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Pov s/n

Bom, aqui estava eu, na frente da casa de Luisa. Nicolas e Vanessa basicamente me arrastaram para a festa. Eles insistiam na ideia de que eu não poderia me trancar em casa para sempre. Eu não tinha tido coragem de ir para a SPFW. No início, eu achei que não me afetaria tanto, mas quando lembrei de que Yasmin estaria lá e me lembrei de tudo que aconteceu, desisti. Eu odiava essa sensação de me sentir fraca, odiava a sensação de que mesmo que indiretamente, ela ainda tinha poder sobre meus sentimentos.

Eu sabia que ela provavelmente estaria na festa. Yasmin sempre foi amiga de Luisa. Mas eu coloquei na minha cabeça que não iria mais fugir de Yasmin Brunet. Iria viver a minha vida normalmente sem me importar com ela.

— Olha só quem apareceu, lembrou dos velhos amigos? — Luisa sorriu e andou até mim. A loira tinha um copo de caipirinha nas mãos. — Senti tua falta.

— Lu! Também senti sua falta — abracei a garota e deixei um beijo em sua bochecha. — Parabéns pelo álbum, tá maravilhoso.

— Obrigada, fico feliz em saber que você gostou — ela sorriu e cumprimentou Vanessa e Nicolas com um aperto de mãos e um abraço. — Fiquem à vontade, as bebidas estão por ali, me chamem se precisarem de alguma coisa.

Concordei com a cabeça e recebi um beijo na bochecha. A loira se afastou de nós para cumprimentar os outros convidados que estavam chegando. Olhei ao redor e dei um longo suspiro. O lugar estava repleto de pessoas que eu conhecia, alguns amigos, ex-amigos e pessoas que eu tinha contato apenas em eventos.

— Você é muito broxa, sabia? — Vanessa negou com a cabeça e me puxou para a mesa das bebidas.

— Dá um tempo, Lopes... já falei que prefiro o celibato — peguei uma dose de tequila e virei.

— Entrar em celibato não vai te fazer esquecer a sereia — meu irmão ironizou e escolheu tomar apenas um refrigerante.

— Olha, eu vim pra festa a pedido de vocês, se puderem pelo menos não falar da Yasmin, eu agradeceria muito.—

— Claro, você quem sabe — Nicolas deu de ombros e se sentou em uma poltrona.

A festa era uma coisa íntima, não era nada muito grande ou badalado. Uma música tocava como uma trilha sonora baixa, as pessoas ao redor conversavam entre si, algumas acenavam e sorriam para mim, mas não pareciam fazer questão o suficiente de iniciar uma conversa. A primeira hora foi divertida, Luisa se juntou a nós, relembramos de momentos engraçados, conversamos sobre o tempo que eu passei em Los Angeles, me fez esquecer um pouco Yasmin.

Mas como de costume, quando tudo está muito normal na minha vida, é sinônimo de confusão. Eu estava com Vanessa na mesa das bebidas, mas foi como se um ímã me atraísse para a entrada, e ali estava ela... Yasmin Brunet. Ela estava tão linda quanto eu me lembrava, seus cabelos loiros, o sorriso, os olhos. Vê-la depois de tanto tempo me causou uma ansiedade. Era extremamente estranho estar no mesmo ambiente que ela e agir como se não a conhecesse. A loira parecia não ter notado minha presença, e se notou, fez questão de não demonstrar.

— Tá tudo bem? — Vanessa me perguntou ao ver minha expressão melancólica.

— Tá... eu só preciso de um cigarro — disfarcei e passei as mãos pelos meus cabelos.

— Precisa que eu vá junto? —

— Não, tudo bem... eu vou rapidinho — tentei sorrir para acalmar a Lopes, que apenas concordou com a cabeça e fez um carinho em meu ombro.

Me afastei de onde estava aquela concentração de pessoas, fui para a área da piscina, onde estava praticamente vazio. Me encostei na parede e tirei a carteira de cigarros da minha bolsa, acendi e dei uma tragada, na tentativa falha de que meus pensamentos parassem por pelo menos um segundo.

Observei a lua e senti uma pontada de tristeza em meu peito. Yasmin sempre me lembrava a lua.

— Sol? — Escutei aquela voz se aproximando de mim, e foi como se eu tivesse perdido as forças. O perfume dela continuava o mesmo. Eu poderia reconhecê-la apenas por isso.

— Eu já pedi pra você não me chamar assim — respondi de uma forma ríspida e desviei meu olhar para a figura da loira.

— Claro, sinto muito... é por conta do hábito — ela concordou com a cabeça e encarou a piscina, ela tinha um olhar perdido. Eu conhecia aquele olhar. — Achei que você tinha parado de fumar.

— Pois é, aconteceram muitas coisas das quais você não sabe — soltei a fumaça para cima e continuei observando a lua.

— S/n, a gente pode conversar? — Yasmin sussurrou com a voz rouca, era como se ela tivesse um nó na garganta.

— Yasmin, eu já te disse que eu não quero contato com você — tentei soar da forma mais verdadeira possível, mesmo sabendo que aquela era a mentira mais esfarrapada que eu já tinha contado.

— Eu sei que eu te magoei, sei que fiz merda. Eu só quero uma chance de me redimir... por favor — a loira me encarou com aqueles lindos olhos, olhos aqueles que eu era completamente apaixonada.

— Todo mundo sabe que você me magoou, Yasmin. Assumir isso não vai fazer eu me sentir melhor — dei uma última tragada no cigarro e o apaguei.

— Eu sei. Nada do que eu falar ou fizer vai fazer você se sentir melhor, e você não tem ideia do quanto isso me mata por dentro — os olhos da loira lacrimejaram. — Essa é a última coisa que eu peço, me dá uma chance para eu pelo menos esclarecer as coisas, se você não acreditar em mim ou achar que tudo que eu falei foi da boca para fora, tem todo o direito de nunca mais olhar na minha cara.

senti meu coração se dilacerar quando percebi que a Brunet estava perto de chorar, dei um longo suspiro e pensei por alguns segundos o que eu deveria fazer. Eu queria escutar a versão dela. Passei quase dois anos querendo descobrir a verdade, mas eu tinha medo de descobrir e perceber que era realmente o que eu pensava.

— Uma conversa, Yasmin, é tudo que você tem direito. — sussurrei, sentindo um nó na minha garganta. — Me mande mensagem e eu escolho o lugar e a hora.

Vi um sorriso surgir no rosto de Yasmin. Ela enxugou as lágrimas e deu um suspiro aliviado. Eu percebi que ela queria me abraçar, mas manteve a distância para não acabar ferrando ainda mais as coisas.

— Muito obrigada mesmo — Yasmin me encarou com um sorriso gentil. Eu me afastei da garota com a intenção de voltar para a festa. — S/n, pera aí.

Voltei meu olhar para a loira, que deu um suspiro e brincou com os anéis em seus dedos, uma mania que ela tinha quando ficava ansiosa com alguma coisa.

— Eu ainda te amo. — A loira sussurrou. Eu não soube o que fazer naquele momento. Meu coração mandava eu dizer que também a amava, mas meu ego não permitia.

— Até depois, Yasmin — me afastei e deixei a garota sozinha na área da piscina.

Ao voltar para onde Vanessa e Nicolas estavam, percebi eles conversando com alguns conhecidos nossos. Eu apenas passei reto na intenção de sair dali o mais rápido possível. Nicolas percebeu meu nervosismo e veio atrás de mim.

— Maninha, o que foi? — O garoto correu até mim e me abraçou, fazendo um carinho em minhas costas.

— Eu preciso ir embora daqui, Nic, por favor... — Sussurrei e deixei lágrimas escorrerem dos meus olhos.

— Ei, tá tudo bem, relaxa... Eu só vou avisar a Vanessa. Vai indo pro carro que eu invento uma desculpa pra Luisa — Ele enxugou minhas lágrimas e beijou minha testa.

Naquele momento, eu fui para o carro o mais rápido possível. Eu me sentia patética. Eu não tinha raiva nem ódio de Yasmin. Era algo completamente impossível pra mim. A única coisa que eu sentia era raiva por ainda amá-la.

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notas da autora:

oi pessoal, estou de volta. Espero que gostem do capítulo. Queria saber a opinião de vocês. Vocês preferem mais os episódios de redes sociais/mensagens ou os com narração?

Ajudem votando e comentando. Eu amo os comentários de vocês e sempre me racho de rir

beijinhos💋

Good Luck, Babe! - Yasmin Brunet Onde histórias criam vida. Descubra agora