Ariane
Nossos ensaios têm sido brutais.
Pedro está pegando pesado, quer a melhor performance. Nossa sincronia está cada dia mais afinada, os pequenos erros quase cem por cento mitigados.
Mal temos energia ao final da semana e nossas folgas se resumem a nos reunir para assistir filmes. Quase sempre acabo caindo no sono e acordo de manhã com Gabriel ao meu lado.
Cada dia escondemos menos nosso afeto, mas ainda tomamos cuidado, alguns perfis nas redes sociais postam suspeitas, mas ninguém nunca conseguiu uma foto de um beijo oi algo do tipo para comprovar qualquer coisa: normalmente são fotos em que estamos muito perto um do outro ou de mãos dadas, mas o mundo sabe que sou desastrada, então não sei se acham que é muito zelo pela minha segurança ou o que, fora o fato de eu disfarçar segurando o braço de Guilherme ou de Luan ao mesmo tempo também.
Hoje foi o último dia de ensaios exaustivos, temos quase uma semana de folga, mas teremos que viajar para Los Angeles durante essa semana para a premiação.
A agência reservou quartos individuais para todos e Gabriel está brigando para que fiquemos num quarto só. Eu desisti de tentar insistir e já pedi para ele desistir também, ninguém precisa saber que um dos quartos não será utilizado.
Após chegar do ensaio e tomar um banho, me jogo na cama, agarrando o coelho de pelúcia que Gabriel me deu. Logo, escuto a minha porta abrir, é ele.
Ficamos deitados, de frente um para o outro, com o coelho entre nós. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas nos olhando.
“Tudo bem, Ari?”, ele quebra o silêncio.
“Sim”, sorrio, “você está bem?”
“Só o cansaço, mas logo isso acaba”, ele tira o coelho, me puxando para ele, “Só temos os ensaios do palco do Grammy e depois disso, teremos uma folga”.
Ele sorri e me beija, me fazendo deitar novamente, seu corpo fica por cima do meu, seu peso, já familiar, é um conforto para mim, faz todo nervosismo ir embora.
Ele separa sua boca da minha apenas para tirar a camiseta, na primeira oportunidade passo minhas mãos pelo abdômen esculpido dele, antes de puxá-lo para mim novamente, sua boca faz a minha se abrir e receber seu beijo apaixonante, ele me puxa para cima até eu estar sentada em seu colo, então ele puxa minha camiseta.
Impaciente, tiro logo a peça, deixando meu sutiã rendado a mostra, mas antes que eu possa voltar a beijar meu namorado, ele me encaixa em seu colo e beija meu pescoço, em seu lugar preferido, aquele ponto específico que me faz arfar com o contato de sua língua. Gabriel fecha os lábios, chupando minha pele e meu primeiro pensamento é ‘haja corretivo na minha bolsa de maquiagem’.
Não é uma reclamação, muito pelo contrário.
Ele continua distribuindo beijos pelo meu pescoço, meus ombros e chega ao alto dos meus seios.
“Gabriel”, chamo, abrindo os olhos, ele me olha com expectativa.
“Se quiser parar, é agora, coelhinha”, ele suspira em minha pele.
“Eu…” ele beija meu rosto e me deita novamente.
“Já sei…” ele me da um selinho e se apoia nos braços para ficar acima de mim, “Eu já volto”.
Ele entra no meu banheiro, escuto o chuveiro ser ligado e depois de alguns minutos ele sai, apenas com a toalha enrolada na cintura. O V em seus quadris exposto, me fazendo querer que eu não tivesse feito ele parar.
Lambo meus lábios, é o primeiro movimento que faço desde que ele saiu de cima de mim. Ele me pega olhando seu corpo.
“Se continuar olhando”, ele me alerta se virando para meu closet onde deixa algumas roupas, “Vai ficar um pouco perigoso pra gente”.
“O que?” Pergunto, espantada.
“Ari, estou sendo paciente”, ele volta para a cama, vestindo apenas uma boxer preta, “Estou dando meu melhor pra respeitar sua decisão de pisar no freio todas as vezes que você pede”, ele me abraça e suspira, “Mas eu estaria mentindo se dissesse que é fácil”.
“Desculpe por isso”, estou ficando levemente decepcionada comigo.
“Não é sua culpa”, ele beija minha testa e começa a acariciar meus cabelos, “Eu já entendi que você nunca fez isso”, ele me afasta e olha em meus olhos, “Vamos no seu tempo, ok? Não peça desculpas por não estar preparada ou por não querer”.
“Eu quero”, desvio o olhar, “Mas… não sei, eu meio que travo, eu acho”, me solto de seu abraço e sento, “Eu me sinto frustrada comigo por te fazer pisar no freio”, passo a mão no rosto.
“Não fica frustrada, Ari”, ele me abraça de novo, está sentado quase atrás de mim, “Eu vou respeitar seu tempo, prometo”, sua mão surge em minha visão, o dedinho levantado para selar uma promessa.
Enrosco meu dedinho no dele e me viro para dar um beijo em seu rosto, “Talvez eu só esteja pensando demais”, sorrio e seu rosto é iluminado por um sorriso lindo.
“Então eu sou obrigado a distrair você”, ele me faz cócegas e tenho um ataque de riso.
Imploro que ele pare, mas ele simplesmente continua, me ignorando, então eu grito por socorro, sabendo que provavelmente ninguém irá escutar.
Então minha porta se abre e Gabriel finalmente para. Luan está nos olhando com olhos arregalados e seu rosto está ficando vermelho. De primeira, não entendo, então percebo que Gabriel está em cima de mim, usando apenas uma cueca e eu estou apenas com um short tão curto quanto uma calcinha grande e sutiã.
Luan se vira, “Não queria atrapalhar” eu e Gabriel caímos na risada e ele sai de cima de mim.
Visto a camiseta, “O que você veio dizer, Luan?” Pergunto. Ainda estou rindo.
“A Mafe ligou, ela disse que quer ir no Maniac hoje e disse pro Matheus nos chamar”, ele diz rápido.
“O que acha, Gabriel?” Olho para meu namorado.
“Acho que vale, precisamos desestressar”, ele diz, “Nós vamos, Luan”.
“Da próxima vez checa o celular, seu idiota” Luan reclama com Gabriel, que procura o celular na cama, e sai do quarto sem nos dar outro olhar.
“Nossa, tem umas quinze mensagens”, ele arregala os olhos já grandes.
“Sai”, falo, me levantando.
“Por que eu faria isso?” Ele se deita em toda sua glória seminua.
“Preciso trocar de roupa”, me encaminho para o closet, “E você só vai me atrapalhar”.
“Quando eu te atrapalhei?” Vejo Gabriel se levantar pela minha visão periférica.
“Todas as vezes que precisei trocar de roupa e você estava aqui”, dou de ombros.
“Eu nunca fiz isso”, ele me abraça por trás e beija meu rosto, “Esse vestido não, Ari”, ele diz quando puxo um vestido rosa cheio de recortes e muito curto, mas que eu já não pretendia usar.
“Viu? Agora vai ficar dando pitaco na minha roupa?” Dou risada colocando o vestido no lugar e puxando outro, “Hmm, não, esse é muito comprido”.
Ele ri e puxa um tubinho azul marinho, então me coloca na frente do espelho e coloca o vestido na minha frente, como se estivesse analisando.
“Usa esse, tenho uma camisa da mesma cor”, ele beija meu rosto, deixando o vestido em minhas mãos, “Vamos sair de roupa combinando, Ari”.
Dou risada e ele sai do quarto.
Em alguns minutos, estou com o vestido que Gabriel sugeriu, all stars azuis e uma maquiagem leve. Encontro meu garoto no corredor, ele está usando uma camisa de botões da mesma cor do meu vestido, calças brancas e tênis azuis. Seu cabelo está penteado para trás, deixando toda a testa à mostra.
“Se eu tivesse falado do tênis não teria dado certo”, ele ri. Concordo com ele e descemos para encontrar nosso grupo na sala.
Assim que é constatado que estão todos prontos, entramos na van.
Mafe não está conosco, vai nos encontrar lá.
O caminho todo, os meninos foram fazendo a maior zoeira na van, cantaram, brincaram um com o outro e tudo que eu podia fazer era rir.
Eles estavam felizes.
Chegando lá, Mafe, que estava na fila para entrar nos viu e correu ao encontro de Matheus, que lhe deu um beijo que deixou todas as mulheres da fila sem fôlego. Se eu não estivesse ao lado do meu namorado, também teria ficado.
Gabriel não segurou minha mão, mas se manteve muito próximo o tempo todo, eu podia sentir sua mão pairando sobre a minha ou na base das minhas costas o tempo todo até chegarmos no nosso lugar de costume.
Nós não sentamos, pedimos nossas bebidas e Mafe já puxou Matheus e Felipe para a pista, Pedro fez uma careta para Gabriel e me puxou com ele.
Pedro dançava com movimentos fluidos, mesmo que não houvesse critério a ser seguido, mas parecia desleixado hoje. Notando meu olhar de estranhamento ele se explicou:
“Estou cansado da técnica hoje”, ele sorri para mim, “Eu quero só deixar meu corpo se mover”.
Então ele ri, me fazendo rir junto e me mover de forma desleixada, assim como ele. Não demora muito, uma mão familiar encontra minha cintura e um copo de drink surge diante dos meus olhos.
“Seu drink, senhorita”, Gabriel diz, próximo da minha orelha, me fazendo ficar arrepiada.
“Obrigada”, pego o copo e me viro para ele, minha mão livre vai para seu ombro.
Gabriel se move junto comigo, no ritmo da música, sem me tocar, mas seus olhos nunca deixam os meus.
Uma ideia boba de provocar Gabriel surge no fundo de minha mente, me fazendo sorrir largo e ele levanta as sobrancelhas.
Termino meu drink e deixo o copo em uma mesa próxima, voltando para Gabriel rapidamente. A música tocando tem uma batida mais eletrônica dançante, o que eu acho ótimo, puxo Gabriel pelas mãos, fazendo seu corpo ficar bem próximo do meu e coloco suas mãos em meu quadril, ele morde o lábio inferior e já sei que pensamentos estão em sua mente.
Primeiro, danço com ele, deixando minhas mãos passearem em seus ombros, seu peito e abdômen, da mesma forma que gosto de fazer quando ele me beija, então, quando a batida da música se intensifica, me viro, ficando de costas e deixo meu corpo se mover, de forma que nos tocamos, mas sem deixar tudo tão explícito, não estou esfregando meu corpo no dele, apenas deixo uma leve provocação disso para ele.
Suas mãos apertam meu quadril, me deixando saber que a provocação deu certo, ele encosta o peito em minhas costas e seu rosto se aproxima do meu. Subo minha mão e a apoio em seu pescoço, ele sorri.
“Por que está me provocando?”
“Deu vontade”, sorrio para ele e em seguida me solto de seu aperto confortável e volto para onde Pedro está, agora com Luan e Rafael dividindo a dança desleixada.
Quando olho de novo, ele está me encarando com um olhar predador, mas não se aproxima. Ele vai até o bar e pede sua costumeira dose de whisky e fica observando de longe, danço para ele. Ele sabe disso, seu olhar sobre mim é o mesmo de quando precisamos refrear o desejo após uma longa sessão de beijos.
Após alguns minutos, sinto que minha bexiga pode explodir, então me encaminho para o banheiro, próximo ao bar.
“Onde vai?”, Gabriel pergunta quando passo por ele.
“Banheiro, Bunny boy”, sorrio.
Ele acena com a cabeça e saio.
Os banheiros são cabines individuais aqui, o que eu acho interessante. A cabine é espaçosa, acho que nunca fui em um banheiro tão espaçoso numa balada.
Depois de fazer o que preciso e lavar as mãos, abro a porta e dou de cara com Gabriel. Ele me olha de cima e me empurra gentilmente até entrar na cabine comigo e tranca a porta atrás de si.
“Estava me provocando?” Ele segura minha cintura.
“Sim”, minhas mãos pousam em seus ombros.
“Algum motivo especial?” Ele beija meu rosto.
“Só queria saber sua reação”, respondo.
Ele me beija de forma urgente, um beijo rápido e matador, Gabriel me empurra até minhas costas estarem na parede, então ele tira sua boca da minha e encontra meus olhos.
“Não devia ter provocado, Ariane”, sua voz está rouca.
Ele puxa meu vestido para cima, apenas para expor mais minhas coxas e me puxa para seu corpo, me pegando no colo, ele beija um caminho do meu pescoço até meus lábios, seus dedos fincados na pele da minha bunda, sua língua invade minha boca, me fazendo gemer. Gabriel aperta mais forte.
Puxo seu cabelo, tirando sua boca da minha.
“Não quero ser presa por atentado ao pudor”, digo e ele solta uma risadinha.
“Eu seria preso de bom grado”, ele deixa um selinho em minha boca, “Quer voltar a dançar?”
“Não”, beijo sua bochecha, “E se formos pra casa?”
“Cuidado, coelhinha”, ele sorri e me beija de novo, apenas para se afastar cedo demais, “Tem certeza?”
“Sim, estou cansada”, faço um biquinho.
“Vou pedir um carro da segurança”, ele me coloca no chão, “Sai antes de mim”.
Ele tenta ajeitar as calças e dou risada ao colocar meu vestido no lugar antes de destrancar a porta e sair. Volto para a pista e aviso ao Guilherme que eu e Gabriel vamos voltar para casa, o que ele responde com um olhar sacana.
Fico na pista dançando com meu melhor amigo para esperar Gabriel, mas ele demora muito, então volto ao corredor dos banheiros para procurá-lo.
E me deparo com uma cena ridícula: uma mulher está encurralando ele na parede, não consigo saber quem é pelo cabelo e suas roupas, mas, como se sentisse meu olhar, o de Gabriel encontra o meu, praticamente me pedindo socorro com o olhar.
Me aproximo, “O carro já chegou, meu amor?”, falo bem alto. A garota se vira para mim.
Madalena. A maldita.
“A ralé insiste em perseguir o meu homem”, ela diz.
“Quer que eu te arranque outro tufo de cabelo?”, cruzo os braços. Ela passa mão pela cabeça como que com dor.
“Me solta, Madalena”, Gabriel pede.
“Mas oppa…”, eu interrompo, puxando-a pelo braço.
“Não chame o meu namorado de oppa, sua imunda”, eu a solto e pego a mão de Gabriel, “O maldito carro chegou?”
“Não”.
“Então vamos dançar”, eu o puxo de volta para a pista que agora está quase vazia.
Coloco as mãos dele em minha cintura e esqueço que estamos mantendo segredo do nosso relacionamento até o fim da semana. Gabriel apenas me olha, acompanhando alguns movimentos que faço, ainda com as mãos na minha cintura.
“Desculpe por isso”, ele se aproxima para falar.
“Não é sua culpa”, eu o abraço.
“De certa forma, é sim”, ele segura meu rosto para me olhar, “Desculpa, Ari”.
“Daqui a pouco vamos para casa e tudo se resolve”, sorrio, “Eu quero te beijar um pouco mais”.
“Eu não ligaria”, ele volta as mãos para minha cintura, “Mas vai ser muito mais legal quando eu te beijar no palco do Grammy”.
Sorrio, sabendo que é verdade.
Logo depois o carro chega. Saímos do clube da mesma forma que entramos, sem nos tocar, noto alguns celulares apontados para nós, mas Gabriel ignora, então faço o mesmo.
No carro, após nos afastarmos dos olhares das pessoas na fila para entrar no clube, Gabriel me abraça.
O caminho é curto, sem trânsito e logo estamos em casa, subindo as escadas e entrando no quarto de Gabriel, dessa vez.
“Queria um banho de banheira”, ele comenta, alongando as costas.
“Podemos?”, me animo, “Adoro banho de banheira”.
“Você pode, mas não acho que deveria ir comigo”, ele ri.
“Ué, você pode ficar de cueca e eu com a lingerie”, rio, brincando.
“Se você quiser, eu topo”, ele entra no banheiro desabotoando a camisa.
Eu o sigo, ele já jogou a camisa de lado e está tirando a calça. Tiro o vestido pela cabeça e jogo nele.
“Fique de cueca, Gabriel”, eu o abraço.
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Dançando Outra Vez -The7 Saga #1
Fiksi PenggemarAriane Torres viu seu namorado beijando a garota que a humilhava na escola e simplesmente correu, literalmente. Passou cinco anos estudando dança, que é sua paixão, e agora está de volta ao seu grupo de amigos, que inclui o namorado que a traiu. Ga...