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    Non

  
   Chego com o Dr. Ken até a casa onde o Tee estava. Sua tia, senhora Narin ó acolheu na sua casa, pois depois do acontecido, o seu pai foi mandado para uma clínica de reabilitação já que o Tee estava desorientado e não tinha condições de cuidar dele.

– Fique à vontade querido, o Tee está no quarto, ele não sabe que você está aqui.

– Como assim não sabe? Não foi ele que queria falar comigo?

– Na verdade, eu que entrei em contato com você. Depois da morte do pobre White, ele ficou completamente sem rumo. Eu acredito que depois que ele conversar com você, ele talvez volte a si.

– Eu não tô entendendo. A senhora me chamou aqui pra que eu faça o Tee se sentir melhor? Me desculpa senhora, mas isso é algum tipo de piada?

– N'Non...

– Não Dr. Ken, o Tee acabou com a minha vida, eu vim aqui sim, mas não foi pra fazê-lo se sentir melhor com a podridão de ser vivo que ele é, mas pra olhar no fundo dos olhos dele e falar que eu tô vivo, que apesar de ter decido ao inferno, eu sobrevivi e eu vou me dedicar a fazer ele pagar por tudo que ele me causou. - a senhora me olhou com horror pelas minhas palavras.

– Senhora Narin... - uma moça entrou correndo na sala. – O P'Tee, ele está tentando se matar.

  Todos correram para o quarto onde aquele infeliz estava, ele estava sentado no parapeito da janela, ameaçando se jogar.

– Tee, meu querido, saia daí. - a senhora implorava.

– Eu sou um monstro. Eu matei eles!

    Aproveitei que ninguém estava prestando atenção em mim, e me aproximei sem que ele me notasse.

– Você não teve a intenção querido, foi um acidente... - ele vira para mulher com o seu rosto coberto por lágrimas.

– Eu arrastei o Non pra aquele inferno, por minha causa ele morreu e eu acabei matando o White, eu mereço morrer. - ele se vira enquanto sua tia gritava desesperada, acho que ela estava tão chocada com a cena que esqueceu de dizer pro pateta, que eu tava vivo.

   Quando ele ameaçou a se jogar, eu ó agarrei, ó puxando junto ao meu corpo para dentro do quarto, eu caí em cima daquele desgraçado.

– Non...

– Pois é filho da puta, eu tô vivo e você também vai ficar pra pagar por toda merda que você fez. - ele me olhou assustado.

– Mas você tá morto, eu te vi morto.

– Como você pode ver, eu tô bem vivo, e agora eu sou o seu pior pesadelo. - disse me levantando.

– Como isso é possível? Como você tá vivo.

– Não importa, o que importa agora é que eu tô vivo, e se você pensa que eu vou deixar você se matar e escapar do que você fez, você tá muito enganado. A morte é pouco pra você, infelizmente o resto do seu grupinho bateu as botas antes, mas o mesmo não vai acontecer com você.

– Me perdoa Non, eu não queria, eu juro que eu não queria. Eu não sabia que eles iam fazer aquilo com você, era só pra ser um susto.

– Você acabou com a minha vida, com a minha família, você tirou tudo de mim, minha dignidade, minha humanidade. Você me deixou pra servir de brinquedo daqueles monstros, eu nunca vou esquecer o que eu passei e a culpa é sua. – ele agarrou as minhas pernas enquanto chorava e pedia perdão, eu dei um soco na sua cara com toda força e todo ódio que tem dentro de mim. Dr. Ken me puxou, me tirando de perto dele, e sua tia e a garota foram socorrer aquele babaca.

– Non..

– Eu só quero ver você, quando você tiver pagando por tudo e indo pro inferno do mesmo jeito que você me mandou.

  Sai da casa acompanhado pelo Dr. Ken, eu estava completamente transtornado, eu sentia nojo, ódio, mágoa, tristeza profunda, e uma vontade de voltar lá e eu mesmo jogar ele por aquela janela, mas eu não posso, primeiro que eu não sou assassino, e depois porque se eu fizer isso, eu não vou ter a justiça que eu quero.

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.

.

   No caminho para o apartamento, eu decidi comprar o bolo de morango que o Jeff tanto gosta. Minha relação com ele anda um pouco diferente, minha cabeça está muito confusa, em um dia eu durmo com ele, trocamos alguns beijos e no outro o desgraça do Phee me beija. Eu não quero machucar uma pessoa tão incrível como o Jeff, tenho medo de dar falsas esperanças pra ele, e com isso acabar me enganando e por tabela, causar o sofrimento dele.

  Assim que eu saí da confeitaria, sinto o meu braço ser puxado e ao olhar, me deparo com o Jin.

– Não é possível uma coisa dessas, eu devo ter comido o fruto proibido antes do Adão e da Eva pra me fuder tanto assim. Dá pra tirar a mão de mim, encosto?

– Non, eu preciso falar com você.

– O que você precisa é parar de me assediar. O seu advogado não te falou que isso só vai te fuder mais?

– Eu sei que eu fiz merda, que você tem todo direito de me odiar, mas eu realmente me arrependo. Eu nunca quis te fazer mal.

– Você não cansa não? Gente, como é que pode ser tão cínico? Eu realmente tô impressionado com a sua performance.

– Eu não estou mentindo Non, eu nunca quis te machucar, eu tenho um carinho muito grande por você, você é a melhor pessoa que eu já conheci.

– Chega Jin! Meu Deus! Você me expôs, nunca interferiu nas merdas que os seus amigos fizeram comigo, sempre que eu quis me desvincular de vocês, você arranjava um jeito de me manter por perto com esse seu jeitinho de bom samaritano, se fez de doido quando o Tee me levou pra aquele inferno, nunca contou o que aconteceu aquele dia prós policiais, por causa da incerteza, meus pais morreram pensando que eu tinha fugido com a merda do meu professor e você nunca teve a descendência de falar o que aconteceu de verdade, e como cereja do bolo, pegou o meu ex namorado. Pelo amor de Deus, para de fingir caralho.

– Eu fui covarde, eu tive medo, o Tee e o Top falaram que você tava bem, que só tinham levado você em segurança pra casa, e depois apareceu a notícia de que você tinha fugido com o senhor Keng, eu sofri muito pensando que você tinha ficado com ele.

– Cara, eu tava ameaçando vocês com uma faca, e eu desmaiei do nada, como é que você acreditou que eles tinham me levado em segurança pra casa? Você não é burro Jin. Mau caráter, eu tenho certeza, mas burro não. Qual é a lógica disso? No mínimo, eles teriam me levado pra delegacia por tentativa de assassinato.

– Eu não sei, eu não pensei, eu só... Eu tava com o coração partido, você tinha ficado com o Professor, eu não sei o que passou pela minha cabeça.

– Eu nunca te dei esperança que um dia pudesse acontecer alguma coisa entre a gente, eu sempre te vi como um amigo, nada mais do que isso.

– Eu sei, e é isso que acabou comigo.

– Sai.. da minha frente. Eu não me importo com você, eu não quero saber de você. Pra mim, você não passa de um lixo, podre e fedido. - me virei pra sair, mas ele me abraçou pelas costas.

– Eu te amo Non! Por favor, acredita em mim. - congelei no lugar, ele é mais doente do que eu imaginava.

– Me solta Jin, para de loucura.

– Eu sei que eu errei, mas eu queria...

– Para com isso, me larga seu idiota. - ele me virou e me beijou a força, eu senti um nojo tão grande que eu vomitei em sua cara. – Eu tenho nojo de você! NOJO!! Nunca mais encosta em mim seu psicopata. Tá me entendendo? - sai correndo de lá. Assim que eu consegui pegar um táxi, mandei uma mensagem pra Dr. Ken para conseguir uma média restritiva pra mim, pra aquele maluco ficar longe de mim.

   Cheguei em casa, fui que nem um foguete pro banheiro tomar banho, tirar qualquer tipo de vestígio desse dia horrendo. Eu ainda vou me livrar de cada um desses idiotas.

Sempre será você...Onde histórias criam vida. Descubra agora