Sempre será você...

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   Dias atuais

    Depois da morte do meu irmão, caí em uma depressão enorme, tentei tirar a minha vida algumas vezes, fui internado para me recuperar, Jeff foi muito importante para que eu saísse do abismo em que eu me joguei, não tive forças pra fazer nada de que havíamos combinado em relação as denúncias, minha família tinha acabado, não tinha mais mãe, pai e nem irmão, não tinha mais vida.

   Agora, um ano depois daquela chacina na casa do Por, eu finalmente consegui sair do fundo do poço ao qual eu me encontrava, agora eu quero me vingar daqueles que acabaram com a minha vida, quero todos atrás das grades, eu quero ver o Tee e o Jin presos e Phee sozinho, exatamente como ele me deixou, sozinho.

- Oi meu anjo, trouxe o seu café, eu vi que ontem você chegou bem transtornado e subiu direto pro quarto. Aconteceu alguma coisa?

- No cemitério, eu fui ontem no cemitério ver o túmulo da minha família pela primeira vez.

- Por que você não me falou? Eu ia com você meu bem.

- Eu sei que ia, mas eu precisava fazer isso sozinho, enfrentar os meus fantasmas de uma vez.

- Eu entendo, você tá certo. Como você se sente agora.

- Tristeza, dor, ódio. Eu sinto tudo e ao mesmo tempo eu não sinto nada, eu sei que é difícil de entender e nem eu sei direito explicar. Ao mesmo tempo que a minha mente é um breu, eu não paro de pensar em tudo.

- Eu entendi o que você quis dizer, você passou por muita coisa Non, é normal que você esteja se sentindo assim, mas a terapia vai te ajudar.

- Eu vi o Phee ontem, ele tomou um susto quando me viu vivo, na frente dele.

- E você?

- Eu ainda ó amo. Mas nunca vou esquecer o que ele fez.

- Talvez tenha sido algo passageiro entre eles.

- Não, eles estão juntos.

- Como é que você sabe? Ele te disse isso? - lembrei da cena que eu vi no campo.

- Eu vi eles juntos. Eu saí anteontem quando você estava no trabalho, infelizmente eu tive o impulso de ir ao campo em que ele me pediu em namoro. Era um lugar nosso, meu e dele.

- Eu sinto muito.

- Não sinta, ele não sentiu. Assim que eu conseguir colocar todos atrás das grades, eu vou embora, vou mudar o nome, o Non ficará morto aqui, mas o Barcode, como você me batizou, ele vai recomeçar em outro lugar.

- Eu sei que você quer esquecer o seu passado, mas quer me esquecer também? - olho para seu rosto e dou um sorriso terno.

- Nunca, você é o meu herói de jaleco, esqueceu? Se tem alguma coisa de bom que me aconteceu com tudo isso, foi eu ter te conhecido. Te amo muito Jeff. - vi seu rosto ficar vermelho com as minhas palavras.

- Eu posso ir com você? Quando você for embora, posso ir com você? - me espantei com o seu pedido, não esperava que ele largaria a vida dele aqui pra me seguir.

- Eu nem sei pra onde eu vou Jeff, você tem um trabalho, uma família, uma vida aqui.

- Acho que você ainda não entendeu o que eu realmente sinto por você. - nesse momento a minha ficha caiu, eu tinha desconfiado antes, mas assim, ele falando com todas as letras, realmente me pegou de surpresa.

- Jeff...

- Eu sei, sei que você ainda ó ama, sei que não existe espaço pra mim ainda no seu coração, não desse jeito, mas peço que me deixe ficar com a esperança.

- Eu juro que se eu pudesse, seria você, eu juro que seria você.

- Eu quero ir com você, vou como o seu amigo, o seu herói de jaleco como você gosta de me chamar, eu nunca vou forçar nada, nenhum tipo de constrangimento.

- Eu vou adorar ter você comigo. Infelizmente, eu não posso te dar o que você quer, o meu coração se fechou para o amor agora, não vou pedir pra que você espere o meu coração se abrir novamente, mas se um dia isso acontecer e você ainda me quiser, estarei pronto. - ele sorri pra mim, com olhos lacrimejados me abraça forte, ele é a pessoa mais incrível que eu já conheci em toda minha vida, não quero dar falsas esperanças e nem que ele sofra por minha causa, mas não posso negar que tê-lo por perto me dá mais segurança.

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  Acabei de vir na delegacia, denunciei todos, entreguei todas as provas contra aqueles que me fizeram tão mal, mas eu só vou ficar satisfeito quando eu ver a justiça sendo feita.

  Jeff foi comigo, ele sempre está segurando a minha mão quando eu não tenho mais forças pra caminhar. Quando saímos da delegacia demos de cara com o Phee e Jin, pelo que eu pude ver, eles estavam vindo buscar o pai do Phee.

- Non! - é o Jin que grita, como se acabasse de ver um fantasma. - Como? Você tá vivo? Como assim?

- Ué, o seu namorado não te contou? Estranho, uma hora dessas, achei que você estaria procurando um advogado ou um assassino de aluguel pra terminar o serviço que vocês começaram anos atrás.

- Non, não fale assim. Por favor, podemos conversar?

- Phee, eu não tenho mais nada pra falar com você, e você Jin, é melhor arranjar um advogado, o que você fez comigo, além de ser baixo, é crime.

- Non, eu não queria, me desculpa, eu tava com raiva, com ciúmes, eu nunca quis te fazer mal algum. - ele começa a chorar e tentar me tocar, eu dou um tapa em sua cara.

- Você é ridículo, você dizia gostar de mim, e nunca fez nada enquanto os seus amiguinhos de merda me infernizava. Gostava tanto de mim, que pegou o meu namorado, e ainda acabou com a minha vida. Eu tenho nojo de você Jin, e eu espero que você pague por tudo que você fez. - eu me virei para ir embora, mas o Phee me segurou pelo braço.

- A gente precisa sim conversar Non, o Jin errou mas ele se arrependeu, e ele não me pegou, a gente se apaixonou, e você tava desaparecido, você tinha me traído, a gente não namorava mais.

- Tira as suas mãos de cima de mim, você tá certo, a gente não namorava mais, mas você foi muito baixo, ficou com o cara que me expôs do jeito mais nojento que existe. Vocês dois se merecem. - tentei me desvincular de seu aperto, mas ele me segurava firme.

- Essa nunca foi a minha intenção, eu e o P'New...

- Não abre a boca pra falar do meu irmão. Nunca mais toca no nome dele. Você salvou os desgraçados que arruinaram a minha vida e deixou o meu irmão pra morrer, sozinho.

- Não foi bem assim... - ele insistiu em me segurar, mas Jeff cansou de ver essa cena e tirou o meu braço do aperto do Phee.

- Você não ouviu ele dizendo pra você tirar as mãos de cima dele? Vai cuidar do seu namoradinho e deixa o Non em paz.

- E quem é você?

- Não que seja da sua conta, mas eu sou o cara que salvou o seu ex namorado da morte, enquanto você tava brincando de casinha com aquele ali.

- Não fala assim do meu namorado. - doeu ouvir isso, mas foi necessário pra eu entender com quem ele tá agora.

- Então não agarra o braço do meu assim. - olhei espantado para o Jeff, o Phee me largou atônito com o que tinha acabado de ouvir, até aquela desgraça do Jin olhou surpreso.

- Você tá namorando com esse cara Non?

- Minha vida não te diz mais respeito, continua vivendo o seu conto de fadas, e me deixa em paz. - sai andando rapidamente pro carro e Jeff veio logo atrás.

- Olha Non, me desculpa, eu só...

- Não, tudo bem. Você não deveria ter mentido, mas eu não tô chateado com você. O Phee não tem mais nada a ver com a minha vida, o que ele pensa ou deixa de pensar, não é problema meu. Vamos pra casa?

- Vamos!

  Eu vou matar esse amor que tem dentro de mim, o Phee vai sair do meu coração, eu vou tirar ele daqui.