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    Phee

  

    Assim que me aproximo de casa, encontro Jin na porta. Não sei o que ele quer, mas algo me diz que essa conversa não vai ser fácil.

– Tá felizinho?

– O que você tá fazendo aqui Jin? Eu acho que a gente deixou as coisas suficientemente claras na última vez que a gente conversou.

– Parece que eu te subestimei, você realmente conseguiu ele de volta.

– Como você sabe disso?

– Eu segui você, eu sabia que depois da nossa conversa você iria correndo atrás dele. Você é tão previsível.

– Se você viu, então sabe que você jamais vai ficar com ele. - ele dá um sorriso anasalado, nunca vi o Jin dessa forma.

– Não cometa o mesmo erro que eu. Não me subestime, você não me conhece Phee, não sabe do que eu sou capaz de fazer por ele.

– Então você realmente tá deixando a sua máscara cair. Como eu fui burro de não ter visto antes.

– Eu sempre amei o Non, isso nunca foi segredo pra ninguém, mas eu realmente gostei de você, acreditei que tava apaixonado. Talvez algo em ter você por perto, meio que me mantinha próximo dele.

– Você é doente cara.

– Quando eu soube que ele tava vivo, foi como se os Deuses estivessem me dando uma segunda chance de ter ele pra mim, mas como sempre você tá no meu caminho.

– Ele nunca, ouviu bem? NUNCA, vai ser seu.

– Vamos ver. - ele se vira para ir embora, mas para no meio do caminho. – Phee, eu nunca te amei e só pra deixar claro, o seu desempenho na cama é mediano. - eu sorrio com desprezo.

– A recíproca é verdadeira.

   Entro deixando aquele infeliz espumando de ódio lá fora, eu não acredito no quanto eu pude me enganar com esse babaca, mas graças a Buda eu acordei a tempo.

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    Eu pensei muito durante a noite, acho que eu preciso ter uma conversa com o Jeff, ele é muito importante pro Non, eu não quero que aja conflitos entre a gente.

– O doutor vai receber o senhor agora. - sua secretária anuncia.

– Obrigado. - sou conduzido até sua sala, onde ele me espera com um olhar indecifrável.

– Por favor, sente-se Phee. Milk, peça para trazerem o café por favor, você bebe café não é?

– Bebo.

– Ótimo, dois cafés por favor. - sua secretária sai dá sala nos deixando a sós.

– Acho que você sabe do porque eu estou aqui. - fui direto ao ponto.

– Posso imaginar.

– Olha Jeff, eu realmente tenho que te agradecer muito, por tudo que você tem feito pelo Non.

– Você não precisa me agradecer, nunca fiz nada por você, e tudo que eu fiz por ele, faria mil vezes novamente, sem me arrepender em nenhuma delas.

– Sei que eu não sou a sua pessoa favorita na vida, mas espero que por ele a gente possa se dar bem.

– Olha Phee, eu vou ser muito honesto com você porque eu não sou um homem de rodeios. Eu não gosto de você, não acho que você seja a melhor escolha pra ele, mas mesmo assim continua sendo uma escolha dele e eu não vou interferir, ele é uma pessoa maravilhosa e é o homem que amo, mas acima de tudo, eu quero que ele seja feliz, e se a felicidade dele está com você, a única coisa que me resta, é esperar que você seja homem dessa vez e saiba valorizar a chance que ele está te dando.

– Você não sabe nada sobre mim.

– Mas sei sobre ele, que é quem realmente me importa. Eu entendo que você sofreu por ter sido traído, mas a dor que ele sofreu por não ter tido apoio da única pessoa que realmente importava pra ele naquele momento, na fase mais tenebrosa da vida dele nem dá pra comparar. Se aliar ao cara que expôs o Non, mesmo sabendo disso, foi muito baixo.

– Você não precisa ficar jogando na minha cara os meus erros.

– E eu nem vou ficar perdendo o meu tempo fazendo isso. Até porque tempo é dinheiro e o meu é muito caro.

– Me desculpe se eu vim aqui desperdiçá-lo então. - levantei para ir embora, mas sua voz me parou no meio do caminho.

– Phee, por ele e somente por ele, vamos conviver bem um com o outro.

– Ok, eu concordo.

– Mas lembre-se, se você machucá-lo, eu vou pegar ele de volta e nunca mais vou deixar ele ir.

– Pode apostar que isso não vai acontecer.

– Assim seja. - finalmente saiu de sua sala.

  O Jeff pode ser arrogante, metido a sabichão, mas ele está certo em um ponto, eu cometi muitos erros e eu vou valorizar muito a chance que o Non está me dando.

   Na recepção, dou de cara com o Non, que estava com sacolas, provavelmente de comida em suas mãos.

– Phee? O que você tá fazendo aqui.

– Eu vim conversar com o Jeff.

– Sobre o que vocês conversaram? Vocês não brigaram né? Você fez alguma coisa com ele?

– Eii, calma tá. A gente só conversou sobre a nossa relação daqui pra frente, a gente não brigou, e eu também tô bem, obrigado por perguntar.

– Deixa de ser bobo, eu só não quero confusão entre vocês dois.

– Entendo, mas e você? O que tá fazendo aqui?

– Ah, eu vim trazer alguma coisa pro Jeff comer. Ele ficou ontem no plantão a noite inteira e eu tenho certeza que ele não se alimentou direito.

– Você não acha que agora que a gente voltou, seria melhor vocês pararem de morar juntos?

– Phee, não é uma boa hora pra gente conversar sobre isso.

– E quando vai ser? Non, esse cara claramente é apaixonado por você, como você quer que eu me sinta sabendo que o meu namorado está morando com outro homem?

– Phee, eu realmente não tô afim de discutir isso agora. E a gente acabou de voltar a se entender, não queira interferir na minha relação com o Jeff, porque isso eu não vou permitir.- vi que eu estava sendo um idiota, a gente acabou de voltar e eu já tô estragando as coisas.

– Desculpa, você tem razão. Ele é muito importante pra você e eu sei disso e respeito.

– Que bom, agora deixa eu ir antes que a comida esfrie. - ele me deu um rápido selinho e subiu para o consultório dele, parece que ele tem passe livre aqui, é como se ele fosse o namorado do chefe... Aí, para de pensar besteira, ele tá com você e é nisso que você tem que focar.

Sempre será você...Onde histórias criam vida. Descubra agora