lugar, olho para Gabriel, esquecendo que não posso vê-lo, então só abro a porta.
Rafael está sorrindo, “Aproveitaram?” Ele pergunta. Saio do armário com Gabriel logo atrás de mim.
Cruzo os braços, “Fiquei sete minutos lá dentro com o Gabriel, eu cumpri o desafio, certo?”
“Você provavelmente estava ocupada com outra coisa…” todos na roda estão segurando o riso, Rafael está com seu sorriso de diabinho, “Você ficou uns quatorze minutos aí dentro”, Gabriel começa a tossir, disfarçando o riso, “perdi a hora”, Rafael balança os ombros.
Perdeu a hora, o cacete!
“Está vermelha por que, Ari?” Felipe provoca.
“Não estou”, respondo sentindo meu rosto queimar.
“A boca do Gabriel está vermelha”, Luan observa e Gabriel comprime os lábios, tentando esconder.
“O pescoço dela”, Mafe ri, “olha o pescoço dela, Matheus”, eu levanto a mão, cobrindo o exato lugar onde Gabriel chupou meu pescoço.
“Vocês não podem negar”, Matheus me provoca, “Sabemos que vocês estavam se pegando”.
“Eu não nego nada que eu faço”, Gabriel se senta em seu lugar e gira a porra da garrafa.
Ainda sentindo o rosto queimar, me sento de volta no meu lugar.
A garrafa girou. Gabriel pergunta. Eu respondo.
“Verdade”, tento ir pelo lado menos perigoso.
“Hmm…” ele bate o dedo no queixo teatralmente, “vejamos, senhorita Ariane, você me beijaria de novo?” Ele se inclina para frente, me olhando nos olhos.
Ele vai saber se eu mentir. Meus amigos vão saber. Guilherme poderia muito bem me entregar se eu mentir.
“Ariane?” Gabriel pergunta, “É sim ou não, responda”, ele gesticula com a mão para eu me apressar.
Escolher verdade foi um grande erro, “Sim”, respondo, “mas só estou admitindo porque sei que todos conhecem meus tiques de mentiras”.
Gabriel dá um sorriso vitorioso. Meus amigos riem.
“Ainda bem que os quartos têm isolamento acústico”, Luan provoca, “Meu quarto é na frente do quarto do Gabriel”.
“E o meu, que é na frente do da Ari?” Guilherme entra na provocação, dou um tapa em sua coxa, “Cacete, de novo, Ari?” Ele massageia o local.
“Não mandei falar merda”, eu giro a garrafa. Felizmente não sou escolhida dessa vez.
Mafe responde para Rafael. O sorriso diabólico volta. Ela escolhe verdade.
“Fora o Matheus, alguém na roda faz seu tipo? Se sim, nos conte” Ele questiona.
Mafe não parece, mas deve estar bêbada feito um gambá, Matheus
enrijece quando escuta o sim saindo da boca de sua namorada, “O Pedro”.
Pedro fica vermelho, Matheus fecha a cara, Rafael está desconfortável e Mafe ri e bate palmas.
Que desastre.***
Depois de mais algumas rodadas de jogo, resolvemos que está tarde e que deveríamos dormir.
Rafael se desculpou com Matheus e Pedro, que disseram que estava tudo bem, Matheus levou Mafe, sonolenta, para o quarto e subimos depois.
Dei boa noite e fui na direção do meu quarto, onde troquei de roupa e estava pronta para deitar na cama quando ouvi uma batida na porta.
Abri, era o Gabriel.
“Que foi?” Pergunto, ele parece nervoso, mas está sorrindo.
“Estava pensando em um beijo de boa noite”, ele diz, encostando no batente da porta.
“Está maluco?”
Ele me empurra gentilmente para dentro e fecha a porta.
“Talvez”, ele segura meu rosto, me fazendo olhar para ele, “mas aqueles poucos minutos no armário não foram o suficiente, nem de longe”.
Ele me dá um selinho e tento segurar minha reação, ele beija minha bochecha esquerda, a direita, a ponta do meu nariz e lambe meu lábio inferior.
Como uma lambida pode ser excitante?
Ele deixa vários selinhos em meus lábios, o que foi me deixando com a mente cheia daquela névoa de novo, e seguro seus ombros de novo, ele cola o corpo ao meu, me fazendo lembrar da sensação dele me segurando no armário, gemo em sua boca, sem conseguir controlar.
Suas mãos mudam, descendo até minha cintura e dando um leve aperto, ele me empurra para trás com gentileza e sinto meus joelhos baterem na cama, onde caio sentada, abro meus olhos e encontro os dele, cheios de luxúria, me devorando.
Ele se ajoelha na minha frente, ficando praticamente na minha altura, e sua boca encontra a minha novamente, me fazendo ver estrelas em meus olhos fechados, suas mãos estão em minhas coxas de novo, sempre subindo, até chegarem na minha bunda, com um aperto poderoso, que me faz segurar os cabelos em sua nuca novamente.
Uma de suas mãos perde o contrato, apenas para me surpreender com o impacto de um tapa em minha coxa, me fazendo gemer de novo e puxar seu cabelo o que deve ser a gota d'água para ele, pois, sem perder um milímetro do contato comigo e sem perder seu ritmo em nosso beijo, Gabriel me faz deitar e fica em cima de mim.
Posso sentir seu peso sobre meu corpo de maneira confortável, mesmo quando ele encaixa nossos quadris e sinto seu volume em mim de novo. Mesmo com as roupas, posso sentir que é um volume grande.
Aos poucos estou me sentindo confiante para tocar seu corpo, desço minhas mãos em suas costas, sentindo sua músculos enrijecerem com meu toque, então seus lábios deixam os meus e, quando abro meus olhos, o pego me encarando, ele está apoiado nos antebraços, seus olhos ainda brilham.
“Que foi?” Pergunto com a voz fraca.
“Se eu continuar aqui”, ele respira fundo, desviando o olhar, “Nós não vamos parar”.
Ele se levanta e me levanto também, seus lábios estão vermelhos, dessa vez posso ver o volume em sua calça, o que me faz corar.
“Foi o melhor beijo de boa noite”, ele pisca para mim.
“Cafajeste filho da puta”, solto sem conseguir controlar minha língua.
Ele se aproxima e me beija rapidamente outra vez, sinto a frustração em meu peito, foi muito curto, “Já fui chamado de coisa pior”, ele se afasta e vai até a porta, sem se importar em ajeitar sua roupa novamente, “Boa noite, Ariane”.
O modo como ele diz meu nome me faz fraquejar, ele sai pela porta e fecha atrás de si.
Caio na cama com o rosto nas mãos, o que há de errado comigo? Por que eu queria que ele ficasse?
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Dançando Outra Vez -The7 Saga #1
Fiksi PenggemarAriane Torres viu seu namorado beijando a garota que a humilhava na escola e simplesmente correu, literalmente. Passou cinco anos estudando dança, que é sua paixão, e agora está de volta ao seu grupo de amigos, que inclui o namorado que a traiu. Ga...