Sempre será você...

1

  Phee

  Um ano depois daquele pesadelo naquela maldita casa, acho que as coisas estão começando a fluir direito na minha vida.

  Estou indo até ao aeroporto buscar o Jin, já não estava mais aguentando de saudades dele, já tava pra ir até o Estados Unidos ir buscar o meu namorado.

- Até que enfim você chegou. - digo ó abraçando.

- Nem me fale, pensei que não iria chegar nunca.

- Eu vou te deixar na sua casa e depois a gente sai pode ser? - ele assentiu com a cabeça.

.
.
.

- Amor, vamos pra aquele lugar que você me levou uma vez? - Jin pediu, e mesmo que eu tenha gostado de ter ó levado lá, não me sinto tão à vontade pra fazer novamente, depois de tudo que aconteceu.

- Tem certeza? Eu sei de vários outros lugares.

- Mas eu amei aquele lugar, é como se fosse o nosso lugar, entende? - sinto meu coração pesar.

- Sério? Eu pensei que o nosso lugar tinha sido o seu quarto, tenho muitas lembranças boas de lá com você. - ele me dá um tapa no braço.

- Deixa de ser bobo. Mas porquê você tá me enrolando pra não me levar lá? Tem a ver com o... - não ó deixei completar a frase.

- Não tem nada a ver com ele, isso tudo é passado e é lá que tem que ficar. - falei um pouco sério, mas logo suavizei as minhas expressões e a minha voz. - Eu só tava enrolando porque é bem longe, mas se você quer ir eu te levo, você sabe que eu sempre acabo fazendo o que você quer. - vejo ele sorrindo e se levantando. Sinto como se eu estivesse cometendo um erro horrível, mas mesmo assim eu fui.

.
.
.

- Esse lugar é tão lindo Phee!

- Muito lindo! - Jin sorrindo é realmente muito lindo.

- Estou falando do lugar. - ele diz depois de ter reparado a forma como eu ó olhei.

- Eu estou falando de você. - me aproximo para beijar o meu namorado, mas algo se mexeu entre as árvores, e por um momento eu ó vi, isso era impossível, ele tá morto.

- Phee? Aconteceu alguma coisa?

- Não, nada não. - será que ele está me assombrado por trazer outra pessoa pra cá?

- Sua cara tá me assustando! - Jin me puxa, pois inconscientemente eu já estava caminhando em direção às árvores.

- Não é nada Jin, você pode me esperar por um instante?

- Onde você vai?

- Não vou demorar. - vou até onde tive a impressão de vê-lo, assim que cheguei era como se ele tivesse evaporado. - Eu acho que eu tô ficando louco mesmo. Ele morreu Phee, o Non nunca mais vai voltar. - eu já estava voltando, quando algo no chão me chamou atenção, me abaixo pra pegar e vejo que era a pulseira de fio vermelho que eu havia dado ao Non no meu pedido de namoro.

- Non? Non é você? Por favor, se você estiver aí, aparece! - nenhuma resposta, eu realmente devo estar ficando louco, essa não é uma pulseira única e muitas outras pessoas podem ter vindo aqui. Isso é só minha mente me pregando uma peça. Voltei para onde Jin estava e ele me encara preocupado e confuso.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa pra você ter saído que nem doido daqui?

- Não foi nada, tive a impressão de ter visto um coelhinho, queria te fazer uma surpresa.

- Aí que fofo, era pra você ter me chamado, eu queria ir com você.

- Desculpa, eu vou procurar um pra você depois. Agora tá me dando fome, vamos embora?

- Vamos. - sai de lá, mas continuo sentindo que estou sendo observado.

.
.
.

   Assim que eu cheguei em casa, vou direto pro banheiro, preciso tomar um banho e colocar a minha mente no lugar.

  Sinto a água cair no meu corpo, um filme passa na minha cabeça. Apesar de já ter se passado anos, ainda sinto sua presença constantemente. Eu tô errado, eu sei, o Jin é o meu presente e se depender de mim, ele também vai ser o meu futuro.

  Saio do banho com uma toalha enrolada na cintura, vou em direção a minha mesa que estava a bendita pulseira, era idêntica à que eu dei para o Non, vou até o guarda-roupa e pego uma caixinha onde eu guardava algumas lembranças do meu passado com ele, sei que eu já deveria ter me desfeito disso tudo, que remoer o passado não vai me fazer bem, mas eu simplesmente não consigo, é mais forte do que eu. Eu sou apaixonado pelo Jin, mas infelizmente ele nunca foi capaz de substituir o Non no meu coração.

- Eu sinto tanta a sua falta Non. Eu devia ter te protegido mais, eu devia... - sinto uma lágrima solitária descer pelo meu rosto.

  Depois que ele se foi, foi como se uma parte minha também tivesse ido junto com ele.