Capítulo 22: Acelerar 🥊

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Agachado ao lado de Jihoon, assisto confuso ao atendimento de primeiros socorros. Ele segura minha mão, tentando me tranquilizar, enquanto recebe pontos acima do olho esquerdo. A arena ainda está uma bagunça, com as câmeras voltadas para mim enquanto estou sendo chamado, mas ignoro e espero por alguma resposta.

— O que aconteceu? — pergunto para o enfermeiro que faz a limpeza do sangramento. — What happened?

Ele responde algo que não entendo.

— Eles acertaram a cabeça dele com uma garrafa de Gatorade — Lilly explica, parada à minha esquerda.

— Meu Deus, quem fez isso?

— Não sei, foi tudo tão rápido. Não consegui ver direito o nocaute, desculpe — Jihoon tenta me acalmar, acariciando minha luva com as pontas dos dedos. — Volta para o ringue, aproveita o momento. Daqui a pouco te alcanço para comemorarmos.

— Não posso simplesmente te deixar aqui.

— Ele está bem, Haru. Só estão terminando o curativo. Curte a vitória, eu cuido dele — Lilly se oferece, e Jihoon concorda.

— Eu não vou! — insisto, ainda abaixado, lutando para desabotoar as luvas.

— Hiroshi, tira ele daqui — Jihoon ordena.

Hiroshi assente, e antes que eu seja puxado, volto correndo para o ringue, desviando das pessoas que tentam me abordar. As luzes foram apagadas e o foco está no ringue, onde uma equipe me aguarda para a entrevista.

Estou ofegante, suado, exausto, mas também eufórico. Acabei de vencer a luta mais importante da minha vida, e quero gritar para o mundo inteiro ouvir. Levanto os braços, sinto a adrenalina correr nas minhas veias, e ouço a torcida me aplaudir. Eu sou o melhor, eu sou o campeão.

Os repórteres se aproximam, com microfones e câmeras. Eles querem saber como me sinto, como consegui essa façanha, e como superei as dificuldades. Faço o meu melhor para responder, com um toque de simpatia e um pouco de arrogância. Não tenho falsa modéstia; sei que sou bom.

— Haru, como você está se sentindo depois dessa vitória? — pergunta um repórter.

— Estou ótimo. Treinei muito para essa luta, me preparei física e mentalmente. Sabia que ia ganhar, sem dúvidas. Sou o melhor lutador da categoria e provei isso hoje — respondo, um pouco convencido. — Vou chegar até a final e vencer o torneio.

— Como você conseguiu o nocaute no primeiro round? Foi uma surpresa para você? — pergunta outro repórter.

— Não foi surpresa para mim, foi para Noah Bertold. Ele achou que ia me vencer, mas não sabia com quem estava lidando. Esperei o momento certo e dei o golpe fatal. Foi incrível!

— E como você lida com as vaias carregadas de preconceito? Isso te afeta de alguma forma? — pergunta uma repórter.

— Eu não lido com isso, apenas ignoro. Não me importo com o que os outros pensam ou falam. Sou gay, e isso não muda nada na minha carreira ou na minha essência. Sou um lutador, um campeão, e estou feliz com o Jihoon — confesso, sentindo uma tristeza por ele não estar ali.

Olho ao redor, procurando Jihoon. Sei que ele deve estar no vestiário, cuidando do ferimento. Fiquei muito preocupado e preciso vê-lo, beijá-lo, dizer que o amo.

Encerro a entrevista com um sorriso e saio do ringue. Corro para o vestiário, ansioso para ver Jihoon. Entro e o vejo sentado em uma maca, com um curativo no rosto. Ele me olha e sorri, se levantando para me encontrar. Me abraça forte e me beija apaixonadamente.

— Parabéns, meu amor. Você foi incrível. É o meu campeão.

— Tem certeza que está bem? — pergunto.

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