Good Luck, Babe! - Yasmin Brunet

0.31

Yasmin Brunet

— Vamos logo, amor, eu não quero perder o dia — S/N cruzou os braços e me encarou com uma expressão mandona.

— Amor, são duas da tarde, a gente não vai perder o dia — bufei e me levantei da cama, pegando minha bolsa.

Tínhamos chegado em Paris durante a madrugada, então tudo que conseguimos fazer foi descansar para aproveitar o outro dia. S/N estava extremamente animada com tudo; eu sabia que ela sentia a necessidade de que tudo saísse perfeitamente bem. Acho que ela pensa que se algo sair do planejado, eu possa me decepcionar. Ela disse que a viagem era em comemoração ao nosso namoro e principalmente em comemoração ao meu aniversário. Pode parecer clichê ela ter escolhido a cidade do amor, mas é fofo.

— Eu planejei tudo. Primeiro, vamos para o Museu do Louvre, depois para o Palácio de Versalhes, e no final vamos jantar no La Jacobine — S/N agarrou minha mão, enquanto lia o pequeno cronograma que ela tinha planejado.

— Sim senhora, tudo que você quiser — sorri e beijei a bochecha da garota.

Pedimos um táxi e, como S/N era fluente em francês, ela se encarregou de cuidar de tudo. Eu me via perdida pelas ruas de Paris; era tudo extremamente espetacular, e em poucos minutos já estávamos em frente ao Louvre.

— É lindo, né? Eu nunca me canso de vir aqui — S/N encostou a cabeça no meu ombro.

— Sinceramente, já vi coisas melhores — beijei a testa da garota, que cruzou os braços e fez um biquinho — Qual é, eu namoro a S/N Negrini, qualquer coisa é extremamente básica ao lado dela.

— Idiota — S/N gargalhou e me deu um selinho, me arrastando para dentro do museu.

— Isso me lembra aqueles passeios de escola onde a professora nos levava para o museu — passei meu braço ao redor da cintura da garota, olhando ao redor — A diferença é que agora eu estou tendo uma professora gostosa pra caralho.

— Você não consegue deixar de ser tarada nem por algumas horinhas? — A Negrini me deu um beliscão, fazendo eu erguer as mãos em rendição.

— Certo, perdoe-me por ser uma pobre mulher apaixonada — fiz um biquinho, que arrancou uma risada dela.

— Primeiro vamos ver a Vênus de Milo — S/N nos levou até lá. Cada canto do museu era cheio de pessoas — Acredita que isso aqui é de 110 a.C.?

— Bom, eu não fazia a menor ideia, então acredito — dei uma risada observando a escultura, que era rica em detalhes.

— Consideram ela como uma das esculturas mais importantes da Grécia Antiga.

S/N era fissurada por tudo que envolvia arte, enquanto eu era completamente alheia a tudo isso. Eu e S/N sempre fomos muito opostas, e isso era algo que chamava a atenção de todos que nos conheciam. O famoso ditado que diz que os opostos se atraem não poderia fazer mais sentido quando o assunto era nós duas. Eu era fascinada por tudo que a Negrini falava ou fazia, a ponto de que qualquer coisa que saísse da boca dela parecia ser uma das mais belas poesias escritas por Shakespeare.

A Negrini terminava de explicar a história por trás da Vênus de Milo. O brilho em seus olhos era inconfundível. Ela parecia estar no seu elemento, totalmente conectada com a arte e a história. Eu, por outro lado, estava mais encantada com a maneira como ela se iluminava ao falar sobre suas paixões.

— Sabe, amor, você devia ser guia de museu — comentei, rindo. — Tenho certeza de que todos ficariam tão fascinados quanto eu.

— Você acha? — S/N sorriu, corando levemente. — Acho que prefiro ser sua guia pessoal.