Capítulo 8: Paparazzi 🥊

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Acompanhado pelos meus sogros, estávamos prontos para descer ao estacionamento subterrâneo quando encontramos equipes de vários veículos de imprensa. O dia foi tão produtivo que esquecemos dos desafios que nos aguardavam, depois da entrevista. 

A mídia sabe apenas que Jihoon está noivo de um homem, mas, como casal, o impacto sobre um de nós afeta ambos, simples assim. Infelizmente, ainda existe muito preconceito neste país. Embora isso não me incomode pessoalmente, ainda temo por Hoon.

— Mas que droga!

— Eles estão atrás do meu filho? — questionou o meu sogro, apontando para fora; pela porta de vidro, é possível ver a presença das equipes.

— Provavelmente sim, vamos! Vocês precisam ficar onde eles não possam vê-los — convidei-os a se afastarem da porta transparente da recepção. 

Seus rostos eram conhecidos, já que sempre que podiam, assistiam às lutas de Jihoon ao vivo. Portanto, a possibilidade de serem reconhecidos e bombardeados com perguntas era grande.

Não foi difícil trazê-los para dentro, pois os paparazzi estavam atentos à saída do estacionamento. Deixei-os perto de um dos ringues e saí à procura de Hoon, que estava em seu escritório falando ao telefone.

— Eu não sei, sim! Isso, tudo certo, estaremos lá — disse Jihoon ao telefone. Ao me ver abrir a porta, ele olhou confuso, mas logo sorriu. — Tudo bem, até mais!

Aproximei-me de sua mesa em silêncio, me agachei e apoiei os cotovelos sobre ela. Hoon desligou o telefone e, olhando nos meus olhos, inclinou-se para acariciar meu rosto com o dedão.

— Tudo bem? — perguntei. Ele deu um pequeno sorriso e assentiu.

— Tudo certo, era sobre a pesagem na sexta-feira, o mesmo "blá blá blá" de sempre: "se o atleta estiver fora do peso, não poderá participar do combate". Ok, tá legal! Agora diga algo que eu já não saiba — ele revirou os olhos antes de afastar a mão e voltar à postura correta. — Quase me esqueci de perguntar, vocês não iam me esperar no carro?

— Sim, mas...

— Mas...?

— Está afim de uma coletiva de imprensa, tipo agora? — forcei um sorriso tentando parecer despreocupado.

— O quê? — perguntou confuso, me olhando como se eu estivesse enlouquecendo. — Não!

— Então, precisamos pensar em como sair daqui sem que te vejam... E se pegarmos o carro do Hiroshi? Pedimos para ele sair com o nosso, e assim despistamos eles e vamos para casa em segurança...

— Amor, espera aí! Do que você está falando? — perguntou Jihoon, ainda confuso. Ele sorriu de leve. — Você está falando demais, isso só pode significar duas coisas: está nervoso ou preocupado. Eu me pergunto por quê?

— Está certo, por assim dizer. Alguns veículos da imprensa estão na saída do estacionamento. Acho que atrás de você.

— Isso é sério? — Jihoon se levantou e veio em minha direção. Fiquei de pé, frente a frente com ele. Ele segurou meu rosto e selou suavemente meus lábios antes de continuar: — Desde que me aposentei, a mídia raramente me persegue. Agora resolveram...

— Te julgar, apontar, expor ao ridículo, fazer perguntas impertinentes, e mais um monte de coisas. No mínimo! Eu não quero ver toda essa confusão de novo, a mídia quase te destruiu depois do seu acidente. Vamos chamar a polícia; você não vai responder às perguntas de ninguém. Eu te proíbo!

Disparei irritado, só de pensar no caos que poderia voltar a acontecer. A raiva me consumia. Me afastei de Jihoon e olhei pela janela a movimentação. Ele observava cada um dos meus passos.

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