No boxe, algumas ações parecem contradizer o senso comum. Por exemplo, às vezes recuar é mais estratégico do que avançar, mas recuar demais pode levar à derrota.
Muitos se fascinam pela violência presente na sociedade, como visto no interesse mórbido por acidentes. No entanto, o boxe é mais do que isso: é um esporte de respeito, onde se ganha de forma justa.
Alguns dizem que o coração é o que mais importa em um lutador, mas acredito que apenas isso não basta. Mostre a mim um homem que só tem coração, e eu mostrarei um lutador pronto para ser nocauteado.
Durante minha jornada, conheci apenas alguém que mostrou o verdadeiro significado de lutar com coração e a calma de um samurai: Jang Jihoon, meu mentor e marido, campeão mundial em várias categorias.
Com 1,80m de altura, seus olhos grandes e amendoados refletem uma serenidade inabalável. Seu nariz um pouco grande, corpo tatuado e cabelos ligeiramente mais compridos conferem-lhe uma presença marcante.
Apesar da cicatriz na coxa, fruto de uma fratura que o fez mancar, isso nunca foi suficiente para diminuir sua imponência. É o homem com quem compartilho meus sonhos há quase uma década.
Desde criança, influenciado pelo meu pai, desenvolvi uma paixão pelo pugilismo. Apesar dos desafios e preconceitos por ser homossexual, acredito que posso ser o melhor, desafiando essas ideias erradas.
No boxe, assim como na vida, vitórias vêm aos poucos ou de forma decisiva. Meu treinamento visa não só o sucesso no ringue, mas também a superação de obstáculos na vida, buscando sempre me aprimorar.
Meu mantra é a dedicação ao trabalho e à conquista dos meus objetivos, superando quaisquer adversários em empenho e habilidade. Treino de madrugada, enquanto os outros descansam, focando em ser o melhor.
Ninguém trabalha mais do que eu; não existe um atleta mais dedicado. Minha rotina é intensa: treino três vezes ao dia, cinco dias por semana. Dedico ao esporte meu sangue, suor e lágrimas. É claro que tenho medo, mas do meu jeito eu luto. Encontre-me no ringue, e eu vou sangrar junto com você.
Porque pensamentos de inferioridade te tornam inferior.
Comecei como personal trainer, mas descobri que meu verdadeiro chamado era o boxe. Quero ser campeão mundial dos meio-médios, alcançar minha própria estabilidade financeira e oferecer uma vida melhor à minha família.
Já percorri um longo caminho para desistir agora. Se a sociedade me julga, que assim seja. Lutarei pelo meu sonho, enfrentando os preconceitos e mostrando que ser gay e asiático não me impede de ser campeão.
Eu sou Paek Haru. Minha maquiagem, tatuagem de unicórnio, e dormir com outro homem não definem minha habilidade. Trabalho incansavelmente, com a força que vem da necessidade. Alcançarei o título mundial e o cinturão da WBC, com Jang Jihoon ao meu lado.
Já eram quase 10 da noite, e estávamos sozinhos no ginásio, iluminados apenas pelas luzes fluorescentes que lançavam sombras nas paredes suadas e desgastadas pelo tempo. O som do saco de pancada sendo atingido pelos meus punhos, ecoavam suavemente ao fundo, criando uma atmosfera de concentração e determinação.
— Amor, preciso que encontre a distância perfeita entre seus pés para ter melhor equilíbrio, força, mobilidade e eficiência — explicou meu treinador, afastando as pernas para firmar os pés e demonstrar o que eu deveria fazer.
— E quão separados devem ficar? — perguntei, entediado, revirando os olhos enquanto também separava meus pés.
— Na largura dos ombros. Sem fazer corpo mole. Você não chegará ao mundial vencendo apenas os regionais. Foco, Haru!
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Sangue, Suor e Lágrimas 🥊
RomanceNo pugilismo, tudo parece estar de cabeça para baixo: às vezes, é mais vantajoso recuar antes de tentar acertar um golpe, mas recuar demais pode levar à derrota. O boxe envolve respeito e a conquista pessoal à custa do adversário. Nesse ambiente pr...