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🖇️ | Boa leitura!

— Mesa cinco saindo! — bato no sino depois de colocar o pedido sobre o balcão

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— Mesa cinco saindo! — bato no sino depois de colocar o pedido sobre o balcão.

Não é uma manhã agitada, mas eu estou bem cansada porque acabei ficando acordada até tarde tentando fazer o Christopher trocar o seu olhar de stalker por um olhar de flerte. Só assim eu pude perceber que ele realmente nunca saiu com ninguém. Com certeza é virgem, mas ainda não estamos no ponto de falar sobre isso, e eu não quero ter mais um momento onde ele vai me achar uma grossa.

Depois de servir a mesa cinco, Anahi, minha colega de trabalho e também melhor amiga, vem até o balcão e se acomoda em uma banqueta, já que os poucos clientes nas outras mesas já foram servidos. Todas as manhãs de sexta são bem calmas, o que nos dá tempo de papear.

— Casa do Christian hoje? — ela pergunta.

— Com certeza. — assinto.

Nunca recuso uma festa. Para mim, a vida é curta e eu não serei jovem por muito tempo, posso morrer atropelada por um ônibus e não ter feito o bastante para achar essa Terra digna de apreciação. Christian, um dos meus amigos mais antigos, vive dizendo que eu romantizo a vida, mas acho que eu só a aproveito melhor do que as outras pessoas. Todo mundo deveria valorizar o tempo que tem.

— E como foi aquela coisa esquisita com o seu vizinho? — Anahi franze levemente o cenho quando pergunta disso. Assim que eu contei, ela desaprovou veementemente, disse que era estranho e que talvez ele fosse perigoso. Ela sempre foi cuidadosa demais, o freio do meu acelerador.

— Foi divertido. O cara não sabia manter uma troca de olhares antes de ontem. — dou risada, mas meu riso morre um pouco um segundo depois. — É meio triste, na verdade. Tipo, eu já saí com caras que eram mais antissociais, mas eles sabiam olhar.

Talvez ele só não seja um desses homens que olham bundas e nos encaram na rua como se quisessem pular em cima de nós.

— Normalmente eu saco qual é a questão de todo mundo em uma simples conversa, mas com ele parece mais complicado. — mordisco meu lábio inferior enquanto penso. — Acho que aconteceu alguma coisa que o fez se fechar.

— Faz sentido. — ela assente devagar. — Nossa, você é mesmo uma boa observadora.

— O que eu posso fazer? Sou fascinada por pessoas. — dou de ombros.

Não tem nada que eu aprecie mais do que as peculiaridades humanas. Bilhões de pessoas no mundo e ainda assim cada uma tem uma personalidade própria, características únicas que as diferenciam. Eu queria ser capaz de conhecer cada pessoa que existe, mesmo as piores, só por curiosidade, só para me impressionar um pouco mais sobre até onde a humanidade vai em sua existência.

— Vou respirar um pouco nos fundos. — Anahi diz antes de passar por baixo do balcão e começar a caminhar até a porta da cozinha. — Me chame se precisar de algo.

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