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3 meses depois

G: Meu amor, já está na hora de levantar. — diz baixinho enquanto deixava beijos no pescoço da ruiva.

A: Eu vou chegar mais tarde... — diz sonolenta.

G: Certeza? — ela assente com a cabeça e volta a dormir, pelo menos era o que parecia, German deixa um beijo na cabeça da mesma e se levanta para ir trabalhar.

Assim que o moreno termina de se arrumar e sai de casa, Alicia abre os olhos e pega o telefone rapidamente e liga para a melhor amiga.

A: Ele já saiu daqui, Raquel. — passa a mão no rosto.

R: Tudo bem, estou na rua de trás da sua casa, vai abrindo a porta. — Alicia concorda e desliga, descendo rapidamente e em questão de segundos se encontrava no abraço da melhor amiga.

A: Bom dia, Raquel. — se afasta e fica com um sorriso falso.

R: Você já comprou?

A: Na verdade eu não consegui ainda. — diz baixo.

R: Sabia. Eu comprei, toma. — entrega uma sacola com três testes de gravidez para a ruiva — Já vai fazer logo!

Sierra assente e anda logo para o banheiro, vendo a melhor amiga na porta esperando ansiosamente.

A: Será que você poderia sair? — Raquel revira os olhos — Porra, eu estou nervosa! Sai!

R: Tá bom, Anabelle. — diz brincando e vendo a amiga fechar a porta na cara dela.

No banheiro, após fazer os três testes Alicia andava de um lado para o outro esperando os 5 minutos passarem para ver os resultados. 5 minutos que pareceram 5 séculos para ela, e assim que o temporizador do celular sinalizou que o tempo acabou, a ruiva viu os resultados e sentiu o seu mundo cair. 3 positivos. Ela não tinha dúvidas de que estava grávida, tudo se encaixava, as variações de humor que até então acreditava ser TPM, os peitos inchados, sono excessivo e vômitos, muitos vômitos.
A inspetora-chefe não sabia fazer outra coisa além de chorar, mas eram lágrimas de pânico, desejava que pelo menos pudesse sentir um pouco de alegria, e foi impossível. Ela não sabia o que pensar, sentia medo. Medo de ser uma mãe péssima como a dela foi, medo de não saber como agir, como cuidar, medo de trazer uma vida ao mundo e fazer com que a vida desse bebê fosse infeliz e dolorosa. Sabia que German iria amar, era o sonho dele afinal, mas não sentia que estava pronta ainda e não queria magoá-lo de novo com isso. Era confuso, porque tampouco desejava abortar e ter que passar por uma fase turbulenta na vida dela, ela só queria que tudo estivesse bem.
Aos prantos ela finalmente abre a porta e se depara com a melhor amiga sorridente.

A: Estou grávida. — fala quase sussurrando e voltando a chorar.

R: Ali, está tudo bem. — percebe a reação negativa da ruiva — Você vai ser uma mãe incrível e o German um pai foda! — se separa da amiga e limpa as lágrimas da mesma — Não precisa sentir medo. Eu te amo e estou aqui com você, sempre estarei. Ta? — Alicia faz que sim com a cabeça — Quando acha que vai contar para ele?

A: Sinceramente eu não sei, Raquel. — suspira e diz com a voz ainda embargada — Eu não queria contar nesse estado, seria péssimo para ele. Eu sei que é o sonho dele, mas não é o meu sonho e não vejo forma boa de contar essa notícia.

R: Mas você não precisa ter se não quiser, Ali. Eu entendo.

A: Eu não vou abortar. Vou ter esse bebê, mas preciso me acostumar com isso e me preparar. — anda em direção a cozinha para pegar um copo de água, Murillo vai atrás — Realmente quero que German saiba de uma forma legal e pelo menos sem ser triste, preciso que de alguma forma isso seja também o momento dele e pensar nele feliz com essa notícia me deixa pelo menos um pouco mais feliz e segura.

R: E acha que isso vai acontecer hoje?

A: Talvez... vou ficar em casa, não me sinto bem para trabalhar hoje. Aproveito para ir ao médico e ver se tudo isso é verdade.

R: Tudo bem. — sorri — Eu vou indo, ok?

A: Tá bom. — sorri de volta e a abraça de novo — Muito obrigada por isso.

Depois que Raquel saiu, Alicia foi rapidamente para o hospital e no fone de ouvido escutava um rock metálico, assim que ela se acalmava. Chegando lá, foi atendida rapidamente e realizou uma ultrassonografia, podendo ver o pequeno pãozinho que tinha dentro dela, escutando também o coraçãozinho dele batendo rapidamente e foi aí que a sua ficha caiu, e por incrível que pareça sentiu uma sensação de conforto, um apego com um ser tão pequeno que crescia dentro dela. A mesma pediu uma impressão do ultrassom e um atestado medico para mostrar ao Tamayo no dia seguinte, em seguida foi embora para casa e tomou um banho relaxante, colocou um pijama vermelho todo rendado e esperou German chegar em casa.

Não levou muito tempo para que ele chegasse, Alicia se levantou sorridente e correu para abraçá-lo.

A: Senti sua falta. — falou dando selinhos nele.

G: Raquel me disse que não estava tudo bem... eu ia vir embora mas ela não deixou. Está melhor, cariño? — acaricia a bochecha da ruiva, que assente e sorri.

A: Toma um banho, quero ficar com você hoje.

G: Uau, como está carinhosa hoje. — ri e coloca a mão no rosto dela — É, não está com febre.

A: German! — ri alto e o empurra — Anda logo, quero você cheirosinho para mim. — ela dá outro selinho e ele sai para tomar banho.

Quando o moreno saiu, vestiu um samba canção e ficou sem camisa, indo em direção a sala e encontrando Alicia sentada no sofá enquanto comia um chocolate.

G: Prontinho. — se senta ao lado dela e a puxa para mais perto, ficando ambos abraçados e fazendo carinho um no outro — Me dá um pedacinho?

A: Não posso, amor. — diz mordendo de novo.

G: Por que? — ri baixo.

A: Porque a gente  está  com muita vontade. — diz com a boca cheia, tentando não rir.

G: A gente? — diz confuso — Se a gente está, nada mais justo que dividir comigo! — finge estar chateado.

A: Não estou falando de você e eu. — morde mais um pedaço — Estou falando do bebê e eu. — finge naturalidade e se assusta quando German se levanta rapidamente.

G: Oi?! — diz em pé olhando fixamente para ela — Ali, por favor não brinca com isso. — diz sério e ela se levanta também, se aproximando dele.

A: Estou falando sério, papai do ano. — pega a mão do namorado e o puxa para dar um selinho.

G: SÉRIO MESMO? — sorri e ela assente, o mesmo sai correndo pela casa e a deixa parada na sala  — MEU DEUS! — volta rápido para sala e a abraça forte, dando beijos em todo o rosto da ruiva — Porra, Ali! — começa a cair umas lágrimas do rosto de ambos, dele mais que a dela — Eu te amo, muito, muito! Você sabe disso. — eles começam um beijo lento, com muito carinho e sentimento envolvido — Você está bem com isso tudo? Sabe que não quero te pressionar a fazer nada que não queira. Desde quando sabe?

A: Calma! — gargalha — Está tudo bem, cariño. Tive tempo para processar tudo e fiz vários testes hoje, fora o ultrassom.

G: Você foi sem mim?!

A: Desculpa, era para ter certeza, eu precisava disso... mesmo.

G: Tudo bem. Eu te amo muito, porra! — sorri de novo e eles voltam a se beijar, dessa vez o beijo começa a aquecer cada vez mais. Ambos vão andando até o sofá sem deixar de se beijarem, a ruiva o empurra e ao ver o moreno cair sentado, ela sobe no seu colo e começa a rebolar enquanto deixava beijos pelo pescoço do oficial conforme ele apertava a sua cintura com força.

LA OTRA MITADOnde histórias criam vida. Descubra agora