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🖇️ | Boa leitura!

Uma sensação de puro êxtase me invade depois que eu me jogo no colchão, suando e ofegando, após um orgasmo intenso

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Uma sensação de puro êxtase me invade depois que eu me jogo no colchão, suando e ofegando, após um orgasmo intenso. Dulce se mexe primeiro que eu, saindo da cama e indo até a cômoda de seu quarto. Ainda um pouco relaxado demais, abro um dos olhos e espio o que ela está fazendo. Ela acaba de pegar um adesivo de nicotina e grudá-lo em seu braço antes de voltar para a cama. Observo ela deitar ao meu lado e encarar o teto com o olhar fixo.

— Você está bem? — pergunto.

— Relaxa, eu costumava fumar depois de algumas transas. Só senti vontade de novo.

— Não estou falando disso. Parece que... tem alguma coisa errada. — franzo levemente a testa. — Desde que eu cheguei, na verdade. Você não quis conversa, já foi mandando eu tirar a roupa.

— Alguns homens ficariam gratos. — me olha de relance e eu rolo os olhos para ela. — Eu sei, você é "diferente dos outros garotos". — faz aspas com os dedos enquanto usa uma voz fina e engraçada.

— Alguém já te disse que você é ridícula?

Dulce fecha os olhos e solta uma risada baixa.

— É sério... — arrasto minha mão pelo colchão até a dela e entrelaço os nossos dedos. — Pode contar comigo pra qualquer coisa.

Ela olha para mim por longos segundos e então abre o sorriso mais triste que eu já vi no rosto dela. Na verdade, acho que esse é o primeiro sorriso triste que eu vejo em seu rosto, o que me preocupa ainda mais. Como alguém que só vê o lado bom da vida poderia estar se sentindo mal?

— Você acha que eu estou desperdiçando a minha vida?

— De onde você tirou isso? — franzo a testa novamente.

— A Anahi conseguiu aquele emprego novo em algo que ela realmente gosta. Depois disso, o meu pai me ligou e começou a dizer que eu deveria procurar algo melhor para mim também. Ele disse que tem medo de morrer sem saber se eu vou estar segura.

— Você se sente segura?

— Eu me sentia, até ele abrir a boca e me obrigar a pensar. — bufa. — Eu posso servir café até a aposentadoria? E o aposento de uma garçonete é o bastante? E se eu sofrer um acidente de moto? É o meu pai que paga o plano de saúde, se alguma coisa acontecer e ele não estiver aqui, eu vou conseguir pagar um plano bom?

— Ei, respira. — aperto de leve sua mão. — Tem gente que não sabe o que fazer da vida aos quarenta, sabia? E tudo bem. Não precisa ter pressa, você nunca teve.

— É fácil falar quando você já está com a vida nos trilhos, nerd.

— É, eu tenho um diploma e um emprego, mas não tenho casa própria e meu carro foi presente dos meus pais.

— E o que você está esperando pra financiar um imóvel em trinta anos? — brinca.

— Um motivo.

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